Por Maria Izabel Azevedo Noronha, enviado ao Cafezinho
O mundo chora por Fidel. Choramos todos a perda dos jogadores chapecoenses, vítimas da queda de um avião em solo colombiano. Junto com estes jogadores, choramos a perda de repórteres, cinegrafistas, a tripulação deste voo. Triste episódio.
Contudo, choraremos a nossa derrota e do povo brasileiro com aprovação da PEC 55, a PEC da morte. A morte de crianças, jovens, idosos. A educação reduzida a migalhas. A vida das pessoas comprometida por falta de emprego e, por conseguinte, falta de perspectivas.
Para onde vamos? Que rumo tomar? Apesar da aparente incerteza de tudo, não podemos recuar. Estamos diante de um governo opressor, ilegítimo. Prego sem nenhum medo de ser acusada de irresponsável, a desobediência civil, que nada tem de ilegal ou de inconsequente.
Desobediência Civil (em inglês, civil disobedience) é o título um ensaio escrito por Henry David Thoreau em 1849. Ela se define como uma forma de protesto político, feito pacificamente, que se opõe a alguma ordem que possui um comportamento de injustiça ou contra um governo visto como opressor pelos desobedientes. Conceito formulado originalmente por Thoreau, foi aplicado com sucesso por Mahatma Gandhi no processo de independência da Índia e do Paquistão e por Martin Luther King na luta pelos direitos civis e pelo fim da segregação racial nos Estados Unidos. Na eventualidade de um governo vigente não satisfazer as exigências de sua população, esta tem o direito de desobedecê-lo.
Devemos refletir sobre isto. De certa forma, nós professores – e os trabalhadores e movimentos sociais de uma forma geral – já praticamos a desobediência civil. Organizamos greves, lutas. Quantos atos desses não fizemos ao longo das últimas décadas? Assistimos e participamos de acampamentos, ocupações de escolas, ocupação e manifestações na Assembleia Legislativa. Claro, tudo de forma organizada e coletiva.
Quero dizer neste momento que temos que enfrentar os impactos desta PEC em nossas vidas, e nas vidas dos trabalhadores em geral. Antes que a PEC nos mate, nós a mataremos nas ruas, nas escolas, nas fábricas e em todos os espaços onde possamos denunciá-la, ampliar a mobilização e lutar contra ela.
Esta lei, apesar de tudo, tem uma vantagem: ela nos unirá. O Brasil vai ser paralisado. Haverá congelamento dos investimentos nos serviços públicos e nos nossos salários, mas a cesta básica não. Por isso, ela é a PEC da morte.
Avante! A luta será intensa!!!
Maria Izabel Azevedo Noronha
Presidenta da APEOESP