Por Cláudio da Costa Oliveira, colunista do O Cafezinho
No mesmo instante em que a Petrobras passa por um processo de desmonte, sendo retalhada no varejo do mercado de óleo e gás, por um governo de colonizadores que só pensa em explorar o Brasil e seu povo, a Raizen Energia S.A., informou em fato relevante no último dia 23, que a Cosan e a Shell transformaram em definitiva a “joint venture” que mantinham e que até então era temporária, para a administração da empresa.
Segundo o informe: “As alterações acordadas entre Cosan e Shell tem por objetivo o cancelamento das opções com datas fixadas e sua substituição por opções de compra outorgadas à Shell e à Cosan, exercíveis em situações específicas, as quais estão descritas detalhadamente no Formulário de Referência da Companhia atualizado nesta data.”
O termo Raizen, quando mencionado, corresponde à formação da “joint venture” entre Shell e Cosan, do segmento de etanol, açúcar e energia, criada em 1º de junho de 2011.
A Raizen, individualmente, é a maior produtora mundial de cana de açúcar e tem capacidade de moagem superior a 68 milhões de toneladas. Gerou 2,2 GWh de energia elétrica, produziu 2 bilhões de litros de etanol e 4 milhões de toneladas de açúcar em 2015. Possui mais de 5800 postos de combustíveis no Brasil.
Segundo a revista Exame (jul/2016), a Raizen é a quarta maior empresa brasileira, considerando a receita, superando a Vale. Neste aspecto a empresa só é menor que, pela ordem, Petrobras, BR Distribuidora e Ipiranga. Até setembro de 2016, a empresa registra lucro superior a R$ 800 milhões.
Em recente visita ao Brasil, o presidente mundial da Shell, após receber do governo brasileiro a garantia de que o pré-sal seria entregue à empresas estrangeiras, divulgou que a empresa programava investir US$ 10 bilhões no Brasil nos próximos anos.
Porém não divulgou o quanto a Shell espera RETIRAR do Brasil no mesmo período. É fantástico.
Cláudio da Costa Oliveira
Economista aposentado da Petrobras