Nem tudo que parece, realmente é. Mas o golpe foi assim: disseram que bastaria derrubar a presidente eleita que tudo voltaria ao normal, economia, política e sociedade. O problema é que o Brasil de Temer não cresce, seu capital político idem, e a economia, não muito distante desse cenário, afunda.
No Vermelho
Altamiro Borges: Economia afunda e desmoraliza Temer e mídia
O “golpe dos corruptos” foi embalado com a falsa promessa de que bastaria derrubar Dilma Rousseff para a economia voltar a crescer. Michel Temer e Henrique Meirelles, o fajuto “salvador da pátria”, prometeram o retorno da confiança do “deus-mercado”, dos investimentos e dos empregos.
Por Altamiro Borges
Já a mídia privada, principal protagonista da conspiração golpista, reforçou estas falácias e passou a divulgar só notícias positivas sobre a economia. Antigos “urubólogos”, que na gestão petista alardeavam o caos e difundiam o pessimismo, tornaram-se servis otimistas de plantão. Passados sete meses, porém, até o “midiota” mais tacanho já percebe que foi feito de otário, sendo usado como massa de manobra. Na vida real, o país afunda em acelerada recessão e as perspectivas para o futuro são as mais sombrias.
Nesta segunda-feira (21), Fabio Kanczuk, secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, confirmou a tragédia. Ele anunciou que o covil golpista revisou para pior a sua projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) de 2016 e de 2017. Para este ano, a estimativa é de que que a economia vai encolher 3,5% – a previsão anterior era de queda de 3%. Já para o próximo ano, a expectativa é que o PIB cresça apenas – menor do que a projeção anterior, de 1,6%. Ele mesmo elencou como um dos motivos para o desastre a “falta de confiança” das empresas – aquela mentira antes apresentada como verdade pelo Judas Michel Temer e pela mídia chapa-branca.
Estadão lamenta ociosidade na indústria
Antes da confissão oficial do governo, a Fundação Getúlio Vargas já havia divulgado números bem preocupantes sobre a situação do país. Segundo dados do Monitor do PIB, elaborado pela FGV, no terceiro trimestre deste ano a economia encolheu 0,99% em relação ao trimestre anterior. Foi o sétimo recuo seguido. Em relação ao terceiro trimestre do ano passado, o PIB diminuiu 3% – o que confirma que o Brasil afunda em grave recessão. “Esses resultados mostram uma resistência à recuperação da economia maior do que a previamente esperada”, afirmou a nota oficial do instituto. E não é preciso ir longe para constatar a tragédia. Basta olhar para a pasmaceira das indústrias e do comércio.
No último sábado (19), o jornal Estadão – um dos entusiasta do covil golpista – publicou uma matéria que revela o caos no setor produtivo. Segundo a reportagem, assinada Márcia De Chiara, “a indústria brasileira atravessa seu pior momento em pelo menos 16 anos. De janeiro a outubro, a ocupação média das fábricas está em 73,9%, o menor índice desde 2001, quando a FGV começou a fazer o levantamento. Nesses 16 anos, a média histórica de ocupação de capacidade da indústria é de 80,9%. ‘A grande ociosidade na indústria mostra a profundidade da crise econômica’, diz a coordenadora da Sondagem Industrial do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, Tabi Thuler Santos”.
Segundo a FGV, dos 19 segmentos pesquisados, 80% estão com a ocupação baixa ou extremamente baixa. O setor em pior situação é o de automóveis. Em outubro, as montadoras utilizaram 55,9% da capacidade das fábricas, menor nível mensal de ocupação também em 16 anos. A japonesa Honda, que investiu R$ 1 bilhão numa nova fábrica em Itirapina (SP), por exemplo, continua com sua planta fechada e sem perspectivas de usá-la no curto prazo. O Estadão até descarta uma recuperação já no próximo ano. “Um dos efeitos da grande ociosidade na indústria, segundo especialistas, é adiar pelo menos para 2018 a retomada do investimento na produção, com abertura de fábricas e contratações”.
Folha agora teme pelos golpistas
Também a Folha parece desanimada. Em editorial publicado no domingo (20), intitulado “Otimismo abalado”, o jornal admitiu o fiasco – mas sem fazer autocrítica da sua servil posição anterior. Em tom de lamúria, opinou: “Marca do início da gestão de Michel Temer, a esperança na recuperação da economia vai dando lugar a prognósticos mais sombrios. A melhora dos índices de confiança a partir do segundo trimestre não foi suficiente até agora para suplantar obstáculos concretos para volta do crescimento… Cresce entre analistas do setor privado o temor de resultados ainda piores… O investimento privado ainda patina, em razão dos estoques excessivos e da falta de demanda”.
Diante deste cenário, a Folha golpista prevê dias difíceis para Michel Temer. “A crise econômica e a resistência da inflação dificultam o ajuste das contas públicas. A situação falimentar dos Estados é mais um sinal de alerta, que pode favorecer o acirramento de protestos. Os riscos para o governo federal são evidentes, uma vez que opera num ambiente de baixa popularidade. Paira sobre ele a ameaça de rápida erosão de seu capital político, nos próximos meses”. Como remédio, o jornal da famiglia Frias – que sempre defendeu a linha dura, inclusive a dos generais na ditadura – prega que o governo acelere as destrutivas reformas neoliberais, principalmente a da Previdência Social.
Se até a mídia privada, que protagonizou o “golpe dos corruptos” e apostou as suas fichas no sucesso econômico do covil golpista, já dá sinais de desânimo, o Judas Michel Temer que se cuide. Como bem apontou André Singer, em artigo na Folha, o usurpador pode estar sendo aos poucos descartado, o que lhe reservaria um futuro tão sombrio como o do ex-presidente José Sarney. Vale conferir o texto publicado no sábado passado (19):
*****
Governo Temer pode sofrer sarneyzação
Os fracos resultados econômicos no trimestre terminado em setembro somados ao desarranjo mundial provocado pela vitória de Donald Trump formam quadro perigoso para o Brasil. A situação já indicava dificuldades estruturais para uma volta dos empregos. Agora, a incerteza produzida pelo trumpismo deverá congelar as decisões de investimento ao redor do planeta até que, empossado, o novo ocupante da Casa Branca mostre o que realmente vai fazer.
Diante dessa mudança conjuntural, o governo Temer parece inerme, perdido na ilusão de que a austeridade bastará para recolocar o “país nos trilhos”, como gosta de dizer o presidente. Governar requer alterar rotas quando o horizonte muda. Na ausência de resposta, o caos ameaça tomar conta.
A curta semana pós-proclamação da República foi típica de avião sem piloto na cabine de comando. Enquanto a sociedade se agitava de maneira furiosa – seja pela legítima revolta dos funcionários públicos cariocas, seja pela amalucada invasão da Câmara Federal por nostálgicos do regime militar -, instituições do âmbito judiciário continuavam a triturar o mundo político. Desta vez caíram os ex-governadores Anthony Garotinho e Sérgio Cabral, além de surgirem novas denúncias contra o PSDB de São Paulo.
Emblema de toda a confusão, o Rio de Janeiro ficou parecendo uma Grécia em escala subnacional, na qual estivesse em curso também uma megaoperação Mãos Limpas. No meio do furdunço, o Planalto repetia o discurso monocórdio de que a volta do crescimento depende de mais arrocho, entoando o mantra “acalma mercado” da reforma previdenciária.
Até que ponto os luminares do PMDB acham que os prejudicados vão aguentar em silêncio? Pode ser que, sustentado pela maioria parlamentar que derrubou Dilma Rousseff, o Executivo consiga até fazer passar a pretendida mudança na idade mínima para aposentadoria. Mas se os empregos não reaparecerem, Michel padecerá de rápida sarneyzação. Convém lembrar que o ex-presidente José Sarney conseguiu vencer no Congresso constituinte a difícil batalha em favor do mandato de cinco anos para si, o que não o impediu de deixar a Presidência com uma das maiores rejeições registradas desde o retorno dos civis ao poder.
A seguir assim, a dupla Temer/Meirelles, que pretendia emular a dobradinha Itamar/FHC, acabará abrindo a porta para algum salvacionista de ocasião, como diria Chico de Oliveira. Com a Lava Jato pondo abaixo as estruturas partidárias, torna-se fácil o surgimento, filiado a qualquer microlegenda, de um messias que prometa colocar ordem na bagunça – tal como Fernando Collor de Mello jurava dar um fim à inflação em 1989. Venceu.
Kelson Porton
19/12/2016 - 14h31
Mas quem não sabia que a economia iria ficar mais fudida ainda, com exceção dos coxas. Das medidas tomada pelo Temer que ampliou o defcit fiscal (o que tem pra receber e o que pretende gastar) de 70 para mais de 100 bi; medidas que não contemplam auditoria da dívida pública; medidas que reduzem investimentos; sucateamento do SUS e previdência. Tudo isso mesmo sabendo que a maior parte das entradas financeiras provêm da tributação sobre o consumo. Logo, cidadão mais pobre consome menos e temos menos fatos geradores de tributo e por consequência o Estado não arrecada. Isso sem contar a entrega do Pré-sal (que rendia no mínimo 13,8 milhões por dia em royalties). Não é uma conta difícil de entender. Aliás é bem fácil, basta não ir nos pedantes termos de economiquês frajuto que só servem para tirar o povão da discussão!
Marcvs Antonivs
24/11/2016 - 09h36
É por essa e outras que a Esquerda brasileira não se situa, coitada. Quando vê lhe puxaram o tapete e ela, no chão, apenas chora, clama, mente pra si mesma, culpa os EUA e Satã pela sua torpeza, pela sua covardia, pela sua ingenuidade (sim porque ao contrário da Direita, sempre disposta ao golpe, sempre pronta pra luta com qualquer arma que dispõe, a esquerda brasileira sempre corre da luta, como agora!). Ainda espera que o que disseram como justificativa do golpe fosse verdade!!!! Quem promove um golpe, NÃO PRECISA DIZER A VERDADE! Agora me explique, por favor, onde o golpe foi um “fracasso”, se tirou Dilma (sem luta, sem resistência, indolor, sem mortes, bem mais fácil que em 54 ou 64!!) e levou ao poder os golpistas??? Onde o golpe foi um fracasso se, apesar das bobagens e ladroagens comprovadas ou não, os golpistas estão levando a frente as propostas com as quais defenderam o golpe??? E tem mais, os tempos e contra-tempos do atual governo usurpador é apenas parte do golpe. Como bem disse Valeria Miguez, o golpe prossegue. Não terminou. A cereja do bolo será a posse, no ano que vem, de alguém do PSDB, o grande arquiteto de tudo isso que estamos vendo aí. Então, a meu ver, o golpe foi, está sendo, e será um sucesso, na medida em que tirou um governo democraticamente eleito do poder e se alojou em seu lugar, SEM A MAIS MÍNIMA RESISTÊNCIA!
Ricardo Edmundo Cecconello
24/11/2016 - 05h49
NOS CONFORMEMOS – O GOLPE ESTÁ CONSUMADO.
CONSUMADÍSSIMO!!! Somos novamente escravos do império jude ianque – colônia escravizada – dos estados unidos da américa do norte.
Prof. Ricardo Edmundo Cecconello. in copy.
“Essa nossa democracia é mais um enlatado estadunidense.
Por isso, ela não dá certo, é uma plutocracia, não representa o povo, não é pelo povo, tampouco para o povo. Quando se tem poderes cooptados, parte da sociedade civil patrocinada pela CIA, uma mídia completamente corretora dos interesses da metrópole, poder financeiro articulando em prol aos colonizadores, elite comprador associada… a democracia, que na teoria é linda, não se aplica à prática, pois somos uma colônia, tal situação já determina uma autocracia, porque não temos liberdade de seguir nosso próprio destino. Nação satélite é eufemismo para COLÔNIA.
Os EUA não produzem o que eles consomem, o que precisam pra se manter como gerentes do mundo. Precisam de nações satélites, protetorados, em suma: COLÔNIAS patrocinadoras do império.
Vejam:
Os EUA tem 7% da população do planeta, mas consomem:
45 vezes mais Zinco
52 vezes mais Alumínio
64 vezes mais Ferro
102 vezes mais Cobre
176 vezes mais Chumbo
Do que o resto do mundo
Isso sem contar o petróleo, que os EUA não têm reservas suficientes para manter seu consumo e tampouco sua moeda.
Os EUA jamais vão permitir o multilaterialismo de suas colônias, por uma simples questão: Sem elas, ele não existe.
Então, meu povo, vamos parar de nos enganar. Não há fórmula mágica. Só independência da América Latina pode mudar os rumos da política interna no país e nos proporcionar uma legítima democracia.
O golpe contra Dilma é mais um sintoma de que somos colônia. Toda agenda golpista pós golpe é tbm sintoma. Só nos resta lutar até o último minuto para a soberania do país, a união refratária, parar de brigar por nada, parar de agarrar em ilusão, como um afogado se agarra numa palha.
Isso não é poético, isso não é trabalho para dias, e sim para gerações. É trabalho de verdade, estratégia, não um monte de baboseira baseada em nada, veleidades absurdas de gente fim de carreira, que está levando a esquerda ao fim tbm.
Isso é nacionalismo! Luta pela independência do país.
Só o enfraquecimento do Imperialismo vai nos permitir mais armas. Mas temos que formar lideranças muito sensíveis às nossas condições e prontas pra brigar com todo aparato montado para manter a configuração colonial, abastecendo a metrópole. Temos que ser heterodoxo, sem perder a noção da realidade. Essa juventude que hoje peleia contra as perdas dos seus direitos, tem que ser formada e informada de que somos uma colônia.
O desdobramento da geopolítica é que vai facilitar a nossa vida ou não. Infelizmente, não podemos ansiar pela paz. Rússia e China têm que partir pra cima do consórcio Ocidental. A vitória de Trump mostrou um recuo dos EUA, para justamente restabelecer sua total hegemonia regional .
Todavia, eu não acredito em dissuasão dos EUA com relação ao Oriente Médio por muito tempo, mesmo que lá a coisa esteja muito difícil pra eles. Mesmo que haja um acordo velado ( não podemos afirmar se há de fato) entre as nações protagonistas da cizânia geopolítica, um recuo dos EUA e OTAN, no Oriente Médio, é permitir que o Irã seja a potência regional daquela região. Israel não vai permitir isso. Toda conjuntura (e seus desdobramentos) não é nada cartesiana. É um jogo muito complexo, imprevisível. Para a elite (sionista) detentora do Banco central norte-americano manter o dólar como a única moeda de reserva, não basta somente os EUA retomarem seu poder absoluto na América Latina.
O que sabemos é: Há um esgotamento político e econômico do modelo de gerência pós guerra dos EUA. O mundo não vai aguentar a overdose de mais uma crise, e sem essa crise os EUA terão que dividir a hegemonia global com a China.
Temos que torcer para que essas nações não façam acordos, temos que torcer pra coisa ficar feia em campo militar e econômico, porque só assim a China e Rússia ficarão mais agressivas e vão partir pra desestruturar o status quo da liderança do consórcio Ocidental.
Mas só torcida não adianta.
Tem que ter atitude e muito conhecimento estratégico para desconstruir os nossos oponentes na guerra ideológica interna. Tem que ter resistência. Rua e Rede social em uníssono. Temos que utilizar a iminência da mídia independente, que cresce e forma opinião. Temos que lutar com armas disponíveis.
E que o bicho pegue no Oriente médio e Ucrânia! Não podemos torcer pela política da paz mundial. Se queremos paz para nossos filhos, para nosso país, temos que nos preparar para guerra. Jamais haverá paz ou igualdade de classes numa colônia. Será injustiça, será desequilíbrio de forças perenes , porque uma colônia existe para servir o reino, o império. E se não há paz pra nós, que não haja no mundo. Que me perdoem o egoísmo, mas senso comum bonitinho e bonachão é pra inglês ver. Só haverá paz quando todas as colônias estiverem livres. E vamos lutar pela liberdade do nosso país.
Nossa maior desgraça é o poder que controla e atende pelo nome de The United States of America (império que nos USA), vulgo “Israel”.
Boa noite, companheiros.”
Em tempo: Se você pedir para o deus judeu do Geddeu, do Jucá, do zé titica serra, do malafaia, do feliciânus, do bispo rabino universal,ele forçará os pagãos, principalmente os latinos, a serem seus escravos:
” Pede-me, e eu te darei os gentios por herança, e os fins da terra para tua possessão.” Salmos 2:8
É o que acontece, de tempos em tempos, com a soberania brasileira.
Torres
23/11/2016 - 17h56
Quem foi o retarda que disse que era só tirar Dilma pra resolver a economia?
E quem são os retardas que pensaram isso?
Serão anos duros.
Entre 6 e 10 anos de ajuste.
Valeria Miguez
23/11/2016 - 17h09
O Golpe segue o curso… Estão aguardando Temer fazer o trabalho sujo – PEC 55, Reforma da Previdência …- para tirarem ele também! Para o PSDB tomar o poder !
Gamers.formiga
23/11/2016 - 16h23
Mas quem se importa com o Brasil e o povo brasileiro ? Estando bom pra esses canalhas, o resto que se fodam, alguém viu alguma medida de contenção de gastos desses ratos ? logico que não. É de cair o cu da bunda mesmo.