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“Muita gente não tem a menor idéia do que é a PEC 241 (PEC do Teto), nem de suas consequências” afirma CNBB

por Cláudio da Costa Oliveira, economista aposentado da Petrobras  Na última quinta-feira (27/10) a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se posicionou em relação à PEC que limita os gastos públicos. Segundo os bispos brasileiros:  “ A PEC 241 é injusta e seletiva. Ela elege para pagar a conta do descontrole de gastos, os […]

22 comentários
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por Cláudio da Costa Oliveira, economista aposentado da Petrobras 

Na última quinta-feira (27/10) a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se posicionou em relação à PEC que limita os gastos públicos. Segundo os bispos brasileiros:

 “ A PEC 241 é injusta e seletiva. Ela elege para pagar a conta do descontrole de gastos, os trabalhadores e os pobres, ou seja, aqueles que mais precisam do Estado para que seus direitos constitucionais sejam garantidos. Além disso beneficia os detentores do capital financeiro, quando não coloca teto para pagamento de juros, não taxa grandes fortunas e não propõe auditar a dívida pública.”

A dura advertência da CNBB, que evidentemente não foi divulgada pela grande mídia golpista, mostra a que ponto chegamos sendo administrados por pessoas que não são brasileiros. Mostra, mais uma vez, que estamos sendo administrados por colonizadores, que estão aí só para explorar o Brasil e seu povo.

Além do que é levantado pela CNBB, antes de se falar em conter gastos em saúde e educação, muitos outros aspectos relevantes deveriam ser observados e sofrer alterações como por exemplo:

  1. A alíquota máxima do IR para pessoas físicas no Brasil de 27,5% é uma das menores do mundo. Muitos estrangeiros que tem visto permanente no Brasil optam por pagar IR aqui, pois nos seus países de origem as alíquotas atingem 40/50%. Perguntem ao Ministro da Fazenda Henrique Meireles, que tem cidadania americana, onde ele prefere pagar seu imposto de renda?
  2. Dividendos auferidos por proprietários de empresas no Brasil estão isentos de impostos, isto só acontece por aqui.
  3. As empresas brasileiras podem lançar como despesa os “juros sobre capital próprio” pagos aos acionistas, o que é mais um artifício “jabuticaba” (só existe no Brasil).

A CNBB também esclarece:

“É possível reverter o caminho de aprovação desta PEC, que precisa ser debatida de forma ampla e democrática. A mobilização popular e a sociedade civil organizada são fundamentais para superação da crise econômica e política. Pesa, neste momento, sobre o Senado Federal, a responsabilidade de dialogar amplamente com a sociedade a respeito das consequências da PEC 241”.

É claro que em qualquer país sério do mundo, um assunto desta relevância, seria amplamente discutido com toda a sociedade, com muitas audiências públicas e grande divulgação. Mas não acredito que isto venha a ocorrer por aqui, pois nossos “colonizadores” querem queimar etapas e impor todo o ônus ao povo trabalhador brasileiro, sem muita discussão. O Senado que temos hoje está unido ao governo Temer com um principal objetivo que é “estancar a sangria” da “Lava Jato”, sendo que o STF está sob controle, como disse o senador Jucá.

Mas por outro lado vemos com muita alegria e satisfação este movimento “ocupa tudo”, que surgiu de forma espontânea entre estudantes secundaristas e universitários, contestando os desmandos do governo.

Felizmente podemos dizer que ainda há esperança para o futuro do Brasil.

 

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Comentários

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GERALDO

06/11/2016 - 19h30

vai CNBB, vamos mostrar a estes banqueiros sanguinarios que nao aceitaremos estes juros demoniacos, que tira toda a dignidade do nosso povo.

Claudio Freire

06/11/2016 - 17h08

A PEC 241 (agora no Senado, PEC 55) é uma das principais formas de o governo golpista “pagar a conta” do impeachment a seus financiadores: a plutocracia.

Relembremos os últimos movimentos da “financerização” da economia brasileira. O país está refém há algum tempo do mercado financeiro. Mesmo a maioria das empresas que deveria privilegiar a produção (que é a melhor forma de um país se desenvolver de fato), está há tempos privilegiando ganhar dinheiro no mercado financeiro. Ou seja, criou-se um mercado totalizante, formado pelo mercado financeiro clássico e pelas empresas produtivas que vem ganhando mais dinheiro aplicando no mercado financeiro do que produzindo.

Quando Dilma bancou a queda expressiva dos juros Selic em 2012 (chegou a 7,5%, se não me engano), o mercado totalizante começou a taxá-la de inimiga. Acho que declarou guerra ali, tanto que o governo se viu forçado a retroceder.

Em 2013, nas jornadas de junho, essa plutocracia percebeu que poderia botar muita gente na rua contra o governo. E o governo ficou muito fragilizado, sua popularidade despencou.

A esperança deles era 2014. Consideravam certa a vitória do Aécio nas eleições presidenciais de 2014. Como isto não aconteceu, ali eles decidiram que iam derrubar o governo na marra. E veio o golpe, financiado pelo mercado totalizante, conduzido pelo Congresso e pelo Judiciário, todos com o apoio fundamental da mídia oligopolista.

E aí o cenário se confirma com a PEC 55. Afinal, essa PEC limita as despesas primárias. Lembrem-se que despesas primárias não incluem o pagamento dos juros. Ou seja, querem limitar as despesas, mas mantendo o caminho livre para o pagamento de juros altos.

O orçamento geral da União é dividido em várias despesas, mas as principais são:

Previdência: 21%.

Transferências a Estados e Municípios: 10%.

Saúde + Educação: 8%.

Várias outras despesas primárias: 19%.

Juros: 42%!!!

Acho que não precisa dizer mais nada, certo?

CARLOS C

06/11/2016 - 15h40

Seria de grande valia que o referido manifesto da CNBB se tornasse do conhecimento de todos, tendo sua divulgação, sendo feita nas igrejas deste país e também do mundo, desta forma muita gente entenderia o que se passa neste país e o efeito profundamente danoso que o golpe recente causa e causará com a destruição do estado social.

RosLucc

06/11/2016 - 05h22

Esse tipo de governo é a alienação completa, como se tivesse voltado a uma monarquia absolutista, regida por corruptos e onde o povo, que paga as contas, não tem participação. É nojento.

Hebert Neves Sampaio de Andrad

06/11/2016 - 00h12

Incrível, os ataques vêem de todos os lados, estamos todos sem norte, de um lado é esta PEC atropelando o país, do outro lado é a entrega do nosso País ao capital estrangeiro, alardeiam que o governo tem que ser mínimo, privatizar o que poder, por que estatais só dão prejuízo, aí vem uma ESTATAL norueguesa e compra o 1o. Campo do Pré-Sal. Que coisa, ein?

Jose Carlos Neves de Andrade

05/11/2016 - 23h16

IMPRESCINDIVEL A MOBILIZAÇÃO ATRAVÉS DAS ORGANIZAÇÕES POPULARES CONTRA ESSA ABERRAÇÃO APELIDADA DE PEC 55 EM TRAMITAÇÃO NO SENADO! INDUBITAVELMENTE, EM TODOS OS ASPECTOS, SE APROVADA PROMOVERÁ UMA VERDADEIRA DESTRUIÇÃO NACIONAL DE CUNHO ECONÔMICO, POLÍTICO E SOCIAL! SERÁ UM RETROCESSO DANOSO INCOMENSURÁVEL, TAIS OS REFLEXOS NEGATIVOS QUE IMPUTARÁ SOBRE QUALQUER PROJETO NACIONAL, INVIABILIZANDO DRASTICAMENTE POSSÍVEIS ALTERNATIVAS DESENVOLVIMENTISTAS!

Hercílio

05/11/2016 - 21h59

A igreja católica não tem culpa pelo golpe. Nem por omissão.
O Papa Francisco tem sido muito claro em suas posições desde que assumiu o Vaticano e tem lutado utilizando somente as suas palavras sábias. O Brasil pertence a uma elite que não tem nada a ver com a igreja, e que faz o que bem quer aqui desde o império. Democracia aqui é uma ilusão que jamais existirá.

Lafaiete

05/11/2016 - 20h26

O Noam Chomsky com seus 86 aninhos, bastante lúcido:

A propaganda política é usada nos sistemas denominados democráticos em substituição ao porrete abertamente usado nos estados totalitários.

No Brasil, o porrete foi usado em 64 com o apoio total dos EUA. Até a Frota, com Porta-aviões, foi enviada para a nossa costa. Está tudo documentado!

Agora, para conter o rebanho revoltado, já começaram a usar essa ferramenta grotesca!

Aqueles que de fato detêm o poder de verdade são: As multinacionais, o poder financeiro e similares.

Os grandes estão lá fora. Aqui, os testas de ferro são os seus parceiros!

Na visão desses senhores, os interesses gerais só podem ser administrados por uma classe: A especializada, formada por indivíduos capazes de administrar as questões dentro dos sistemas político, ideológico e econômico. Tudo sob a batuta deles!

Os colaboracionistas, os testas de ferro, ficam à espreita do butim!

Todos que se encontram fora desse seleto grupo, o grosso da população, formam: O rebanho desorientado que precisa ser tratado como espectador. Corriqueiramente, esse rebanho tem o direito de escolher, via eleições, um novo líder e retornar, em seguida ao seu rebanho.

Desse rebanho não devem, é claro, sair orientações como essa:

https://www.facebook.com/LafaieteDeSouzaSpinola/posts/376383689185712

ari

05/11/2016 - 19h41

Infelizmente, a igreja chegou tarde. Às vésperas do golpe, soltou uma nota no estilo “não sou contra nem a favor, muito antes…” E na câmara, estavam seus deputados (Eros, Flavinho, Evandro Gussi, etc) dando seu voto a favor, tendo eles votado tb contra a Petrobrás e a favor da PEC). Mas sempre foi assim, ao lado dos poderosos e contra os excluídos que só servem para vítimas de sua caridade. Ainda bem que temos algumas honrosas exceções, como dom Guilherme Werlang, entre outros.

Mesmo depois do golpe, Orani e Odilo Scherer (o “dom” é para quem a gente respeita) estiveram
lá no Planalto abençoando o Temer. Quem se interessar, leia “Os cardeais Orani e Odilo massacram Jesus a marretadas ao apoiarem o golpe!” http://cartasprofeticas.org/?s=odilo+scherer&submit=Search).

Os moradores de Petrolina/PE, podem ouvir diariamente o bispo local, quase sempre atacando o PT, Lula e Dilma). Para ele, o bolsa família é esmola, com fins eleitoreiros e incentivo à preguiça. Totalmente despreocupado com a verdade, diz o que lhe vem à cabeça. Ontem (4/11), por
exemplo, ele dizia que o Lula e Dilma acabaram com o país que eles receberam em excelente situação. Não o ouço sempre, mas até o momento não ouvi dele uma palavra sequer contra os golpistas.

Se a igreja tivesse real interesse, poderia 1)
Fazer ler sua nota em todas as paróquias; 2) Divulgá-la através de sua rede de
rádio e TV; 3) Divulgar em todos os sites de suas rádios e das respectivas
dioceses

Maria Lima

05/11/2016 - 19h40

Eu concordo plenamente, tanto que a pergunta mais patética sobre este tema é: você já leu a PEC ? E adivinha quem faz essa perguntinha, para se passar por intelectuais ?

Torres

05/11/2016 - 18h04

Fico me perguntando porque o PT não fez o que a CNBB propõe.
Não auditou a dívida, não taxou grandes fortunas e não estipulou teto para pagamento de juros.
E porque enquanto o PT esteve no poder a CNBB nunca disse nada sobre isso.
Apenas perguntas.

    oliveira

    05/11/2016 - 18h42

    Prezado Torres,

    Por outro lado também o PT não fez nenhuma proposta para penalizar os mais pobres. Esta proposta surgiu agora patrocinada pelo PSDB

Aloísio Siscari

05/11/2016 - 17h06

O que essa instituição fez para impedir o golpe parlamentar? Nada! Muito pelo contrário, deixou que padres e bispos falassem e fizessem besteiras sobre o assunto. Agora quer remediar. CNBB – conferência nacional de bispos bundões. É verdade que a maioria do povo não entende o que seja essa PEC, assim como a maioria não entende o que é falado nas homilias.

Maria do RJ

05/11/2016 - 16h05

Até que enfim a nossa igreja católica dá o ar da sua graça. Deixaram que os evangélicos tomassem o governo do Rio de Janeiro. E estão deixando que eles tomem o poder palmo a palmo com sua negligência. Eles que são retrógrados e que vivem roubando a consciência do povo pobre e humilde. Eles que estão milionários às custas deles, os pobres.E estão crescendo cada vez mais e já tem até exército do altar. Se não viram ainda coloquem no google, é de assustar. É o fundamentalismo tomando conta do país devagarinho e estão chegando lá. A bancada da bíblia no congresso, todos assistimos, protegendo seu guru o cunha, todos tão corruptos quanto o próprio. Quem protege ladrão é ladrão também. Nunca se indignaram com tamanha desfaçatez e cinismo. As medidas adotadas por esse governo golpista são de arrepiar e querem fazer tudo as pressas, pensando que o povo é idiota. Não vão conseguir. Que comece logo a reação. Os jovens já começaram. Vamos apoiá-los.

label vargas

05/11/2016 - 14h24

Por alguma razão o candidato a Papa que o Brasil propunha era o bispo Odilo Scherer,brasileiro conservador.Nada que surpreenda senhores bispos.
Agora é tarde ,e não vale pra vcs aquela frase” melhor tarde do que nunca”

    ari

    05/11/2016 - 19h43

    Na verdade, era o papa da Globo.

rogeriobezerra

05/11/2016 - 14h03

Não era ele que vivia fazendo missa prá cambada do PSDB? Agora, otário terá que enfrentar o Bispo Edir Macedo. Tudo a mesma sopa!

label vargas

05/11/2016 - 13h51

TARDE MUITO TARDE SENHORES DA RELIGIÃO.Em um evidente erro político CALARAM quando era para defender a DEMOCRACIA e seu próprio rebanho.
O evidente erro político se deu porque , os pts tinham penetração nas camadas pobres da população.De agora em diante os babangêlicos tomarão conta dessa parcela.
Viram??agora É TARDE.

Antonio Souto Coutinho

05/11/2016 - 13h16

Esta nota deveria ser lida nas missas de todas as igrejas do Brasil, todos os dias. Os padres, junto aos fiéis, deveriam fazer reflexões sobre elas, assim como deseja o Papa Francisco. isto seria um ato de caridade.

J. Esperança

05/11/2016 - 12h05

Enquanto os batedores de panela vestidos com a camiseta da corrupta CBF “amarelinha” não sentirem na pele a traição do governo ilegítimo, essa palhaçada não acaba.
No Rio de Janeiro o governador já anunciou que os funcionários públicos serão descontados 30% do salário para pagar o rombo da dívida do estado.
Isso é só o começo das maldades, e garanto que muitos paneleiros que aí estão são funcionários públicos diretamente atingidos já logo de início é quem sabe não comecem a bater panelas para defenderem seus salários?
Talvez caiam na real e percebam que aqueles a quem apedrejavam eram santinhos e que estes sim, eram o lado certo… shshsh

Pedro Tietê

05/11/2016 - 11h58

A igreja tem consciência da sua omissão no golpe, chorar o leite derramado é fácil mas estancar no início nada

    Antonio Souto Coutinho

    05/11/2016 - 13h23

    É certo que temos padres de direita. Aqui mesmo tivemos um bispo tucano que, felizmente, foi retirado da função. Mas, temos muitos outros sacerdotes afinados com os princípios cristãos. E devemos reconhecer o mérito dessa atitude da CNBB. Acho (não tenho certeza) que diferente da atitude da OAB, cujos méritos não devemos esquecer em outras épocas na nossa história..


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