‘Governo não quer discutir PEC dos Gastos’, afirma Vanessa Grazziotin
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) disse lamentar que governistas não queiram discutir a proposta de emenda à Constituição que limita os gastos públicos por 20 anos (PEC 55/2016), apesar de o calendário de tramitação da PEC permitir o debate.
Para ela, não faz sentido o governo afirmar que a PEC é fundamental para o país, mas orientar a base aliada a não debater a proposta, como afirmou ter ocorrido na reunião desta terça-feira (1º) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Ela também declarou que governo não tem enviado representantes às comissões que realizam audiência pública sobre o tema.
— Não debate quem não tem o que debater. Não debate quem não tem razão. E essa PEC, eles sabem melhor do que nós, que é uma PEC ruim para o Brasil, não só ruim para o povo, mas ruim para o Brasil — disse.
Vanessa Grazziotin lamentou ainda que um senador, a quem preferiu não identificar, tenha dito em Plenário que os estudantes que ocupam as escolas em todo o país o fazem para fumar maconha ou até para cometer homicídio, ao lembrar do caso do assassinato de um estudante em uma instituição de ensino paranaense.
Segundo a senadora, a ocupação das escolas foi uma forma que os estudantes encontraram para protestar contra a PEC que limita os gastos públicos por vinte anos, e a medida provisória de reforma do ensino médio.
PEC que congela gastos só é boa para o setor financeiro, diz Humberto Costa
O senador Humberto Costa (PT-PE) disse que vai combater diuturnamente a proposta de emenda à Constituição que limita os gastos públicos (PEC 55/2016) por considerá-la nociva ao país.
Para ele, se o governo Michel Temer quer mesmo a retomada do crescimento, deve promover uma reforma tributária, de modo que os mais ricos passem a contribuir mais.
O senador também discorda da tese segundo a qual a proposta permitirá trazer de volta a confiança do investidor privado. Segundo ele, o investimento privado também depende do investimento público, que sempre foi fundamental para garantir o crescimento econômico.
— É preciso investir no social, em saúde. É assim que se cresce – afirmou, acrescentando que a proposta do governo, do jeito que está, somente será boa para o setor financeiro.
— Eu pergunto aos gênios, elaboradores dessa PEC, em que momento em nosso país, na sua história contemporânea, nós vimos o Brasil crescer, se desenvolver sem que houvesse uma participação decisiva de investimentos públicos e de gastos públicos? — questionou o senador, em pronunciamento no Plenário do Senado nesta terça-feira (1º).