por Pablo Villaça, em seu Facebook
“A prisão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi recebida com apreensão no Palácio do Planalto pela incerteza sobre o que o deputado cassado poderá falar às autoridades, envolvendo o governo, o PMDB e até a figura do presidente Michel Temer.” – O Globo [1]
“A ordem no governo é evitar declarações que possam parecer uma provocação ao ex-presidente da Câmara.” – G1 [2]
“O problema, reconhecem governistas, é que se Eduardo Cunha resolver abrir sua caixa preta, ele vai envolver outros nomes do PMDB e ligados ao presidente. Podendo revelar, inclusive, episódios relacionados a Temer, já que os dois eram muito próximos até pouco tempo.” – Foxlha de São Paulo [3]
“A prisão de Cunha é a primeira onda de um tsunami (…) que deverá atingir peemedebistas e tucanos. (…) É uma ameaça concreta à sobrevivência do governo Temer devido ao conhecimento profundo de bastidores sobre figuras centrais da atual administração.” – Kennedy Alencar [4]
“Mesmo após ter seu mandato cassado em setembro, [Cunha] ‘ainda mantém influência nos seus correligionários, tendo participado de indicações de cargos políticos do governo Temer'” – Estado de Minas [5]
“Antes de ser preso, Cunha dizia que não faria delação premiada, mas contaria todos os bastidores do processo de impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff num livro. Sempre deu a entender que suas revelações tinham potencial para derrubar o governo Temer.” – Estado de São Paulo [6]
Estes são apenas seis exemplos de um tipo de comentário que pode ser encontrado com extrema facilidade em TODA a mídia brasileira há muitos meses: o reconhecimento de que Eduardo Cunha tem, em suas mãos, o poder de derrubar o “governo” de Temer, o Pequeno.
Mas o mais chocante é perceber como todos estes veículos fazem estas afirmações não em tom de denúncia ou reprovação, mas como se fosse a coisa mais normal do mundo.
Afinal, a corrupção de quem protege os interesses da elite (incluindo-se, aí, a grande mídia [7][8][9]) não é um problema, mas um mero pedágio das vantagens desejadas, perseguidas e alcançadas com o golpe.
Pablo Villaça é um crítico cinematográfico brasileiro e editor do site Cinema em Cena, que criou em 1997, o mais antigo site de cinema no Brasil
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[1] http://oglobo.globo.com/…/prisao-de-cunha-recebida-com-apre…
[2] http://g1.globo.com/…/governo-adota-silencio-para-nao-levar…
[3] http://www1.folha.uol.com.br/…/1824455-personalidade-incont…
[4] https://www.youtube.com/watch?v=2AsHmV6lQUc
[5] http://www.em.com.br/…/prisao-de-eduardo-cunha-aumenta-medo…
[6] http://politica.estadao.com.br/…/geral,antes-da-prisao-cunh…
[7] http://www1.folha.uol.com.br/…/1820312-para-enfrentar-a-cri…
[8] http://www.admin.paginaoficial.ws/…/biblioteca/tabela_midia…
[9] http://www.admin.paginaoficial.ws/…/…/tabelamidia2101452.jpg
Maria Thereza G. de Freitas
20/10/2016 - 16h57
Que falta nos faz um paredón, para os criminosos de lesa pátria que estão pululando por nossas bandas. Será que não existe uma ação possível, mesmo que em tribunais internacionais (aqui a gente já sabe que não adianta). É doloroso assistir, quase passivamente, a destruição de um país, a quebra do orgulho nacional, da soberania, do futuro por um bando de toscos ridículos, indiferentes e irresponsáveis.
Sandra
20/10/2016 - 15h09
Temer aparenta ser mais velho do que é. Tem 76 anos, aparenta 86. Porém isto não é um problema, o problema é sua ética claudicante, suas correntes com gente duvidosa. É, parece que a idade cronológica não melhora algumas pessoas.
Guanabara
20/10/2016 - 13h44
Quem ficou contrariado foi o Serra, que viu a votação do pré-sal ser adiada.
boronov
20/10/2016 - 13h15
PITACO DO BORÔ: ISSO É GRAVÍSSIMO. OS GOLPISTAS DEVERIAM RESPONDER POR CONSPIRAÇÃO, SABOTAGEM, IMPROBIDADE E CRIMES CONTRA A HUMANIDADE. O QUE FIZERAM COM O BRASIL E COM O POVO BRASILEIRO DEVERIA LHES RENDER A PENA MÁXIMA.
SE OS NOSSOS MILITARES TIVESSEM VERGONHA NA CARA E NÃO FOSSEM TÃO COVARDES, JÁ TERIAM METIDO O PÉ NO PESCOÇO DOS IRMÃOS MARINHO E OS LEVADO A FERROS, PARA DAR O TOM PARA O QUE SERÁ FEITO COM OS OUTROS GOLPISTAS.
André Crasoves
20/10/2016 - 15h56
Os militares estão acompanhando a Crise dos mísseis e preocupados com o comunismo. Kruschev e Mao representam perigo e nossos aliados americanos, que só querem, desinteressadamente, o nosso bem, têm reforçado as orientações no sentido de que o Brasil mantenha seus quartéis bem pintados e bonitos e deixe essa coisa ridícula de provavelmente as maiores jazidas de petróleo do mundo, submarino nuclear, Aquífero Guarany, Amazônia Azul, além de bobagens como soberania por conta deles e de suas petrolíferas, grandes profissionais, aliás, e por conta de suas forças armadas. Eles logo estarão em Alcântara – e já mandaram dizer que não querem brasileiros por lá, preocupados que são com nosso descanso e bem estar – e, quiçá, em outros pontos, como Amazônia, zelando pela nossa soberania e garantindo nossa segurança. Claro que o mais importante cientista nuclear do Brasil deverá ficar na prisão por 43 anos, enquanto os americanos – como são bons! – transferem os segredos da centrífuga para beneficiamento de urânio para suas indústrias. Tudo para o nosso bem! Aleluia! Claro que o submarino nuclear, que haveria de garantir a defesa da nossa costa e a proteção do pré-sal será sepultado, mas, em compensação, teremos a 4ª frota garantindo o nosso sono tranquilo. Graças a Deus! Ah! Os nossos militares! Quase ia me esquecendo, de tão tranquilo que fiquei com a vinda dos bons americanos. Bem… os nossos militares deverão continuar monitorando os estudantes, infiltrando-se e namorando as jovens estudantes, garantindo que tudo fique bem e sob controle, para que a elite nacional possa ter muito orgulho deles. Afinal, não estarão a serviço de uma ex-guerrilheira – e sabe como é: uma vez guerrilheira…- ou servindo um povo ridículo que se acha e só quer saber de estudar e virar gente. Imagine! Os militares irão continuar como cachorro correndo atrás do próprio rabo, tentando achar esses comunas. O povo brasileiro… bem… que se dane o povo brasileiro!
Maria Thereza G. de Freitas
20/10/2016 - 16h52
levando. obrigada
Maria Thereza G. de Freitas
20/10/2016 - 16h58
só não concordo em chamar os militares. Tem que ter alguma maneira da sociedade impedir esse descalabro