Por Bajonas Teixeira, colunista de política do Cafezinho,
Em sua segunda viagem ao exterior como presidente, em visita a ONU, Michel Temer aproveitou para mentir quatro vezes: incluiu 85 mil haitianos como refugiados políticos, disse que o Brasil passava por fase de “extraordinária estabilidade política”, afirmou ignorar corrupção pois ter sido vice-decorativo e, por fim, jurou que não vira a saída das delegações latino-americanas.
Agora, na reunião do BRICS, na Índia, repetiu a dose. Primeiro, foi a vergonha de ter sido o único que não foi recebido por Putin, por representar um golpe contra a democracia repudiado pelo mundo inteiro. Esse foi o primeiro grande vexame que Temer deu ao país nessa viagem. O Estadão fez uma matéria sobre o caso com o título Temer o único dos representantes do Brics a não ser recebido por Putin, em Goa.
Não contente, porém, Temer tentou disfarçar esse desprezo dando a entender que fora recebido pelo presidente russo. Relatou até com detalhes as trocas de impressões e confissões íntimas entre os dois, e a despedida em tom de “a gente vai se falando”. Ninguém acreditou e fala-se que a imprensa russa desmentiu. Vejamos as citações da conversa feitas por ele mesmo e transcritas na matéria do Estadão.
Aproveitando para uma mentira dupla, sobre a PEC e sobre Putin, disse Temer:
“Não só o ministro indiano se interessou, como durante um almoço o ministro Putin… o presidente Putin se interessou vivamente, tanto que eu dei explicações as mais variadas sobre o nosso projeto”, disse ele. Instantes depois o presidente brasileiro se referiu ao almoço como “um jantar”. Sem ser questionado, Temer prosseguiu falando de Rússia: “Há uma identidade muito grande de questões econômicas entre a Rússia e o Brasil”.
E mais:
“Na Rússia, me disse ele (Putin), igualmente. E o déficit de R$ 170 bilhões representa no nosso caso 1,8% do PIB, e na Rússia representa 2% ou 2,1%. De modo que, como havia essa identidade, nós conversamos muito sobre o teto dos gastos públicos. Percebo que ele se interessou. Agora não sei o que ele fará.”
Aí vem o momento “a gente vai se falando”:
“Eu fiquei de mandar a documentação da proposta da PEC dos gastos públicos para ele e até para os demais integrantes dos Brics”, explicou.
O motivo dessas mentiras é passar a sensação de normalidade política no Brasil, de estabilidade institucional, e com isso garantir “bons negócios aos empresários do mundo inteiro”. Ou seja, atrair especuladores internacionais e promover as negociatas do PPI para vender o país e arrecadar, no mínimo, R$ 25 bilhões.
De fato, o governo Temer é um sistema de mentiras, para brasileiros e estrangeiros, para realizar negociatas coordenadas pelo recém denunciado, por receber 3 milhões em propinas, Moreira Franco.
Caro leitor, visite e curta a página da MÁQUINA CRÍTICA, que criamos com o apoio do Cafezinho. Abraços.