Prêmio Cágado destaca contribuições negativas à Cultura

PRÊMIO CÁGADO 2016 – Piores contribuições para a cultura brasileira

O Grupo Cágado, com sede em Brasília, torna público o Prêmio Cágado – Piores contribuições para a cultura brasileira 2016. Concorrerão as iniciativas com maior impacto para o atraso cultural do país no corrente ano.

JUSTIFICATIVA

Não há dúvidas de que o Brasil vem passando por intensas transformações nos últimos meses, com inúmeras ideias e iniciativas de governos, personalidades do mundo da cultura, da política e da sociedade civil, que vem colocando o país num novo momento. O Brasil parece enfim acordar para algo ainda não compreendido. Há diversos fatos extremamente relevantes no período, envolvendo desde brilhantes ideias para a Educação, a Cultura, a Ciência e a Tecnologia que nos fizeram pensar: não estará na hora de destacarmos os melhores dentro deste enorme universo? É o que o Grupo Cágado, criado para defender a utilização do acento agudo e da liberdade linguística em nosso país, vem propor, embalado principalmente pelo enorme sucesso alcançado na semana passada pelo Senhor Bob Dylan, recentemente laureado com um merecido Nobel de Literatura.
As reações foram tais, entre aplausos, choros e apedrejamentos verbais, que nos fizeram em última assembléia pensarmos em “entrar na onda” do sucesso alcançado pelo bardo e lançar nosso próprio edital. Nosso objetivo, no entanto, não é orientar o mercado de consumo, como tem sido o efeito Nobel, mas refletir em terras brasilis sobre o que não devemos fazer, se é que queremos um país mais pujante em termos de sua diversidade cultural e desenvolvimento de sua criatividade.
Não, não nos interessa se a culpa é de Bob Dylan ou da jornalista bielorrussa Svetlana Alexiévitch, Nobel do ano passado. A distinção aos dois escritores vindos de outras paragens que não a narrativa de ficção tradicional pode até ter baixado de novo os sinais vitais da literatura (pelo menos aquela que conhecemos). Mas o Grupo Cágado também pensa que tal distinção significa uma chacoalhada em uma arte com diversos atestados de óbito ao longo de sua extensa vida. Não queremos saber se a literatura morreu de novo, mas aproveitar o ensejo para a discussão nacional sobre como nos inserir no próximo bonde.
Para chegarmos lá, a primeira coisa a fazer é saber, afinal, “onde erramos?” Essa a razão de ser do Prêmio Cágado. Diante do exposto e com toda a agilidade do nosso andar anunciamos preciosa doação de nosso grupo à sociedade brasileira, hoje boquiaberta diante da obra de ficção que se desenrola como realidade: o Prêmio Cágado 2016 às piores contribuições à cultura brasileira.

INSCRIÇÕES

As inscrições poderão ser feitas pelo e-mail premiocagado@gmail.com, entre os dias 1 de novembro e 20 de novembro de 2016.

DIVULGAÇÃO DOS VENCEDORES

A comissão organizadora do Prêmio Cágado divulgará no dia 25 de novembro uma lista de quatro grandes vencedores por ordem de relevância da contribuição destrutiva ao desenvolvimento cultural nacional nas categorias:

a) Propostas de Emendas Constitucionais;
b) Ideias para o desenvolvimento da Educação;
c) Reformas Ministeriais;
d) Personalidades

QUEM PODERÁ PARTICIPAR

Poderá participar todo o cidadão brasileiro que contribua negativamente para a diversidade cultural brasileira, fora o presidente da República, fora Michel Temer.

PROMOÇÃO
Grupo Cágado

Leia também o documento inspirador:
“MANIFESTO DO CÁGADO”

“O sentimento e? de revolta, mas o Grupo Ca?gado na?o desiste de, mesmo a passos ta?o lentos, seguir sua luta pela utilizac?a?o do u?til acento agudo na internet. Trac?o de resiste?ncia, de dureza num mundo ja? tomado pela obscenidade do mercado, o acento que queremos na?o e? no Conselho de Seguranc?a da ONU, mas um signo da liberdade lingui?stica numa e?poca de homogeneizac?a?o e fordismo da produça?o e do consumo cultural.
O Grupo Ca?gado, andando a?s voltas com problemas desta e de outras naturezas, pretende com seu formato ser uma espe?cie de escudo vivo para aqueles que se revoltam diante da desfac?atez do mercado e seu jeitinho voraz que tanto lhe serve para melhor abocanhar boquinhas, como vemos por ai?.
Na?o nos calaremos diante da infa?mia e erigiremos o acento como um dedo indicador diante dos narizes mais poderosos. Inclinada em diagonal ascendente, como os acentos que defendemos, arma afrontosa aos costumes dos bom-moc?os e boas moc?as que por ai? trocam o trac?o despudoradamente por aga?s, pondo a nu o intuito de arreganhar nossa li?ngua ou mesmo espatifa?-la com patifarias desta espe?cie.
Mas o Ca?gado ruge ao ataque e corre a defender a u?ltima flor do La?cio (inculta e bela, sabemos, mas nossa flor, hoje despetalada por impudicos interesses). O sangue da li?ngua ma?tria, pa?tria, fra?tria, escorre pelas pe?talas devassadas desta delicada flor latina, transformada a cada dia em balbucio gutural pelos ba?rbaros do norte que, com a forc?a de sua prata e do bronze, fazem do nosso falar estes arreganhos terminados com “h” que recebemos em nossos celulares e e-mails, lugares ja? desolados de qualquer proparoxi?tona ou paroxi?tona que se preze.
Na?o amoleceremos! E em nossa jornada dia?ria estara? a bandeira erguida pela riqueza da diversidade linguística, assim mesmo, sem trema. Alia?s, diversidade e? o que queremos, no?s, homens e mulheres gra?ceis e ao mesmo tempo jubilantes e de boca u?mida pela vito?ria. Por isso, voce?, leitor (a), que tambe?m se sente humilhado (a) por não poder fazer sua expressa?o mais plena cante com a gente:
Viva a li?ngua portuguesa!
Viva o acento agudo!
Viva o ca?gado!
Viva o Brasil!”

Jéferson Assumção:
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