Por Tadeu Porto* (@tadeuporto), colunista do Cafezinho
A partir de hoje, passarei a escrever uma série de textos, intitulada “vote Freixo 50”, com argumentos sobre a importância de se eleger Marcelo Freixo como prefeito do Rio. Conto com a colaboração dos leitores e leitoras do Cafezinho, não só para participar do debate – o interno aqui conosco e o externo com os eleitores e eleitoras cariocas – mas também para compartilhar essas idéias o máximo possível.
Bom, a priori acredito que essa primeira coluna precede uma explicação básica e Ética: como sou mineiro de nascimento e título eleitoral não votarei no Freixo, apesar de fazer essa campanha (#xatiado).
Entretanto, não dá para abandonar a cidade maravilhosa num pleito tão importante[ Defendo Freixo só porque, Rio eu gosto de você…], afinal, uma vitória do deputado estadual é um resquício de esperança para qualquer brasileiro ou brasileira que acredita numa nova maneira de governar. Entre Freixo e Crivella só encontramos em comum o nome Marcelo, de resto são completamente diferentes. Cito alguns exemplos abaixo:
Campanha política
O perfil das campanhas talvez seja o argumento central da diferença gritante entre os dois candidatos cariocas. Segundo a prestações de contas do TSE (acesso dia 07/10/16 no aplicativo do tribunal para Android chamado “Candidaturas”), observamos que Crivella recebeu no total R$ 4.678.300,00, sendo 27.300,00 de pessoas físicas e incríveis R$ 4.651.000,00 de doações de partidos. Enquanto isso Freixo recebeu o total de R$ 760.637,60, muito mais diversificadamente distribuídos em 79.670,00 de pessoas físicas, 405.808,00 de doação pela internet. 13.159,60 de doação de candidatos e 26.200,00 de doações de partido.
A análise quantitativa por si só demonstram o abismo entre os potenciais prefeitos: o ex-ministro da pesca arrecadou seis vezes mais que o professor carioca. Todavia, o diagnóstico qualitativo talvez denote, ainda mais, a enorme disparidade entre a velha e a nova política: Crivella conta com o financiamento altamente concentrado no fundo partidário, dinheiro público que aumentou consideravelmente no início de 2015 (o legislativo aumento três vezes a proposta do executivo na época); já Freixo conta com as contribuições financeiras altamente diversificadas, com sua maioria oriunda de doações espontâneas da internet, feitas por muitas pessoas, o que demonstra um engajamento coletivo da campanha Psolista infinitamente superior ao engessado subsídio de poucos partidos que alimenta a coligação do Crivella.
Ou seja: por um lado temos um candidato ancorado no velho fundo partidário e do outro temos as doações de internet com viés mais solidário e participativo. A diferença fica gritante, não é?
Coligações PRN/PR/PTN x PSOL/PCB
Nas disputas de coligações, um argumento fatídico falaria por si só: os paritdos PRN (do próprio Crivella), o PR (do vice Mac Dowell indicado pelo Garotinho) e o PTN fazem parte do Centrão, bloco controlado pelo ex-presidente da câmara Eduardo Cunha (juntos, esses partidos representam 30% dos votos contra a cassação de Cunha) enquanto o PSOL foi o partido que, junto com a REDE, foi responsável pela representação no conselho de Ética da Câmara que culminou na expulsão do deputado federal carioca.
Todavia, dá para ir além do argumento “pró-Cunha x anti-Cunha”: o PSOL foi responsável por barrar, mesmo com pouquíssimos deputados, a tentativa de anistia do crime de caixa dois no parlamento. O deputado que tentou emplacar esse absurdo, primeiro secretário que presidia a mesa no lugar de Rodrigo Maio, foi o paulista Beto Mansur, do próprio Partido Republicano Brasileiro e, obviamente, companheiro de partido do Crivella.
Bom, por hoje é só galera. Vamos ao debate, com muita tranquilidade e paciência, para ganhar essas mentes e corações contraditórias que residem na cidade maravilhosa!
“Vaaaaai, ser desse jeitoô!!!”
*Tadeu Porto é diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense