Imagine se um tucano fosse tão perseguido pela Polícia Federal como Lula? A esta altura, a mídia brasileira, já estaria fazendo a milésima denúncia a ONU contra o aparelhamento partidário da PF e a criação de uma polícia política para perseguir adversários.
Veja esse novo indiciamento de Lula pela PF e o seu uso pela mídia. Em primeiro lugar, repare que Lula não tem nada a ver com a história. O sujeito em questão é filho de uma ex-mulher de Lula que morreu há mais de trinta anos. Mesmo assim, a manchete, em letras garrafais, é sobre o “Sobrinho de Lula”.
Em segundo lugar, dessa vez a PF forçou a barra. Trata-se de um contrato em Angola, a milhares de quilômetros de qualquer jurisdição brasileira.
Um contrato, em país estrangeiro, entre a Odebrecht, uma das maiores empresas de engenharia do mundo, e uma outra empresa. Pela magnitude da Odebrecht, ela tem contratos com milhares de empresas, mas a polícia política tucana faz uma varredura para ver se tem algum parente distante de Lula que tem contratos com ela. Achou.
Em terceiro lugar, a reportagem, e a própria PF, mais uma vez, fazem insinuações o tempo inteiro sobre os financiamentos do BNDES a Odebrecht. Já foi uma realizada uma CPI do BNDES, prorrogada, em que todos esses contratos foram passados a pente fino por PF, MPF, imprensa, oposição, e não se encontrou nada.
A matéria, em determinado trecho, fala em “empresas financiadas pela Odebrecht”, sem avisar ao pobre leitor que todas as grandes empresas brasileiras, inclusive as de mídia, tem financiamento do BNDES, que foi criado justamente para isso, para financiar as empresas brasileiras.
A teoria da PF é kafkiana? O BNDES teria financiado a Odebrecht em Angola apenas para que esta contratasse o filho de uma ex-mulher de Lula falecida há trinta anos? E o que Lula ganhou com isso? Um conjunto de pedalinhos enterrados em Atibaia?
O BNDES existe para financiar empresas, de preferência as que geram empregos e divisas para o país, como era a Odebrecht, uma das jóias mais valiosas da engenharia nacional, antes desse golpismo ensandecido decidir destrui-la.
É bom lembrar a esses insanos da PF e do MPF que o salário deles é pago pelos impostos cobrados de empresas como a Odebrecht e de seus milhares de funcionários. Se as grandes empresas e seus empregos são destruídos, então não há como cobrar impostos e a arrecadação fiscal desaba, como desabou, justamente por culpa dessa perseguição tresloucada e irresponsável.
O BNDES na versão golpista-tucana é apenas para financiar ricaços que desejam comprar patrimônio público a preço de banana, como já começou a fazer.
A gente fica pensando até onde vai essa loucura golpista. Eles realmente vão destruir todos os negócios de empresas brasileiras no exterior? A economia brasileira já foi pro buraco por causa da Lava Jato. O desemprego está crescendo vertiginosamente, e eles continuam?
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No UOL
PF indicia Lula por corrupção em contratos do sobrinho em Angola
Estadão Conteúdo De São Paulo 05/10/2016 > Atualizada 05/10/201613h01
A PF (Polícia Federal) indiciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção. A PF também indiciou o empreiteiro Marcelo Odebrecht e Taiguara Rodrigues, sobrinho de Lula, estes dois por corrupção e lavagem de dinheiro. O ex-presidente teria beneficiado o sobrinho por meio da Odebrecht em contratos em Angola. Foi na obra de ampliação e modernização da hidrelétrica de Cambambe, no país africano, contudo, que o empresário firmou um contrato milionário com a Odebrecht, em 2012 – que está agora na mira dos investigadores.
Sua empresa Exergia fechou um contrato de prestação de serviços para a empreiteira naquele ano no valor de R$ 3,5 milhões. Taiguara é filho de Jacinto Ribeiro dos Santos, o Lambari, amigo de Lula na juventude e irmão da primeira mulher do ex-presidente, já falecida.
Morador de Santos, no litoral paulista, ele atuava no ramo de fechamento de varandas e viajou para Angola para começar seus negócios naquele país em 2007.
Lucio Bernardo Junior – 15.out.2015/Câmara dos Deputados
Empresário Taiguara Rodrigues, sobrinho de Lula
Alvo de mandado de condução coercitiva da Operação Janus, da Polícia Federal, em 20 de maio deste ano, o empresário Taiguara Rodrigues dos Santos ostenta em seu currículo atuação em obras de empreiteiras financiadas pelo BNDES no exterior na esteira da política de aproximação com países africanos durante os dois mandatos de Lula (2003/2010).
O acerto entre a Odebrecht e a Exergia foi formalizado no mesmo ano em que a empreiteira conseguiu no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) um financiamento para realizar esse projeto na África. O episódio levou o Ministério Público a abrir inquérito para investigar a suspeita de tráfico de influência de Lula em benefício da empreiteira.
Lula já prestou depoimento sobre o caso. Segundo as investigações da Polícia Federal, a obra recebeu um aporte de US$ 464 milhões do banco público.
Em depoimento à CPI do BNDES no ano passado, o empresário admitiu os contratos com a empreiteira. Na ocasião, ele falou por quatro horas à comissão, e disse que o valor é referente a serviços de sondagem, avaliação da topografia e gerenciamento de obras prestados pela empresa. Segundo Taiguara, todos os contratos foram obtidos por meio de licitações dentro da empreiteira.