Bancários: ‘se só a luta nos garante não temos dúvida, estamos na luta’

Rio de Janeiro - Os bancários da maior parte do país encerraram nessa segunda-feira (26) a greve da categoria, que durou 21 dias. Funcionários retiram adesivos de greve das agências.

(Foto: Tânia Rêgo/ Agência Brasil)

Eles querem nos vencer. Mas não vão

Um mês de resistência. Um mês em que fica mais claro a intransigência dos banqueiros e a disposição dos bancários e bancárias de lutar por direitos. Não faltaram pressão, assédio, tensão. Sobraram ameaças. Eles apostaram que cederíamos. Eles tinham certeza de que não tínhamos força para manter a mobilização.

Não, nós não estamos felizes com um mês de greve. Não queremos as agências fechadas. A paralisação não continua porque nós queremos. A greve se mantém pela incapacidade dos patrões em negociar. O movimento cresce porque temos certeza de que não estamos pedindo nada além do que é justo e merecido. Em outras campanhas salariais, apenas os bancários e bancárias das agências do Centro cruzavam os braços. A indignação da categoria fica clara quando os trabalhadores de toda a cidade fortalecem a adesão ao movimento.

O setor financeiro tem acumulado lucros na mesma proporção que avança no arroxo aos trabalhadores. Revela também profunda insensibilidade com a população que precisa acessar os serviços bancários. Nada surpreendente já que o cidadão comum tem sido expulso das agências nos últimos anos, levado a apelar às lotéricas e supermercados como únicas alternativas de atendimento.

Nossas bandeiras de luta estão cada dia mais fortes. Nossa determinação cada vez maior. A greve completa um mês nos dando a certeza de que não há caminho de volta sem as conquistas garantidas. Se só a luta nos garante, não temos dúvida: estamos na luta.

Adriana Nalesso – Presidenta do Sindicato dos Bancários Rio

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