(Foto: Tânia Rêgo/ Agência Brasil)
Eles querem nos vencer. Mas não vão
Um mês de resistência. Um mês em que fica mais claro a intransigência dos banqueiros e a disposição dos bancários e bancárias de lutar por direitos. Não faltaram pressão, assédio, tensão. Sobraram ameaças. Eles apostaram que cederíamos. Eles tinham certeza de que não tínhamos força para manter a mobilização.
Não, nós não estamos felizes com um mês de greve. Não queremos as agências fechadas. A paralisação não continua porque nós queremos. A greve se mantém pela incapacidade dos patrões em negociar. O movimento cresce porque temos certeza de que não estamos pedindo nada além do que é justo e merecido. Em outras campanhas salariais, apenas os bancários e bancárias das agências do Centro cruzavam os braços. A indignação da categoria fica clara quando os trabalhadores de toda a cidade fortalecem a adesão ao movimento.
O setor financeiro tem acumulado lucros na mesma proporção que avança no arroxo aos trabalhadores. Revela também profunda insensibilidade com a população que precisa acessar os serviços bancários. Nada surpreendente já que o cidadão comum tem sido expulso das agências nos últimos anos, levado a apelar às lotéricas e supermercados como únicas alternativas de atendimento.
Nossas bandeiras de luta estão cada dia mais fortes. Nossa determinação cada vez maior. A greve completa um mês nos dando a certeza de que não há caminho de volta sem as conquistas garantidas. Se só a luta nos garante, não temos dúvida: estamos na luta.
Adriana Nalesso – Presidenta do Sindicato dos Bancários Rio