(Foto: Drew Buckley/REX/Shutterstock)
Arpeggio – coluna do editor
Por Miguel do Rosário
Parodiando Tolstoi, digamos que as eleições felizes, vitoriosas, são todas iguais; as infelizes o são cada uma a sua maneira.
A brutal diminuição do PT, em número de prefeituras, quantidade de eleitores e orçamento administrado, tem provavelmente as seguintes causas:
- As mesmas que produziram essa imensa rejeição emocional ao partido, provocada pelo golpe. Observe-se, no entanto, que PP e PMDB, com um número bem maior de parlamentares envolvidos na operação Lava Jato, passaram ilesos pelo crivo eleitoral. O PMDB ampliou o número de prefeituras de 1.017 em 2012 para 1.043 em 2016. O PP passou de 473 para 499. A única vítima foi o PT. Isso foi possível pelas mesmas razões que levaram ao golpe. Mais um forte indício de que a Lava Jato foi conduzida com objetivo específico de derrotar o PT.
- Construção de uma narrativa massacrante, disseminada por todos os meios de comunicação de massa, além de vocalizada por lideranças conservadoras nos partidos e nas instituições (como Gilmar Mendes) de que o PT era uma “organização criminosa”. A prisão de dois ministros da cúpula petista, às vésperas do pleito, sob acusações absolutamente vazias, mostrou-se uma estratégia ardilosamente montada para prejudicar eleitoralmente o partido.
- As críticas à Lava Jato batem no gigantesco muro de blindagem criado pela grande mídia e não chegam à população. A mídia descreve as críticas como vindas apenas de “petistas”, sonegando acintosamente que os setores sociais mais diversos, da intelectualidade, do mundo do direito, da academia, das ciências, juízes, procuradores, tem criticado radicalmente os métodos e os objetivos da operação.
- Fracasso absoluto do PT de responder aos ataques da mídia. Até hoje, depois de mais de dez anos de conspirações midiático-judiciais, o PT não tem um site centralizando respostas às denúncias, com um viés ao mesmo tempo jurídico e político. Mesmo no poder, o partido jamais organizou debates com juristas críticos à instrumentalização da justiça por interesses partidários. Ao contrário, o governo Dilma elogiava a Lava Jato constantemente, apenas com críticas pontuais. No escândalo do mensalão, personalidades do partido, como Genoíno, Dirceu e Pizzolato foram abandonados pela legenda, mesmo havendo abundantes provas de que estavam sendo condenados injustamente.
- O governo Dilma desconstruiu a sua própria imagem, ao tratar a comunicação com um desprezo e uma arrogância inacreditáveis. Depois de recuperar sua aprovação de maneira admirável no segundo turno das eleições de 2014, Dilma resolveu jogar todo o capital político adquirido no lixo, nomeando Levy para a Fazenda, sumindo da mídia, escolhendo o nome de Katia Abreu como sendo a primeira ministra a ser anunciada no novo governo, montando um ministério sem nomes com prestígio social. Não haveria problema em nomear Katia Abreu para a pasta de Agricultura, e sim em seu nome ser o primeiro anunciado. Dilma deveria anunciar nomes de prestígio na opinião pública, e deixar a Katia Abreu para o final. Comunicação não é propaganda e sim relação com o público. Dilma encerrou o único contato que tinha diretamente com a sociedade, o Café com a Presidenta, distribuído para milhares de rádios em todo país. Não o substituiu por nada. Não divulgava vídeos, porque, segundo um assessor, “não gostava de vídeos”. Sua equipe de comunicação era de uma incompetência atroz, expondo a presidenta a todo o tipo de constrangimento nas raras vezes quando aparecia em público, como o discurso da mandioca, de óbvias conotações sexuais.
- O PT investiu milhões de reais numa agência norte-americana que, na primeira crise, fez as malas e voltou aos Estados Unidos. Durante anos foi o partido que mais recebia fundo partidário e literalmente jogou toda essa verba no lixo, sem se preocupar em construir nada duradouro. O partido não tem estruturas de comunicação independentes, sustentáveis, em nenhuma parte do país. Apoiou-se nos blogs com um egoísmo incrível, porque ao mesmo tempo em que admitia que eram eles que poderiam fazer o contraponto com a grande mídia, suas prefeituras, governos estaduais e, sobretudo, a presidência da república, despejavam bilhões de reais no cartel liderado pela Globo. E quando começou, quase de má vontade, e já ao final do governo Dilma, em função dos blogs terem alcançado enormes índices de audiência, a anunciar em alguns blogs, o fez sem nenhuma inteligência, sem fazer uma defesa política da necessidade do poder público de não colaborar com a concentração dos meios de comunicação e investir na pluralidade da informação. PT, sindicatos e centrais controlados pelo partido, parlamentares, executivos, jamais organizaram seminários, encontros ou congressos para discutir o problema da comunicação no país. Os governos Lula e Dilma jamais entenderam a importância, por exemplo, de construir uma comunicação internacional, como possuem tantos países, para que a narrativa sobre nossos problemas não ficasse sob o controle do monopólio privado.
- A escolha de ministros de tribunais superiores, assim como o debate sobre novas leis penais, não foram discutidos com juristas do campo progressista, alguns inclusive filiados ao partido. Tudo foi tocado às pressas, sem cuidado nenhum com as consequências de longo prazo em termos ministros do STF ou procuradores gerais não alinhados aos objetivos estratégicos do partido.
- Despreparados, desarticulados, mudos, surdos, sem oferecer resistência ou combate, foram destroçados pelas conspirações midiáticas. Hoje são acusados de montarem um “esquema” para permanecer no poder mesmo tendo escolhido procuradores-gerais, ministros do STF e do STJ, sem o mínimo de compromisso com o projeto do próprio partido. Até hoje Lula repete que escolhia, para a vaga de procurador-geral da república, o primeiro nome votado na corporação porque era assim no “sindicato”, transferindo uma prerrogativa que pertencia ao povo brasileiro, através de seu representante máximo, o próprio presidente, para um punhado de burocratas pertencentes a uma verdadeira casta.
- Não se ofereceu uma “ponte para o futuro” (essa ausência de projeto, que acusávamos desde 2010, foi suprida então pelo PMDB, mas com um projeto antes voltado ao retrocesso) ao povo brasileiro, condição essencial para que ele entendesse para onde estaria indo. O governo nunca se deu ao trabalho de oferecer à sociedade estudos e projetos de como seria o Brasil no futuro, caso permanecesse na trilha de um desenvolvimento sustentável do ponto-de-vista social e ambiental.
- Não houve nenhuma preocupação em financiar uma cultura voltada à transformação da sociedade. A Ancine passou a patrocinar, com dezenas de milhões de reais de dinheiro público, filmes profundamente despolitizantes, que detonavam a política e o próprio governo. Não se financiou a construção de salas de cinema nas periferias e cidades menores, de maneira a proporcionar mais sustentabilidade e autonomia à produção audiovisual. Sobretudo, não se pensou em libertar a cultura da prisão da mídia concentrada, através de programas que permitissem às obras serem publicizadas em meios alternativos.
- A nomeação de Joaquim Levy para o ministério da Fazenda foi o último erro trágico de Dilma. Pensando em agradar aos mercados, não ouviu a voz do bom senso, da obviedade, de que a política de austeridade defendida por Levy geraria mais crise, mais queda de arrecadação e, portanto, mais problemas fiscais, tudo isso somado à perda de base social em função exatamente da austeridade. Dilma defendeu mais austeridade do que setores do centro, como Renan Calheiros, que chegou a reclamar, por diversas vezes, que a presidenta não enviava uma “pauta boa” para ser discutida no Senado. Ou seja, Dilma colaborou com a mídia para transformar a política numa narrativa de pesadelo, e tudo isso por acreditar na mídia.
- O PT, por sua vez, abandonou completamente a política. No Rio de Janeiro, o blog da legenda saiu do ar, não havia organização de debates, encontros, nada. O partido nacional apenas se encontrava em eventos fechados, em hoteis de luxo, onde torrava o fundo partidário com festas inúteis, esquizofrênicas, comemorações sem sentido enquanto seus dirigentes continuavam a ser vítimas de todo o tipo de conspiração judicial e o governo afundava em crises mais e mais profundas. Ao invés de fazer eventos simples, sóbrios, voltados a um debate crítico, abrindo o partido à sociedade, democratizando e aprimorando o processo de eleições internas, o partido optou por aquilo que mais podia prejudicar sua imagem: festas artificiais, esvaziadas de conteúdo propositivo, excessivamente partidárias e autocentradas, sem a mínima preocupação de como tudo aquilo seria comunicado à opinião pública.
- Essas são avaliações do passado recente, dos últimos dois anos. Mesmo com o golpe, o partido não apresentou nenhuma ideia nova, nenhuma proposição objetiva de como montar uma resistência nacional e internacional ao avanço do fascismo, do autoritarismo.
- Vejam o caso de Haddad. Em quatro anos de governo, Haddad não montou uma estratégia de comunicação criativa, para responder aos ataques da mídia, defender os seus projetos e oferecer uma contra-narrativa. Tudo que levou adiante foi destruído pela narrativa da imprensa. Lembro-me de que Haddad participou de um encontro de blogueiros em São Paulo, onde fez um discurso fantástico, moderno, arrojado, mas não se preocupou em gravar e mostrar isso ao mundo. Haddad tinha que ter montado projetos de comunicação em todas as línguas, fazendo jus ao extraordinário cosmopolitismo de São Paulo. Com isso, seria defendido no mundo inteiro e poderia mudar o destino das eleições na cidade e no Brasil. Seus assessores de comunicação eram oriundos da grande imprensa e não se construiu nenhuma estratégia ousada para financiar, em larga escala, na escala que um município como São Paulo, a maior cidade da América Latina, merece, projetos independentes e progressistas de jornalismo. Imagine se toda a periferia de São Paulo tivesse recebido, de maneira ágil, transparente, desburocratizada, financiamentos para montar rádios, jornais, portais de notícias, documentários? Evidentemente, seria criado uma massa crítica em defesa do prefeito muito maior, e ele poderia se reeleger.
O título do post é inspirado numa reportagem científica, publicada numa revista especializada, a New Scientist. A matéria, intitulada “Galáxia Kamikaze explode após mergulhar na Via Láctea”, conta uma história muito interessante, que imediatamente eu percebi ser uma metáfora perfeita para alguma coisa.
O texto é delicioso, e começa assim: “Não mexa com a Via Láctea. Uma pequena galáxia da constelação de Hercules aprendeu isso da pior maneira, depois de mergulhar em nossa galáxia e ser despedaçada por sua força gravitacional.”
A metáfora, penso eu, vale para o PT. Ele se aproximou demais da Via Lactea, desse poder monstruoso, brutal, egoísta, que governa e explora o Brasil há séculos, e reúne dezenas de poderosas galáxias, que são o judiciário, o poder financeiro, a mídia, os interesses imperialistas, todas elas cheias de buracos negros e estrelas perigosas. O PT foi orbitando ao redor dessa Via Lactea até literalmente explodir, da mesma forma que a galáxia anã da constelação de Hercules.
O PT jamais poderia se aproximar, sozinho, isolado, desta Via Lactea, antes de se unir a outras tantas galáxias, de forma a criar o seu próprio campo gravitacional, um campo forte o suficiente para não explodir ao contato dela.
Tinha que ter se unido, de maneira democrática, sem impor nada, a outras pequenas galáxias, de tipo progressista, mesmo que minoritárias, pequenas, do judiciário, do ministério público, da polícia federal, do empresariado, do campo social, da mídia alternativa. Tinha que ter brigado para fortalecer essas galáxias todas, para que, no momento que precisasse se aproximar das grandes galáxias adversárias, não perdesse a sua identidade, não explodisse politicamente.
A galáxia anã que explodiu ao contato da Via Lactea gira, há alguns bilhões de anos, na órbita daquela que a destruiu, e, a cada volta que dá, vai se esfacelando um pouco mais. Até que será finalmente extinta.
Espero que o PT não permaneça nesse mesmo estado tanto tempo. Mas precisará sair do pedestal – hoje ridículo – de sua autossuficiência e discutir abertamente, com a sociedade, o seu futuro.
Maira Azevedo
20/10/2016 - 23h11
Um importante vácuo: dar atenção às políticas ambientais. Recurso Natural, seu manejo adequado, uso do espaço, compensações, políticas integradas de saneamento, energia, saúde…. Questões mais que estratégicas pra um governo inteligente que pense na sociedade, num mundo já em processo de adaptação às mudanças climáticas!
Eu
04/10/2016 - 21h36
Embora, quantitativamente, o PT tenha sido o maior prejudicado na eleição, o que chama a atenção na tabela de dados estimados pelo Miguel do Rosário é bem mais sombrio. Todos os partidos mais à esquerda no espectro político perderam votantes, mesmo quando obtiveram mais cargos eletivos, enquanto que todos aqueles à direita no espectro aumentaram o capital eleitoral. Isto me parece botar luz em um aspecto bem mais inquietante que a relevância do PT na esquerda nacional, que seria a sobrevivência desta esquerda frente a uma campanha, aparentemente bem sucedida, de demonizá-la e afastar eleitores deste lado do espectro mediante o “recall” de velhos discursos do anticomunismo extremado e da fascistização violenta nas ações das ruas. Quantas gerações de governos bem sucedidos seriam necessárias para desfazer algo assim? Não custa lembrar a aceitação relativamente fácil destes recursos, em uma sociedade pouco instruída e cuja geração atual cresceu e educou-se à sombra de uma ditadura autoritária, e em um momento de refluxo mundial da direita mais reacionária. Se a esquerda não se reinventar, e não apenas na comunicação, não é apenas o PT que corre o risco de extinção, mas o pluralismo democrático em si. A pensar…
Quico Frederico
04/10/2016 - 06h40
CURTO E GROSSO VOU DIZER AQUI O QUE DE FATO DERRUBOU O PT: EM 1 LUGAR OS ROUBOS BILIONARIOS PRATICADOS POR ESTE PARTIDO ROUBOS ESSES QUE CHAMARAM A ATENÇÃO DA MIDIA, EM 2 LUGAR OS PROPRIOS INTEGRANTES DO PT DEDURAM O ESQUEMA COM ISSO A CASA CAIU PRO PARTIDO E POR FIM O PROPRIO PARTIDO SE AUTODERRUBOU AO NÃO CONSEGUIR CONTROLAR A MIDIA E FRACASSAR NA TENTATIVA DE IMPLANTAR O REGIME SOCIALISTA COMUNISTA QUE TANTO QUERIA IMPLANTAR
Quico Frederico
04/10/2016 - 06h26
Hoje são acusados de montarem um “esquema” para permanecer no poder mesmo tendo escolhido procuradores-gerais, ministros do STF e do STJ, sem o mínimo de compromisso com o projeto do próprio partido KKKKKKKKKK ATE MESMO OS JUIZES ESCOLHIDOS A DEDO ABANDONARAM O PT KKKKKKKKKK SERA QUE FOI PORQUE O ASSALTO FOI TANTO QUE OS JUIZES NÃO TINHAM MAIS COMO DEFENDER A QUADRILHA??
Quico Frederico
04/10/2016 - 06h23
PT não tem um site centralizando respostas às denúncias KKKKKKKKKKKKKK
O QUE NÃO FALTA É SITE DEFENDO O PARTIDO MAIS CORRUPTO DO BRASIL VOU CITAR AQUI SO ALGUNS-ALEM DESTE SITE LOGICO-PCO, BRASIL24, CONVERSA AFIADA, BRASIL DE FATO ENTRE OUTROS
Sérgio Silveira
03/10/2016 - 21h59
Análise derrotista de brizolista despeitado com o sucesso do ÚNICO partido de esquerda que fez e consegue realmente FAZER a diferença… O que Brizola teria feito de melhor? Bater na globo e cair com 1 ou 2 anos de governo?!
Os “erros” do PT foram muito inferiores ao MASSACRE politico/midiático/judicial a que está sendo submetido desde 2005!! Pelo menos 11 ANOS ininterruptos, dia sim outro também por uma mídia canalha e golpista. E ainda sim sobreviveu, para incredulidade dos golpistas, podem apostar.
O PT foi ingênuo e republicano demais, talvez ai o seus maiores erros.Pagou por estar à frente do seu tempo. Fernando Haddad, é um exemplo. Seria muito mais respeitado num pais europeu.
Me citem um ÚNICO partido que teria sido capaz de sobreviver e superar tudo o que o PT passou e ainda sim DERROTAR 4 VEZES CONSECUTIVAS toda uma máquina corrupta, implantando politicas sociais inclusivas de sucesso real!!! Desculpem, mas sem ajuda do PT, nem Brizola.
E podem apostar, não importa o que tentem fazer de mal contra o PT, ele já sobreviveu e retornará. O campo progressista só terá alguma chance de se sobressair se contar com a guarida do PT. Fora isso serão anos de governos reacionários…
Osmar Gonçalves Pereira
04/10/2016 - 02h15
Sergio, me parece que a critica é justamente sobre a “ingenuidade”. Nesse sentido cabe não esquecer Brizola: sabia muito bem o que era e é a mídia “nacional”.
Vinicius Aquini Gonçalves
04/10/2016 - 15h19
Ahoi
1. O que você tem que ver é que de fato houveram avanços sociais importantes nos governos do PT (näo vou citar os programas, pois se é um petista dedicado, bem os conhece), no entanto, muitos desses avanços foram diluídos pela crise. Com mais de 7% de inflação e mais de 11% de desemprego, muitos daqueles que haviam saído da pobreza voltaram para ela.
2. O ataque da mídia não começou em 2005 e sim muito depois. O governo lula se encerrou com todas as glórias, com um crescimento de 7,5% e apoio da mídia que passou a criticá-lo depois dos insucessos do governo Dilma. Claro que esse sucesso se devia a uma dilação do crédito tremenda que endividou muito a população. Esse modelo se saturou, logo depois do fim do governo dele. Lula fez mais um grande erro: eleger uma burocrata como sua sucessora. Ela conseguiu destruir boa parte do seu legado.
3. Sérgio, o marqueteiro de Dilma e (vários outros) já confessou que as campanhas foram financiadas com caixa dois. São várias as delações que suportam isso e muito desse dinheiro vinha das empreiteiras ou de empresários como Eike Batista. Então derrotou a máquina corrupta com uma máquina corrupta? Como assim?
4. Eu cansei dessa argumentação do golpe. Quem argumenta que houve golpe não sabe o que é divisão dos poderes e que o executivo não pode aumentar o seu orçamento indiscriminadamente sem um aval do legislativo. Depois de todos as provas de obstrução de justiça direta da Dilma e do Lula, não vejo golpe. Dilma mentiu sobre a situação econômica do país para ser eleita e ainda maquiou as contas do governo ao evitar repasses aos bancos públicos. Desse modo ela trapaceou para ser eleita. Soma-se a isso o mencionado caixa dois. Mesmo que ela não soubesse de nada, ela foi beneficiada por isso. Ou seja, A DILMA NÄO FOI ELEITA DEMOCRATICAMENTE. Trapacear e ser eleito não é democrático, mas sim manipulação da opinião pública. O mandato não pertence ao candidato, mas sim ao povo. Os senadores e deputados que a cassaram eram tão democraticamente legitimados quanto a presidente. Ela cometeu crime fiscal e foi cassada pelo poder responsável por essa fiscalização, o legislativo (como símbolo disso veja que até o TCU faz parte do legislativo).
5. Concordo, o PT sobreviverá, mas jamais com o tamanho que teve. O PT mudou o Brasil, acordou uma boa parte da população para a política e arrancou o comodismo de muitos. A roubalheira desse governo nessa tentativa de perpetuação no poder foi tão grande que transformou o Brasil.
Saudacöes
ricardoaraxa
03/10/2016 - 21h44
O primordial agora é o PT e esquerda em geral,se organizar e colocar seus melhores quadros,para candidatarem para deputados e senadores.É ai que o bicho pega.Não adianta ser eleito para o executivo sem bancadas de apoio.A maioria de deputados e senadores são conservadores.Precisamos reverter isso.
levi Eliphas zahede
03/10/2016 - 19h38
Pela crítica o autor acha que PT deveria ter aparelhado mais ainda o estado.
Não ví nenhuma palavra sobre os roubos e escândalos de corrupção.
O PT caiu por uma série de fatores, mas os principais foram a arrogância multiplicada pela falta de moral e ética.
Leopoldo Pereira
03/10/2016 - 22h32
Corrupções inventadas pela mídia e sem provas para condenar o PT não valem nada, e não merecem holofotes num blog, cujo blogueiro investiga fatos e não factoides. Fica a dica: questione mais; não deixe ninguém te manipular.
Quico Frederico
04/10/2016 - 06h34
INVENTADAS PELA MIDIA?? KKKKKKKKKKKK SERA QUE TODAS AS DELAÇÕES PREMIADAS SÃO MENTIRAS?? A VERDADE É TODOS OS CONDENADOS DO PT FORAM CONDENADOS APENAS DEPOIS DE A MIDIA MOSTRAR TONELADAS E TONELADAS DE PROVAS
Ulisses Silveira
04/10/2016 - 10h34
Mostre um kg apenas!
Jonas Carvalho
03/10/2016 - 20h17
Parabens Miguel,pela sua analise.Realmente o PT foi muito ingenuo e incompetente.Treze anos no poder eram mais que suficientes para enquadrar as forcas reacionárias, principalmente a midia (pig).Nao o fez e está vendo ruir tudo de positivo de seu governo.Como disse Nassif o PT vai ter que se refundar, ou se extinguirá como sempre quiseram os golpistas.
Roque Silva
03/10/2016 - 18h37
Enquanto todos batem cabeça tentando entender o momento político eles avançam com o ” Grande Proje “: http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/POLITICA/517027-PLENARIO-DA-CAMARA-RETOMA-VOTACOES-COM-PROPOSTA-QUE-MUDA-REGRAS-NO-PRE-SAL.html
Tamosai
03/10/2016 - 18h14
Crítica excelente. É preciso mencionar também que as eleições ocorreram num contexto de crise econômica nacional e mundial. O preço de diversas commodities caiu muito e isso teve um impacto enorme na economia. O nível de desemprego é alto, e foi ampliado pelas atividades persecutórias da Lava-jato contra empresas, que se propagou para diversos setores da economia. Em cima disso tudo houve o auxílio inestimável da mídia hegemônica, que passou narrativas de que petistas são corruptos, que a corrupção é a causa principal dos problemas, que os “justiceiros” são heróis, mesmo que não mexam com o PSDB. Acima de tudo a mídia hegemônica baixou a autoestima dos brasileiros, denegrindo tudo que pudesse ser louvado e exagerando nos pontos negativos. Isso foi posto em prática desde que o Lula teve o seu primeiro mandato. Ou seja, mais de uma década de campanha negativa contra as esquerdas. A demonização da política pela mídia teve vários efeitos nefastos também, mas deixo isso para um próximo texto.
É claro que a esquerda cometeu erros, especialmente a Dilma. Os inimigos da democracia são poderosíssimos, mas perderam 4 eleições. Vamos sacudir a poeira, analisar estratégias para o futuro e dar a volta por cima.
Pedro Pereira
03/10/2016 - 17h39
Todo mundo fazendo análises muita profundas… políticas… culturais… todas válidas. mas ninguém se atentou ao básico do determinismo econômico…
A população (que votou!) e fez questão de eleger os candidatos de oposição ao PT, responsabilizou o PT pela crise econômico, desemprego, falências, inflação, cortes em investimentos sociais, ou seja, o cenário de estagflação que vivemos, o que é natural. (eu discordo, mas isso não tem a menor importância)
O que eu depreendi da eleição, a maior parte da população (abstenções e votos da esquerda) não confia nos opositores do PT para garantir uma recuperação econômica decente para o país, tanto que as abstenções foram imensas.
Ou seja, os governos de direita terão muita dificuldade de realizar retrocessos de direitos sociais, e manter um politica econômica recessiva, terão que alavancar o crescimento. o que sabemos como quase impossível. A direita vai ter que mostrar serviço no governo, porque só o pig não basta.
migueldorosario
03/10/2016 - 17h57
Sim, mas culpou porque houve um trabalho de lavagem cerebral.
guilhermenagano .
03/10/2016 - 18h12
E um líder do PT (Alfonso Florence) acaba de dizer que o resultado da eleição mostra força e superação da legenda, a queda expressiva do PT foi “conjuntural”…aprenderam alguma coisa? Estão em condição de manter essa arrogância?
Tales
04/10/2016 - 09h15
bom ponto… complementa bem a ótima análise do miguel do rosario
guilhermenagano .
03/10/2016 - 17h31
Isso continua colocando a maioria da culpa na questão da comunicação! A Venezuela arrebentou os meios privados de comunicação, deu certo? Lógico que não! Ah e continua com esse discurso de golpe e perseguição, afinal funcionaram muito bem até aki né?
Antonio Carlos Lima Conceicao
03/10/2016 - 17h30
Vão tentar impedir o PT de se levantar dos seus escombros, até porque sabem que o não mata fortalece, e o PT depois de todos erros aprenderia, mas escrevi no subjuntivo por desconfio que o PT não aprendeu.
Sandra Francesca de Almeida
03/10/2016 - 17h19
Crítica duríssima, mas necessária. Perdemos, nós, as esquerdas, por excesso de “republicanismo”. por burrice e incompetência. Voilà!
Ester L. Nepomuceno
03/10/2016 - 17h09
Concordo com você. Mas, uma curiosidade: você e os outros blogueiros “sujos” que já tinha percebido isso chegaram a falar com Dilma e Lula e outros elementos do PT? Sou assinante deste blog e de outros. Voces deveriam ter feito uma campanha bem acirrada desta falta de comunicação. Se fizeram, eu não vi.
migueldorosario
03/10/2016 - 17h29
Pô, eu cheguei a ser repetitivo! Faço críticas similares há anos, desde 2011 pelo menos!
Tamosai
03/10/2016 - 18h19
Exatamente. Li várias críticas do blog à falta de uma política de comunicação. Foram de uma ingenuidade quase pueril contra bandidos profissionais.
Jose X.
03/10/2016 - 16h46
parabéns Miguel do Rosário, primeira crítica decente e objetiva que vejo em relação ao PT, principalmente em relação a outros blogueiros da esquerda ou independentes