Trem da alegria 2: Verba pública para revista Época cresce 900%, para Jornal O Globo, 230%

Por Miguel do Rosário

Realmente, o discurso de austeridade fiscal do governo vale apenas quando se trata de cortar investimentos em educação, saúde e aposentadoria do pobre; não para as mamatas da Globo, Folha, Estadão e Abril, os quatro cavaleiros do golpe.

O trem da alegria começou a rodar a todo vapor!

Os pixulecos federais para os apoiadores do golpe estão brotando como maná dos céus!

Ao mesmo tempo em que a arrecadação fiscal do governo sofre uma das maiores quedas em décadas, os repasses federais para a Editora Globo, que edita a revista Época, dispararam 586%, na comparação de janeiro/agosto de 2016 com o ano inteiro de 2015.

Na média mensal, o crescimento foi de mais de 900%.

Os repasses ao Infoglobo, responsável pelo jornal O Globo, cresceram 120% este ano; na média mensal, o crescimento foi de 230%.

Após o sucesso do post anterior, o Cafezinho fez um outro estudo estatístico com os números da Secom para publicidade federal. (Qualquer um pode fazê-lo, basta acessar este link).

No post anterior, usamos o período de 4 meses, de maio a agosto de 2016, para checar o comportamento do governo já sob o comando de Michel Temer, comparando-o com o mesmo período de 2015.

Uma novidade desse post é que a gente agora discriminou os repasses para as diferentes empresas dos grupos Globo e Folha.

Desta vez, eu peguei os oito primeiros meses de 2016, e os comparei aos 12 meses de 2015.  Dei uma colher de chá para a mídia.

Observe que são períodos diferentes: 12 meses de 2015 contra 8 meses de 2016; e mesmo assim encontramos um crescimento indecente no repasse federal a alguns meios de comunicação.

A editora Caras, uma espécie de laranja da Abril, recebeu R$ 1,55 milhão da Secom nos oito primeiros meses de 2016, um crescimento de 2.473% sobre os valores recebidos no ano inteiro de 2015.

Poderia-se alegar que isso se dá pelo fato da Caras ter herdado algumas revistas da Abril. Não. Isso não tem sentido, porque os títulos que a Abril repassou à Caras são decadentes, fracos, com pouca representatividade. E além do mais, os repasses para a Abril também cresceram vertiginosamente nos últimos meses, com sua média mensal disparando quase 50%.

Os donos da Abril, a família Civita, são também sócios da Caras.

Reitere-se que estamos comparando períodos diferentes.  Se formos considerar a média mensal dos repasses à Caras, o aumento seria muito maior, de 3.760%!

O aumento do desemprego, que já atinge 12 milhões de pessoas, não tem impedido o governo de retribuir os amigos da mídia pelo apoio que deram às conspirações que levaram ao golpe.

A TV Globo deve ser premiada mais para o fim do ano. Mas a Editora Globo, que edita a revista Época e o Infoglobo, que edita o jornal O Globo, já estão sendo regiamente pagos pelo apoio à derrubada da presidenta Dilma Rousseff.

Os recursos apenas para a Folha (sem contar o UOL) cresceram 20% este ano, na comparação de jan/ago de 2016 com todo o ano de 2015. Na média mensal, o aumento foi de 80%.

Somando Folha e UOL, a média mensal dos repasses federais cresceu 41% este ano.

O Yahoo!, que emprega blogueiros de ultra-direita, como Claudio Tognoli, também recebeu repasses federais recordes, de R$ 690,5 mil em jan/ago de 2016, um aumento de 24% sobre todo o ano de 2015. Na média mensal, um aumento de quase 90%.

 

 

Abaixo, a tabela indexada por ordem de valor, com os principais recebedores da Secom nos últimos 2 anos.

Eu incluí uma coluna de média mensal, para corrigir a distorção da diferença dos períodos. Repare que os líderes do golpe são os que experimentaram maior crescimento da publicidade federal: Abril/Caras, Globo, Folha, Estadão, RBS.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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