A mídia brasileira até agora não deu atenção nenhuma ao Bahamas Leaks, porque é um desses escândalos cuja narrativa foge a seu controle.
É um escândalo que não atinge o PT, não interessa ao golpe, então não é notícia.
Em geral, a mídia usa esses vazamentos do ICIJ sobre paraísos fiscais apenas para apimentar a Lava Jato.
A única matéria que eu vi na mídia sobre o Bahamas Leaks é a presença do nome de Leo Pinheiro. Ora, o vazamento traz o nome de diversos brasileiros importantes.
Já mencionei, em post anterior, a presença de José Roberto Marinho no Bahamas Leaks.
Encontramos agora outro nome da família Marinho: Paulo Daudt Marinho, filho de José Roberto Marinho e controlador de várias tvs Brasil a fora.
Daudt Marinho era, inclusive, sócio de J. Hawilla em algumas tvs do interior de São Paulo.
Hawilla foi preso há pouco tempo nos Estados Unidos, acusado de diversos crimes de corrupção.
Segundo o Bahamas Leaks, Paulo Daudt Marinho é dono de uma offshore chamada Canary Global Ltd, cuja criação foi intermediada, assim como a empresa de José Roberto Marinho, pela Trident Corporate Services.
Encontramos também uma empresa chamada Globo Overseas, que muito provavelmente é mais uma offshore controlada pela Globo, visto que o grupo possui, nas Ilhas Virgens Britânicas, uma empresa chamada Globo Overseas Investments BV.
Essas offshores estão registradas na Receita Federal do Brasil? A imprensa não vai correr atrás dessa informação?
É importante e instrutivo saber se a família que construiu seu império sob o impulso da ditadura militar, através de uma concessão pública, está pagando seus impostos em dia.