Por Bajonas Teixeira, colunista de política do Cafezinho
A denúncia contra Lula, apresentada pelos procuradores do Ministério Público Federal, causou profunda consternação entre os notórios inimigos de Lula e do PT. Em especial a mídia. Veja, Folha de São Paulo, UOL, Portal G1 da Globo, a revista Época, todos refletem uma profunda irritação e perplexidade com a tosca denúncia do MPF.
Na Veja, o jornalista Reinaldo Azevedo, nome recorrentemente associado à extrema direita, expressou sua revolta e indignação com a denúncia inepta do MPF citando um juiz federal que teria falado sob a condição de anonimato:
Um juiz federal, que acompanha esse caso de perto, também comentou com este jornalista: “Eles cometeram um erro primário. Nem um infiltrado de Lula na força-tarefa seria capaz de ideia tão brilhante para colaborar com o ex-presidente”.
A avaliação sobre o “brilhantismo” desses procuradores que cometeram erros tão primários é geral. Esperava-se provas e fatos que fossem convincentes e que, num clima de guerra, pudessem municiar a mídia para dar continuidade à sua campanha de massacre contra Lula e o PT. Ao invés disso, os procuradores da Lava Jato forneceram todos os argumentos que o PT poderia sonhar para apontar o caráter partidário e persecutório da operação.
Diante de acusações tão graves, não se esperava menos que provas muito robustas. Ao invés disso, viu-se que a equipe jogou na base do “se colar, colou”, tentando soldar na base da saliva, com frases vazias, o abismo deixado pela falta de provas.
Ao que parece, as únicas provas robustas deixadas foram a da própria inépcia dos procuradores ao fazerem a denúncia tão aguardada. Este seria o clímax de toda a Lava Jato, a joia da coroa, a cereja do bolo, mas terminou sendo a única coisa que podia ser: uma demonstração pública, cabal e irrefutável, de que a Lava Jato é uma impostura.
O portal da Globo na internet, o G1, agora pela manhã traz doze matérias sobre a morte trágica do ator Domingos Montagner, e nenhuma sobre as graves denúncias conta Lula. Ninguém ignora o humanitarismo da Globo, mas o assunto principal evidentemente seria Lula se a Lava Jato tivesse dado o serviço como esperado.
Na Folha de São Paulo/UOL a decepção não é menor. A manchete, que usamos para ilustrar esse artigo, é lúgubre: Para juristas, denúncia contra Lula é pouco técnica e pressiona a Lava Jato. Uma das manchetes secundárias aponta o desgosto do próprio Michel Temer com os incompetentes parceiros de golpe: “Planalto avalia que a Lava Jato está ‘exagerando’ no tom das denúncias”. Qualquer criança sabe que o Planalto não se importa com exageros. Se houvesse pena capital no Brasil, e Lula pudesse ser fuzilado, seria o ideal. Como não há, se a Lava Jato pedisse sua prisão esse seria o melhor dos cenários. Infelizmente, a denúncia foi tão ridícula que todos querem se desvincular de qualquer ligação com ela.
A revista Época, colocou em posição central em sua página não Lula mas Cunha. Coisa interessante porque, é óbvio, Cunha já é politicamente um cão abatido. No entanto, essa centralidade de Cunha serve à revista para mencionar, indiretamente, as consequências do fiasco da denúncia contra Lula: “Candidatos a prefeito batem em Cunha e desviam de Lula nas redes sociais”.
Ou seja, todos, mídia, planalto, políticos de todas as filiações anti-PT e anti-Lula, estão temerosos e apreensivos com o fiasco expresso na Denúncia da Lava Jato.
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