A Lava Jato encontrou no procurador Deltan Dallagnol o mágico que faltava neste circo de horrores

Charge: Vitor Teixeira

Um circo chamado Lava Jato

por Leonardo Isaac Yarochewsky, colunista no Empório do Direito

No final da tarde do dia 14/9 a Força Tarefa responsável pela famigerada Operação Lava Jato ao apresentar perante a imprensa denúncia contra o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-primeira-dama Marisa Letícia e mais seis pessoas se superou. Num verdadeiro espetáculo circense a Lava Jato encontrou no procurador da República Deltan Dallagnol o mágico que faltava neste circo de horrores, de arbitrariedades e de autoritarismo que tramita sob o pálio do juiz Federal Sérgio Moro.

Somente um grande ilusionista ou um respeitável mágico para fazer com que os expectadores acreditem naquilo que foi exibido pelo Procurador diante dos holofotes da mídia. Neste processo penal do espetáculo e midiático Luiz Inácio Lula da Silva é apontado como o grande vilão e o principal culpado pelas mazelas do país, é elegido pelo procurador da República como “maestro de uma organização criminosa”.

Como todo mágico o representante do Ministério Público Federal faz caras e bocas para iludir a plateia. Nosso mágico não serrou a mulher ao meio; não fez truques com cartas; não tirou coelho da cartola; não fez ninguém levitar e nem desaparecer. Nosso mágico inovou e transformou Lula em proprietário de um apartamento contra todas as evidências. Nosso mágico, se iludindo com a própria retórica, transformou Lula no maior criminoso da história. Fazendo portanto jus ao nome de ilusionista, ou seja, aqueles que praticam a arte performativa que tem como objetivo entreter o público dando a ilusão de que algo impossível ou sobrenatural ocorreu.

Sem qualquer prova e, portanto, sem justa causa para oferecimento da denúncia os procuradores da República capitaneado pelo procurador Dallagnol transformaram a coletiva em verdadeiro comício contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Chegaram ao desplante e ao descaramento de dizer que embora não tivessem provas tinham a convicção de que tudo é verdade. Prova, para que prova se temos mágicos!

Não senhores procuradores, vossas excelências não são deuses, não são paladinos da justiça e, também, não são heróis. Vossas excelências são funcionários da República e, portanto, do povo brasileiro que merece respeito.

O povo brasileiro não se deixará iludir, ludibriar e enganar, mesmo com o todo o aparato tecnológico, mesmo diante de tanta verborragia, mesmo diante de tanta pompa e arrogância. Acusações infundadas, levianas e sem lastro probatório não passarão. A farsa será em breve destruída. O grande truque não sobreviverá a justiça.

Leonardo Isaac Yarochewsky é Advogado e Professor

Redação:
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