por Luciana Oliveira, em seu blog
O tempo de pirotecnia midiática, de big shots patéticos na Câmara dos Deputados com o tema do combate à corrupção passou. Para impulsionar a votação do impeachment de Dilma Roussef, parlamentares disputaram os holofotes a todo custo, financeiro e moral.
Eles confeccionaram faixas, cartazes e até bonecos infláveis pra convencer a população de um sentimento geral e faturar politicamente com o impeachment com o lema do combate à corrupção.
Como quem jogou um osso à matilha, o deputado Paulo da Força (SD-SP), lambe-botas do presidente da Câmara afastado, Eduardo Cunha(PMDB-RJ), organizou um bolão e chegou ao topo da montanha como notícia.
O Congresso Nacional nunca teve tanta cara de um grande circo pobre.
Foi um espetáculo dantesco na política brasileira que repercutiu na opinião popular e serviu para justificar os votos à incoerência de aprovar a abertura de um processo de impeachment sem crime de responsabilidade.
Quem recolheu as apostas foi o corregedor da Câmara, o deputado Carlos Manato (SD-ES), que computou 51 participantes no bolão que rendeu R$ 5.100, provando o intuito puramente panfletário.
A sessão que julgará o processo de cassação de Eduardo Cunha deve ocorrer nesta segunda-feira (12), se houver quórum que garanta um resultado por maioria absoluta.
Os aliados prometem entrar com recurso para que um projeto de resolução seja votado no lugar do parecer do Conselho de Ética e com isso dar sobrevida política a Cunha aplicando uma pena mais branda do que a cassação.
O que há de movimentação na Câmara é no sentido de proteger o deputado.
Não há euforia em protestos associando Cunha à corrupção e muitos deputados recusaram até revelar o voto em pesquisas de intenção de votos.
Não quiseram responder se Cunha deve ou não perder o mandato, 87 deputados segundo o placar do Estadão, e 183 conforme o Globo.
Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, o idealizador do bolão bizarro do impeachment de Dilma, não respondeu a nenhuma das pesquisas.
Nas redes sociais e nas ruas, talvez por falta de ‘estímulo’ dos parlamentares, os movimentos de direita que tanto se engajaram aos atos espalhafatosos pró-impeachment, mostram mais que discrição, omissão.
É uma gente estranha a que deu 100 reais por um carrete e não dá 1 centavo por um cavalo.