Kátia Abreu: golpe foi uma vingança de Cunha aliada a uma conspiração do PMDB e PSDB

“Uma vingança de Cunha aliada a uma conspiração”

Senadora diz que impeachment “nasceu da vingança sórdida de Eduardo Cunha” (Foto: Agência Brasil)

no Jornal do Tocantins

Ex-ministra da presidente Dilma Rousseff, que teve o mandato cassado, e senadora, Kátia Abreu (PMDB) fala sobre o impeachment, a participação do seu partido e de Temer no processo e as perspectivas para o futuro.

Senadora, como a senhora vê o impeachment de Dilma?

Na minha avaliação, foi uma vingança do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que não obteve os votos para evitar o processo na Comissão de Ética, e ao mesmo tempo uma conspiração arquitetada por parte do PMDB e do PSDB. Foi uma disputa de poder, a custo de deixar o País em frangalhos. A presidente Dilma enfrentou uma grande crise internacional, mais aliada a uma crise política violenta no Congresso, que não aprovava suas medidas fiscais. Esse era o plano e ainda tinham as pautas bombas, para cada vez mais desgastar a popularidade da presidente com a população e fortalecer a ideia do impeachment.

E o presidente Michel Temer no processo?

No começo das articulações, Temer ficou um pouco constrangido, acanhado e acuado, mas quando viu que havia possibilidade de ocorrer o impeachment ele passou a integrar o projeto. Agora vamos ver no que vai dar.

A senhora ingressou no PMDB pelas mãos de Temer e de Dilma. Naquele momento imaginava que ocorreria essa disputa?

Nunca imaginei e nem a presidente Dilma imaginava. Tanto que defendi na convenção do PMDB que Temer fosse o vice de Dilma. Muitos dos apoiadores do impeachment ficaram contra ele e apoiaram o candidato Aécio Neves (PSDB) para presidente em 2014. Eu sou coerente, ética e não vou para lado A ou B para participar de uma conspiração para tomar o poder de uma presidente da República eleita e que nós apoiamos. Lealdade não pode ser uma palavra só dita ou escrita em um artigo, ela tem que ser uma prática, uma bandeira. Agora, nós apoiamos a presidente, mas imaginemos que ela tenha praticado corrupção, tudo bem, ninguém é obrigada a ficar apoiando. Mas, isso não ocorreu.

Como a senhora vê os próximos meses, agora com o presidente Temer no governo?

Jamais trabalharia contra o Brasil, mas muitas pessoas não vão aceitar o que aconteceu e eles querem fazer de conta que foram eleitos. Em 2014 foi eleita não só a Dilma e Temer, mas todo um plano de governo, e agora não dá para mudar todo esse plano. Não vou aprovar projetos que tiram direitos da população.

Redação:
Related Post

Privacidade e cookies: Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.