por Luciana Oliveira, em seu blog
Com a firmeza de um pudim, o presidente empossado, Michel Temer, disse em entrevista tão logo assumiu o governo, que não irá tolerar ser chamado de golpista.
Foi a deixa pra que os movimentos de resistência ao golpe viralizassem mensagens que o acusam de golpista, nas redes sociais e nos atos de protesto que sucederam o impeachment.
O tradutor, escritor, especialista em linguística e doutor em filosofia, Marcos Bagno, disponibilizou em sua página no facebook, dezenas de cartazes virtuais pra propagar a campanha Temer Golpista.
Nas ruas, a palavra de ordem agora é Temer Golpista e na China, onde participa da Cúpula de Líderes do G20, grupo das 20 principais economias do mundo, cartazes com a frase que não tolera o aguardam.
A presidente eleita, Dilma Roussef, que teve o mandato cassado sem crime, suportou os piores adjetivos desde o início do processo que estabeleceu a ruptura democrática.
Dilma tolerou, sem reclamar de nenhuma manifestação. Ao contrário, ressaltou que eram legítimas e fez pouco caso dos adjetivos lançados pra desconstruir sua imagem.
Talvez, porque nenhum era tão degradante quanto golpista.
Temer já provou sua fragilidade emocional pra encarar vaias ao recusar participação no encerramento das Olimpíadas.
A ameaça nada intimidadora que fez em sua primeira entrevista como presidente empossado, revela a intenção de reprimir a liberdade de expressão.
Os movimentos de resistência ao golpe garantem que vão engrossar o coro pra realçar o papel de Temer nesse episódio dantesco da política brasileira.