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Que país é esse?

Manifestantes pedem a saída de Dilma Rousseff em protesto na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil) por Jeferson Miola Nas favelas, no senado Sujeira pra todo lado Ninguém respeita a constituição Mas todos acreditam no futuro da nação Que país é esse? Que país é esse? Que país é esse? Que […]

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Brasília - Manifestantes contra e a favor do Impeachment protestam na Esplanada dos Ministérios (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Manifestantes pedem a saída de Dilma Rousseff em protesto na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil)

por Jeferson Miola

Nas favelas, no senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?

Que país é esse?, De Renato Russo/Legião Urbana

Com o golpe de Estado misógino, patriarcal e neoliberal perpetrado pela burguesia paulista branca, o Brasil passa a ser comandado diretamente por canalhas, sem intermediários.

Na realidade, os canalhas são meros intermediários dos setores anti-nacionais e anti-populares que abastardaram a democracia para tocarem livremente seus negócios, para venderem “todas as almas dos nossos índios num leilão”, como diz a canção do Legião Urbana.

O diário oficial desse país que nasce da ilegitimidade celebra o retrocesso em caixa alta na edição do que chama “dia histórico”: “NUNCA ANTES Em dia histórico, país deverá ter hoje impeachment e duas posses” [O Globo, 31 de agosto de 2016, capa].

O jornal da família Marinho está onde sempre esteve: a serviço do atraso, do Brasil arcaico, do fascismo, da conspiração. Quando houver golpe contra o povo e contra a nação, ali estará a Rede Globo, na linha de frente com os Cunha, Temer, Padilha, Aécio, Serra, Gilmar Mendes, Moro, Janot, FHC, FIESP, Lacerda, Mesquita, Civita, Frias …

A manchete do Globo no golpe de 2016 é idêntica àquela celebrada, também em caixa alta, na edição do primeiro dia do golpe de 1964: “EMPOSSADO MAZZILI NA PRESIDÊNCIA – Ressurge a Democracia!” [2 de abril de 1964, capa].

Com a aprovação do impeachment fraudulento da Presidente Dilma pela canalhada golpista do Senado, Michel Temer assume a Presidência em seu lugar.

E, com a viagem imediata do usurpador à China, um exemplar da oligarquia ultra-reacionária sentará na cadeira presidencial recém tomada de assalto – Rodrigo Maia, do velho conhecido PFL [Arena na época da ditadura e DEM atualmente].

A posse de Rodrigo Maia na Presidência da República, mesmo que interinamente, é uma metáfora perfeita da viagem de regressão do Brasil ao abismo da Casa Grande e da Senzala.

Que país é esse, avacalhado no mundo inteiro, mas que O Globo celebra estar vivendo um “dia histórico”? Que tragédia de país é esse?!

Dilma, uma mulher digna e inocente, vítima de uma farsa terrível, foi condenada por um tribunal de exceção. Eduardo Cunha, um corrupto notável, dono de milhões de dólares roubados e depositados em contas secretas na Suíça, vive livre, leve e solto – é o prêmio que ganha dos seus comparsas como retribuição por atentar contra a democracia e o Estado de Direito.

Os canalhas não podem ter um minuto de sossego: Fora Temer usurpador! Eleição já!

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Comentários

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Sérgio Silveira

31/08/2016 - 23h28

Torço para que os golpistas passem a serem mortos, um a um, de forma espaçada, até que não sobre um para relembrar este ano…

Antonio Passos

31/08/2016 - 17h06

Mais uma vez o povo brasileiro mostrou que merece o país que tem. O silêncio francamente majoritário foi o que os golpistas precisavam para caminhar sem obstáculos. A partir de agora, como bons cucarachas e sem uma Dilma para exorcizar seus fracassos, o povo começará a abrir os olhos e olhar em volta. E descobrirão que foram feitos de palhaços, comandados como marionetes, a bater panelas sob a regência de bandidos. Eu sinceramente quero mais é que se danem.


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