no Vermelho
Um grupo de cerca de 15 pessoas tentou invadir o gabinete do vereador Jamil Murad (PCdoB), na Câmara Municipal de São Paulo, nesta terça-feira (23). Aos gritos de “fora, Murad”, “fora, comunistas”, “fora, Lula e Dilma” e em defesa do impeachment, o grupo chegou a tentar agredir fisicamente o vereador e precisou ser contido pela segurança da Casa.
A demonstração de intolerância e violência é a segunda que ocorre na Câmara, em menos de uma semana. Na última sexta-feira (19), durante homenagem pelo aniversário de 90 anos do líder da revolução cubana, Fidel Castro, um homem – identificado como sendo militante do Movimento Brasil Livre (MBL) – invadiu o evento, tentou rasgar uma faixa e insultou os presentes.
Jamil era um dos autores da homenagem. O homem teve que ser retirado à força do salão da Câmara pela Guarda Civil Metropolitana e foi levado ao 1º Distrito Policial, para prestar depoimento. De acordo com o blogueiro Eduardo Guimarães, tratava-se do ativista do MBL, Fernando Holiday, candidato a vereador pelo DEM de São Paulo.
Para Jamil, os dois episódios estão interligados. Segundo ele, o ocorrido nesta terça teria sido uma retaliação à homenagem a Fidel, “um líder que tirou o povo do analfabetismo e enfrentou o imperialismo”.
O vereador atribuiu o ataque, que classificou como “fascista”, a uma onda de intolerância que ronda o país, em um momento de investida contra a democracia. “Mas eles não vão nos calar, nem nos intimidar”, disse, alertando que as agressões ocorrem em meio a uma ofensiva contra os direitos dos trabalhadores, com o governo provisório de Michel Temer tentando aprovar reformas que penalizam o povo.