LANÇAMENTOS CONTÁBEIS DE GASTOS POR FATORES NÃO RECORRENTES (PIDV E COMPERJ) REDUZEM LUCRO DO 2º TRIMESTRE EM MAIS DE R$ 3 BILHÕES
por Claudio da Costa Oliveira*
Só o lançamento de gastos por fatores não recorrentes no 2º trimestre diminuíram o lucro da Petrobras em mais de R$ 3 bilhões.
Um novo impairment no projeto Comperj no valor de R$ 1,124 bilhão, uma provisão para o PIDV no valor de R$ 1,212 bilhão e outra provisão para créditos duvidosos feita em função de vendas para elétricas da região norte no valor de R$ 946 bilhões, impactaram o lucro no trimestre.
Apesar disto a empresa se mostra equilibrada financeiramente e a liquidez corrente, que no final de 2015 era de 1,52, subiu para 1,58 no final de junho/2016.
Mostrando boa situação econômica o lucro bruto do 2º trimestre foi de R$ 22,810 bilhões e o lucro operacional de R$ 7,184 bilhões.
Pouco comentado pelos analistas mas extremamente preocupante é a queda no volume de vendas. Comparado com o 2º trimestre de 2015 a venda de diesel (mil barris/dia) caiu 34%, de 923 para 611. A venda de óleo combustível caiu 38 %, de 103 para 64. A venda de gás natural caiu 29%, de 448 para 316. A principal justificativa é que a crise econômica reduziu a consumo interno, bem como o desligamento de diversas termoelétricas. Mas a Petrobras também já reconheceu que com a queda nos preços internacionais dos combustíveis, a concorrência no mercado interno aumentou, e a empresa está perdendo mercado. O quanto desta redução de vendas é por efeito da crise ou por perda de mercado não foi divulgado.
Por outro lado as vendas no mercado externo também caíram 67 mil barris/dia ( sem nenhuma explicação) e as vendas totais caíram 348 mil barris/dia na mesma comparação.
A redução nos volumes de venda causaram uma queda adicional no lucro bruto do 1º semestre de 2016 de mais de R$ 4 bilhões, com reflexo direto no lucro liquido e na geração de caixa.
Para a Petrobras retomar o mercado interno perdido seria necessário um forte aumento nos preços internacionais dos combustíveis, o que parece não vai ocorrer. Outra possibilidade seria a própria Petrobras reduzir os preços no mercado interno, hipótese já analisada e descartada.
Portanto, apesar do crescimento na produção, os baixos volumes de venda devem permanecer, pelo menos por algum tempo, afetando os resultados. Somam-se a isto a possibilidade de novos lançamentos contábeis por fatores não recorrentes, como o pagamento da RMNR aos funcionários, e as ações judiciais nos EUA.
*Cláudio da Costa Oliveira é economista aposentado da Petrobras
Rafael Carvalho e Lima
23/08/2016 - 23h35
Vão processar a nação brasileira pelo ressarcimento de lucros perdidos pela estatal, por investidores internacionais. Escrevam isto que lhes falo.
E será por centenas de bilhões de dólares perdidos.
Dilson Magno
23/08/2016 - 10h31
Vão sucatear a Petrobrás para vende-la a preço de banana, essa é a republica de bananas…