O senador Cristovam Buarque postou o seguinte comentário no Facebook em resposta ao post Fernando Morais devolve prêmio que recebeu de Cristovam Buarque: ‘de golpista não quero nada’:
Li nas redes sociais a seguinte nota do escritor Fernando Morais:
“Anos atrás recebi do então governador de Brasília Cristovam Buarque o “premio manuel bonfim”, atribuído ao meu livro “Chatô, o rei do Brasil”. Já pedi à Marília para localizar a placa de prata. Vou devolver. de golpista não quero nada. Nem prêmio”.
Minha resposta ao Fernando Morais:
“Fernando Morais mostra como para o PT não há diferença entre partido, governo e estado. Não fui eu que dei o prêmio, foi o Governo do DF, selecionado pelo mérito de seu maravilhoso livro. Mas ele acha que foi uma bolsa-escritor. Porque, para ele, não há diferença entre partido-governante-governo-estado.
Que pena que nossos gênios estejam tão obtusos. E tão viciados no aparelhamento. O PT corrompeu mais do que a política, corrompeu a inteligência e o caráter. E aos poucos vão mostrando que a volta da Dilma por mais dois anos, com essa gente, vai embrutecer o País e seguir se apropriando do Estado. Pior que não tem juiz Moro para este tipo de roubo: da inteligência e do caráter. Ele não falou em devolver os dez mil que recebeu do prêmio. Na época eram dez mil dólares. Nem o que ele fazia no governo do Quércia”.
O jornalista Fernando Morais não deixou barato e postou o seguinte comentário:
Lento, quase catatônico na hora de se decidir sobre o golpe, o senador Cristovam Buarque revela-se ligeirinho na hora de se defender. Primeiro ele afirma:
“Fernando Morais mostra como para o PT não há diferença entre partido, governo e estado. Não fui eu que dei o prêmio, foi o Governo do DF, selecionado pelo mérito de seu maravilhoso livro. Mas ele acha que foi uma bolsa-escritor. Porque, para ele, não há diferença entre partido-governante-governo-estado. Que pena que nossos gênios estejam tão obtusos. E tão viciados no aparelhamento. O PT corrompeu mais do que a política, corrompeu a inteligência e o caráter.”
Não sou e nunca fui do PT. Ele, sim foi do PT, do qual foi escorraçado por telefone.
Buarque segue na choraminga e engrossa a voz:
“Ele não falou em devolver os dez mil que recebeu do prêmio. Na época eram dez mil dólares. Nem o que ele fazia no governo do Quércia.”
Não, senador, não devolvi os dez mil dólares do prêmio pela singela razão de que não tenho dinheiro. Nada, nem dez mil dólares. Sobre a tal “bolsa-escritor”, publiquei onze livros, traduzidos em mais de quarenta países, sem nunca precisar recorrer a dinheiro público para produzir nenhum deles. Saí dos governos de que participei tão pobre quanto entrei. Sei que isso não é comum no mundo que Buarque frequenta, mas é assim. Aliás, desafio publicamente o senador a trocar todos os meus bens por 1% dos dele. Se o senador não sabe o que fiz no governo Quércia, refresco sua memória com algumas das realizações da minha passagem pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo:
- Memorial da América Latina, concebido por Oscar Niemeyer e Darcy Ribeiro
- Vinte oficinas culturais
- Casa das Rosas
- Universidade Livre de Música Tom Jobim, concebida por Tom
- Orquestra Jazz Sinfônica (Arrigo Barnabé e Eduardo Gudin)
Sobre o jornalista Ricardo Noblat (que repercutiu a falinha de Buarque repetindo o mantra Collorido “bateu, levou”), devo dizer o seguinte: convivi à distância com ele, acho que em meu tempo na revista Veja. Anos atrás ele me ligou para saber minha opinião sobre a blogueira cubana Yoani Sánchez. Disse o que penso dela e desligamos os telefones. À noite, ao chegar em casa, vi no blog (ou site) de Noblat as minhas declarações, reproduzidas com fidelidade, mas atribuídas “a uma fonte do governo cubano”. Liguei para ele, que aparentemente se encontrava em uma festa. Fui curto:
– Ricardo Noblat, fonte do governo cubano é a puta que te pariu.
ele respondeu:
– Como? Não entendi, Fernando.
E desligou o telefone. Refiz a ligação e ele atendeu. Insisti:
– Não sei se você ouviu direito, portanto vou repetir. fonte do governo cubano é a puta que te pariu.
Como diz Noblat: “bateu, levou”.