por Carlos Eduardo, editor do Cafezinho
Os liberais brasileiros são realmente patéticos. Aliás, nada tem de liberais, são apenas entreguistas mesmo.
Essa mesma turma golpista que defende a privatização da Petrobras com o argumento de que as empresas privadas são mais eficientes que as estatais, acaba de vender por US$ 2,5 bi a participação da Petrobras no bloco exploratório da Bacia marítima de Santos — 8 (BM-S-8) — para uma ESTATAL! No caso a Statoil, empresa de óleo e gás controlada pelo governo norueguês.
Não sou nenhum expert em petróleo e gás, mas vamos raciocinar por um instante.
A Petrobras gastou tempo e dinheiro tentando descobrir quais blocos do pré-sal realmente continham petróleo e quais eram viáveis para a exploração. É uma tarefa arriscada e tudo só foi possível porque a empresa detém uma tecnologia única, exclusiva, de exploração em águas profundas.
Depois de todo o investimento, quando já se sabe onde está o petróleo e começa a parte mais fácil do processo — que é extrai-lo — a empresa vai lá e vende sua participação? Porque não vende as áreas que ainda não foram exploradas para o risco ficar com o investidor estrangeiro?
Também não entendo de valores do setor, mas diria que US$ 2,5 bi foi a preço de banana. Até porque não dá pra esperar outra coisa vinda dessa turma do golpe.
Como disse o editor-executivo deste blog, Miguel do Rosário, US$ 2,5 bi correspondem a alguns dias de juros da dívida pública brasileira. E a dívida da Petrobras gira em torno de US$ 130 bi, se não me engano, portanto no curto prazo o negócio não melhora em nada as contas da empresa. São migalhas…
Por favor, me corrijam nos comentários se estiver falando alguma besteira. Abaixo matéria da Agência Brasil.
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Petrobras vende por US$ 2,5 bi participação em bloco na Bacia de Santos
O Conselho de Administração da Petrobras aprovou a venda de sua participação no bloco exploratório da Bacia marítima de Santos – 8 (BM-S-8) – o primeiro no pré-sal a ser vendido – para a empresa norueguesa Statoil Brasil Óleo e Gás em um negócio de US$ 2,5 bilhões e que envolve o prospecto exploratório denominado Carcará.
Segundo a empresa, a operação, divulgada hoje (29), faz parte da política de gestão de portfólio da Petrobras “que prioriza investimentos em ativos com maior potencial de geração de caixa no curto prazo e com maior possibilidade de otimização de capital e de ganhos de escala, tendo em vista a padronização de projetos de desenvolvimento da produção”.
A transação faz arte do novo Plano de Parcerias e Desinvestimentos 2015-2016 que vem implantado pela Petrobras e “sua conclusão está sujeita a determinadas condições precedentes usuais, incluindo o direito de preferência por parte dos demais parceiros no BM-S-8 e a aprovação pelos órgãos competentes”.
Neste contexto, a Petrobras tem obtido vantagens competitivas relevantes no desenvolvimento do pré-sal brasileiro com a aplicação extensiva de projetos semelhantes e equipamentos padronizados.
Parceria estratégica
Em nota, a empresa informa que a venda faz parte “de um processo competitivo e representa um avanço material na parceria estratégica entre as duas companhias que já possuem acordos de cooperação com foco em desenvolvimento tecnológico na área de E&P offshore.
Com relação ao preço base da transação, de US$ 2,5 bilhões, a primeira parcela, correspondente a 50% do valor total (US$ 1,25 bilhão), será paga já no fechamento da operação. O restante do valor será quitado através de parcelas contingentes relacionadas a eventos subsequentes como, por exemplo, a celebração do Acordo de Individualização da Produção (unitização).
O BM-S-8 está localizado na Bacia de Santos e é atualmente operado pela Petrobras, que detém 66% do empreendimento, em parceria com a Petrogal Brasil (14%), Queiroz Galvão Exploração e Produção (10%) e Barra Energia do Brasil Petróleo e Gás (10%). A nota lembra, ainda, que foi no bloco que ocorreu a descoberta no prospecto exploratório denominado Carcará.
Ainda segundo a Petrobras, ela continua negociando com a Statoil um Memorando de Entendimento, onde outras iniciativas de cooperação estratégica serão avaliadas com o objetivo de uma atuação de longo prazo.
A nota ressalta que “a operação em curso abre oportunidades para que parcerias com outras empresas, com forte expertise e condições de investimento, contribuam para o fortalecimento da indústria de óleo & gás no Brasil”.