O Valor, que um dia tentou se diferenciar do populismo golpista de seus coleguinhas, ainda teve um surto de valentia e deu um título sutilmente crítico à notícia:
Eu enfatizo o termo “sutilmente”, porque se fosse com a Dilma, a manchete seria algo como: “Dilma abusa do cargo e tenta manipular mídia para melhorar sua imagem”. Em seguida, a oposição tentaria abrir uma CPI. O procurador-geral da República daria uma entrevista pedindo o indiciamento da presidenta. Gilmar Mendes convocaria uma coletiva para afirmar que Dilma estava fazendo tudo para se “manter no poder”.
Com Michel Temer, golpista marionete da mídia, tudo é diferente. A Globo, por exemplo, nem piscou. Deu a matéria como se fosse a coisa mais normal do mundo que o próprio presidente convocasse a imprensa para filmá-lo buscando seu filho na escola.
Com certeza, será matéria no Fantástico.
O chapa-branquismo da mídia inaugura uma nova etapa, mais desenvolto, sem-vergonha, confiante em si mesmo.
“Esta é a primeira aula de Michelzinho no colégio novo”
É assim o golpe. Cada vez mais descarado, porém mais desmoralizado.
A única boa desse golpe é que ele afunda, de uma vez só, todos os golpistas juntos: das castas burocráticas, da mídia e da política.