por Pedro Breier, correspondente policial do Cafezinho
Cidinha Campos, deputada estadual pelo PDT do Rio de Janeiro, foi confirmada como candidata a vice-prefeita da cidade na chapa encabeçada por Pedro Paulo, do PMDB, pupilo de Eduardo Paes.
A escolha de uma mulher para a chapa tem o claro objetivo de amenizar o desgaste do candidato por causa da agressão à sua ex-mulher, Alexandra Marcondes.
Apenas o fato de uma mulher sair candidata ao lado de um agressor – o laudo do IML apontou que Alexandra teve um dente quebrado por Pedro Paulo – já é lamentável. Mas Cidinha conseguiu piorar (muito) a situação.
Em entrevista após a convenção do PDT que oficializou a candidatura, Cidinha falou o seguinte:
O movimento feminista tem que cuidar para que mulheres tenham o mesmo salário que os homens. Esse é um caso resolvido (a acusação de agressão por parte de Pedro Paulo). Eu sou contra a violência doméstica, mas quando é com pessoas desvalidas, que não têm como se socorrer, que não têm como se amparar. Ela (Alexandra) está bem, está feliz, ela está muito mais rica do que quando estava com ele. O marido dela parece que é muito mais rico do que o Pedro Paulo.
A quantidade de absurdos em uma única frase é inacreditável. Para a candidata o movimento feminista não deve lutar contra a violência doméstica, ainda mais se a mulher não for uma “desvalida” e se o seu novo marido for mais rico que o anterior.
É até difícil começar a rebater isso, de tão bizarro.
Se a ideia era amenizar o peso do histórico de Pedro Paulo, deu muito errado.
Enquanto Cidinha prestou um gigante desserviço à luta contra a opressão, Preta Gil foi para a linha de frente.
Preta recebeu ofensas racistas pelas redes sociais. Na última segunda-feira ela registrou ocorrência na Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI).
Na saída da delegacia, Preta falou:
A impressão que eu tenho é que (os criminosos) são pessoas muito carentes, com problemas psicológicos sérios, que precisam chamar atenção. É preciso correr atrás dos nossos direitos. Eu vim principalmente para incentivar qualquer pessoa que sofra isso no dia a dia, não só virtualmente, a entender que racismo é crime e que temos que denunciá-lo para que a sociedade evolua.
Em post no Facebook sobre o episódio ela escreveu:
(…) Desde muito nova convivi com o preconceito de quem não aceitava ver filho de negro em uma escola particular, de quem não consegue aceitar que uma pessoa pode se chamar Preta. (…) São covardes, são pessoas vis, não sei quem são. Será que eu deveria não dar atenção ou querer me preocupar com isso? NÃO! Vou me defender em meu nome e de quem mais se sentiu ultrajado com essa verdadeira doença social. Essa epidemia de desamor e ódio que se alastra e atinge a todos. Estou cansada dessa impunidade, dessa onda de ódio, de gente que escreve o que quer para atacar a quem está quieto. Quero justiça!
Nada a acrescentar. Preta Gil representou.
Se a internet permite a descerebrados atingirem outras pessoas com toda a sua boçalidade, também permite que ideias libertárias se alastrem.
O feminismo, por exemplo, nunca chegou a tanta gente como na era da internet.
A quantidade de jovens nos atos das mulheres e a politização das adolescentes secundaristas é demonstração dos efeitos práticos disso.
Que para cada Cidinha haja 1 milhão de Pretas.
Joana Freitas
27/07/2016 - 16h40
Mamãe já ensinava…não confie nas palavras e sim, nas atitudes. Uma pessoa que se alia a uma pessoa dessa, quer o poder pelo poder. Não vai ajudar a ninguém, só a si mesma. Né, Aécin!
Nilson Moura messias
27/07/2016 - 12h07
Esse PDT……………