(Foto: Paulo Whitaker/ Reuters)
Na contramão do que a imprensa propagava, o primeiro governo Dilma (nem vou contar o segundo, já iniciado sob a égide do golpe) registrou a maior entrada de investimentos estrangeiros diretos de toda a nossa história. Com todos seus defeitos, Dilma levava adiante uma gestão tranquila, moderada, responsável e previsível, com grandes investimentos em infra-estrutura, de um lado, e em programas sociais, de outro.
Um governo ilegítimo, como este de Michel Temer, naturalmente encontrará grandes dificuldades para obter a confiança dos investidores de longo prazo. Ele tem o gosto dos especuladores, que são como urubus e adoram instabilidade, mas não daqueles interessados em fazer investimentos produtivos.
Confira o artigo abaixo, de Mark Weisbrot, diretor de um importante think tank americano.
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Crise do impeachment no Brasil solapa confiança de investidores
Por Mark Weisbrot, no The Hill
Tradução de Nadia Farage, especial para o Cafezinho
Pela primeira vez em mais de duas décadas, desde a ditadura, o Brasil tem um governo que é amplamente visto como ilegítimo. É visto assim não apenas pelos cidadãos brasileiros, mas pela maior parte do mundo. Sua imagem é maculada, deteriorando-se a cada semana, em uma escalada de escândalos que engolfa os níveis mais altos do governo. Em junho, o terceiro ministro do governo interino demitiu-se, sob acusações de corrupção. Para maior inconveniente, tratava-se do ministro do turismo, quando o país enfrenta alertas de especialistas internacionais em saúde pública pela mudança das Olimpíadas, em razão do vírus da zika.
E eis o presidente interino, Michel Temer (o vice-presidente em exercício, durante o julgamento do impeachment da Presidenta Dilma Roussef), que teve a perspicácia política “unificadora” de nomear um gabinete de homens brancos e ricos (em um país onde metade da população se identifica como afro-brasileira ou mestiça). Quinze destes 23 nomeados estão sob investigação. No mês passado, o vice-presidente, ele próprio, foi implicado em um escândalo de corrupção. Ele havia sido previamente impedido de disputar eleições por oito anos, por violação das leis de financiamento de campanha. Estas são as pessoas que tentam depor a presidenta eleita, não por corrupção, mas por um dispositivo contábil que governos anteriores também utilizaram.
É verdade que todos os maiores partidos políticos estão implicados em corrupção. Porém, pela primeira vez na história brasileira, Presidenta Roussef havia dado aos procuradores autoridade para investigar servidores corruptos, permitindo que os estilhaços atingissem fosse quem fosse. Torna-se claro, agora, que o principal objetivo da oposição, em seu impeachment, era o de impedir as investigações e processos, acerca de si mesmos e seus aliados.
O Brasil, hoje, também detém a infame distinção de ser o país com mais assassinatos de ativistas ambientais. É improvável que o novo gabinete de direita, estreitamente ligado aos interesses do agronegócio, fará algo para evitar estes homicídios.
Ironicamente, o propósito proclamado por este governo era o de restabelecer a “confiança”, fundamentalmente a de investidores e, em particular, daqueles de espécie internacional. No entanto, o oposto ocorreu: a recessão se aprofunda, o governo está ainda mais enredado em escândalo e sua reputação internacional despenca. Os editores do New York Times – que não são entusiastas de qualquer dos governos de esquerda latinoamericanos – escreveram dois editoriais recentemente, intitulados Brazil’s Gold Medal for Corruption” (A Medalha de Ouro do Brasil por Corrupção) e Making Brazil’s Political Crisis Worse (Piorando a Crise Política do Brasil).
O Brasil foi uma estrela ascendente, internacionalmente, durante a maior parte do governo do Partido dos Trabalhadores, inclusive por suas realizações internas, quando reduziu a pobreza em mais da metade e triplicou o crescimento per capita do produto interno bruto (PIB) do país por uma década, até entrar em recessão em 2014. É verdade que Dilma errou ao aceitar o dogma surrado – ainda amplamente popular no noticiário atual sobre o Brasil – de que a austeridade fiscal, cortando o investimento público e elevando as taxas de juros, poderia, de algum modo, ganhar a confiança de investidores, o que compensaria o impacto negativo da austeridade na economia.
O governo interino, entretanto, está duplicando a austeridade e, com isto, gerando a confiança de investidores em uma grande e gorda república de bananas. Se o Senado o acompanhar, votando pela remoção da presidenta eleita, eles poderão prenunciar um longo período de declínio econômico, comparável às décadas perdidas de 80 e 90.
Mark Weisbrot é co-diretor do Center for Economic and Policy Research em Washington; presidente do Just Foreign Policy. Autor do livro “Failed: What the ‘Experts’ Got Wrong About the Global Economy” (Oxford University Press, 2015).
Ricardo Oliveira
23/07/2016 - 21h38
Na realidade o que eles querem é quebrar o Brasil e depois comprar a preço de banana, esse sistema de economia globalizada só interessa aos poderosos donos do mercado financeiro, quando acontecer uma quebradeira generalizada que atinja os grandes “investidores” que na realidade são especuladores poderemos ter uma ponta de esperança que tudo possa mudar, os países precisam ter sua soberania, costumes, cultura, folclore próprios.
Laura Rockert
23/07/2016 - 16h11
Há um erro de tradução. O termo “desconfiança” aparece como “cofiança”contrariando a manchete!
Alexandre Oliveira
23/07/2016 - 08h28
Essa é só mais uma idiotice que os blogueiros amestrados tentam propagar. Os caras investem na China , em Cuba e em outras ditaduras. Eles estão pouco ligando para quem esteja à frente do governo brasileiro !
José Junior Santos
23/07/2016 - 09h24
Cara pesquise sobre o autor do texto, veja é uma pessoa séria. Deixe ser cabeça dura, desliga a TV amigo.
Maurilio
23/07/2016 - 21h21
Cuidado, ler muito a Veja, Estadão, Foia e assistir o JN imbeciliza as pessoas.;….
Messias Franca de Macedo
22/07/2016 - 21h02
“Volta e meia” falando em nazigolpistas!
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Este procurador de merda, ‘Rodrigo Brindeiro Fernando Barbosa Moro Gurgel’ (sic), é um reles vândalo nazigolpista!
Irresponsável abjeto !
Verme asqueroso!
Perdão aos honrados e limpos vermes asquerosos!
Entenda a minha revolta!
Revolta que é comum a todos e todas homens e mulheres de bem deste país em frangalhos – e cuja “Justiça” é um poço de imoralidades!
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Procuradoria diz ser ‘plausível’ Lula chefiar tentativa de barrar Lava Jato
22/07/2016
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A ratificação da denúncia aponta que, apesar de não existir uma prova cabal do envolvimento do presidente Lula, há “confiabilidade” na narrativa do Delcídio [do Amoral, adendo nosso!]
(…)
Messias Franca de Macedo
22/07/2016 - 21h02
CACHOEIRA – perdão, ato falho -, FONTE [IMUNDA!]: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/07/1794506-pgr-diz-que-reunioes-provam-que-lula-comandou-obstrucao-da-lava-jato.shtml
Jáder Barroso Neto
22/07/2016 - 21h00
Trolls, o mordomo quer que vcs defendam o cunha.