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O Império esperneando em todas as frentes

Foto: Jonathan Bachman/ Reuters por Fernando Rosa, Senhor X Os últimos acontecimentos mundiais deveriam pautar obrigatoriamente qualquer posicionamento nacional diante da crise politica interna. No entanto, a impressão que se tem atualmente é que a velha e histórica prática de abrir qualquer reunião política com “análise de conjuntura” foi esquecida. Não se avaliam mais cenários, […]

19 comentários
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Foto: Jonathan Bachman/ Reuters

por Fernando Rosa, Senhor X

Os últimos acontecimentos mundiais deveriam pautar obrigatoriamente qualquer posicionamento nacional diante da crise politica interna.

No entanto, a impressão que se tem atualmente é que a velha e histórica prática de abrir qualquer reunião política com “análise de conjuntura” foi esquecida. Não se avaliam mais cenários, a situação internacional não existe e geopolítica é coisa de “teóricos da conspiração”.

Mas, vamos então aos tais fatos, que deveriam ser considerados para definir táticas e estratégias, além das disputas eleitorais e por cargos nas burocracias.

O golpe na Turquia. Apesar das poucas informações, parece clara a mão americana. Ao que tudo indica, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdo?an, estava apostando em distensionar as relações com a Rússia. O que, evidentemente, não interessaria aos Estados Unidos. Então, tome golpe.

Atentado na França. Independente da autoria, o fato concreto é que ajudou a política belicista americana. A primeira declaração do presidente da França, François Hollande, foi para dizer que o país vai intensificar os ataques na Síria. O parceiro recalcitrante foi enquadrado na marra.

Guerra econômica na Venezuela. Na fila para o golpe, a Venezuela sofre com o ataque criminoso à sua economia. Os empresários nacionais e estrangeiros, principalmente, investem suas fichas no desabastecimento, forçando filas e caos. O alvo, uma das maiores reservas de petróleo do mundo.

“Impeachment” na África do Sul. A mão americana também tentou afastar o presidente Jacob Zuma por meio de um impeachment fraudulento. Em abril, no entanto, o Parlamento derrotou a farsa por 233 votos contra e 143 a favor. Lembrando que a Africa do Sul é o “S” do BRICS.

Macri na Argentina. Depois do Paraguai, atacaram a Argentina. Derrotaram Cristina Kirchner e elegeram o neoliberal Macri. Além de atacar direitos sociais, já colocou o país de quatro para os americanos. Recentemente, Macri autorizou a instalação de duas bases militares no país.

O teste com Lugo. O presidente paraguaio Fernando Lugo foi afastado pelo Parlamento em junho de 2012. O teste do “golpe maestro” jurídico-policial-parlamentar obteve a sua primeira vitória. A embaixadora americana, Liliana Ayalde, em seguida, foi transferida para o Brasil.

O impasse do Brasil. Deram a largada para o golpe com a “primavera árabe” em 2013. Depois, com a Lava Jato em curso, apostaram as fichas nas eleições. Derrotados, investiram no judiciário e no parlamento. Recentemente, descolocaram do Afeganistão para o Brasil, um embaixador especialista em “conflitos internos”.

Enfim, os Estados Unidos operam abertamente a sua política – ou a sua geopolítica – internacional com o objetivo de desestabilizar economias e destruir Nações e regiões. Como estão quebrados, não tem mais o que oferecer ao mundo, nem investimentos, promessas de riqueza e prosperidade. Precisam da miséria e do caos para manter o seu Império.

É nesse quadro que o Brasil está inserido, e é dentro dele que devem ser pensadas alternativas e soluções para o atual impasse político. É importante ganhar prefeituras, eleger vereadores, mas não se pode abrir mão de pensar mais adiante. O Brasil precisa de um novo projeto de Nação, considerando seu papel, seu protagonismo, no mundo.

O presidente Lula enfrentou o primeiro abalo sísmico do capitalismo em 2008, apostando no mercado interno, em relações multilaterais, no protaganismo do Brasil e na auto-estima do povo. Tudo que os interinos-golpistas-entreguistas pretendem liquidar, para retornar a um alinhamento unilateral, submisso e suicida ao belicismo destrutivo dos Estados Unidos.

Não basta juntar as lideranças e formar uma frente política, como se isso por si só apontasse um rumo para a luta no país. É preciso saber o que dizer, mostrar o caminho, sem o que a militância, as pessoas, a sociedade não se mobilizará. O que está em jogo é a existência do Brasil enquanto Nação independente e soberana. Entender isso é o primeiro passo.

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Comentários

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Octavio Filho

18/07/2016 - 13h25

Eles nunca têm propostas. Eles só têm críticas!

Andre Tonon

17/07/2016 - 18h06

Esqueceu de citar o Brexit, a acensão da direita na Europa toda e o nefasto, machista, elitista e racista Donald Trump podendo ser presidente dos EUA…

Tudo isso faz parte de um mesmo poder por trás de tudo que tem de pior no mundo!

Marivane

17/07/2016 - 16h58

OS AMERICANOS SEMPRE COMANDARAM O MUNDO.

marlene

17/07/2016 - 14h48

E o Brasil é (quase no passado) o B dos BRICS! É preciso frustrar esse ataque dos EUA.

Atineli

17/07/2016 - 10h04

A resistência está organizada e sintonizada. Muita coisa está acontecendo tanto nas ruas como em vários outros espaços onde a sociedade civil tem se manifestado. Não é possível continuar só criticando, é preciso colocar a mão na massa sem arrego. O Brasil vai com certeza encontrar saídas para esse impasse e essa elite abjeta tem seus dias contados, não engana mais ninguém.

Malzão

17/07/2016 - 10h00

O socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros.
Margaret Thatcher

    Octavio Filho

    17/07/2016 - 16h51

    Os neoliberais não querem a intervenção do governo, até acabar o dinheiro deles.

Malzão

17/07/2016 - 10h00

– “É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade.
Por cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber. O governo não pode dar para alguém aquilo que tira de outro alguém. Quando metade da população entende a ideia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação. É impossível multiplicar riqueza dividindo-a.”

Adrian Rogers

    Celso Junqueira

    17/07/2016 - 17h14

    O que você propõe então? Quanta asneira em um só comentário.

    Octavio Filho

    17/07/2016 - 17h14

    Uma pessoa que eu conheço e que recebe sem fazer nada de útil é o Aécio Neves. Mas, infelizmente, pessoas com a mesma ideologia da sua, votam nele! Se há um sistema que não produz nada é aquele criado pelos neoliberais. Toda ele é voltado para a remuneração do capital financeiro. É interessante ver o filme inside job para se verificar o que os neoliberais fizeram com os próprios americanos. Eu sou brasileiro vivo no Brasil. Por isto eu tenho certeza em dizer que no Brasil as pessoas trabalham muito. Porém há muitas injustiças. Diferentemente do que é permitido nos países do primeiro mundo, salários muito baixo são pagos e condições ruins de instalações são oferecidas para estes trabalhadores, beirando ao trabalho escravo. Pequenos empresários muitas vezes não têm um lugar ao sol nas atividades econômicas do país, pois a corrupção come solta até mesmo dentro das empresas privadas. Muitas vezes um grande empresário corrompe um funcionário de uma empresa privada ou estatal para que o negócio seja fechado com sua empresa, fazendo com que o preço do serviço ou produto seja mais elevado. E fazendo com que outros empresários não consigam através do seu mérito conquistar aqueles contratos. É desta maneira que no Brasil que as riquezas acontecem.

      Nando Oldenburg

      17/07/2016 - 17h45

      Esses pseudo-capitalistas de araque tupuniquins querem todas as regalias de mercado dadas pelo Estado. Nao querem pagar impostos – ao contrário, querem liberdade para sonegá-los – nem salários dignos e quando os resultados de sua incompetência e preguiça fazem com que suas empreas quebrem daí jogam a conta para o Estado pagar. A direita deste país só não é uma piada completa porque é estúpida demais para ser engraçada.

    Nando Oldenburg

    17/07/2016 - 17h41

    Se vc realmente acredita nestas notas de contracapa de Almanaque Sadol então vou lhe contar uma coisa: vc acredita em qualquer coisa. A propósito, a mula-sem-cabeça e o saci pererê mandaram lembranças.

Antonio Passos

17/07/2016 - 09h20

Conciso e brilhante. Infelizmente 0,001% dos brasileiros se interessam por “essas coisas”. É mais fácil acreditar no que o Bonner, o Jabor e a Leitão dizem. Os americanos são tão competentes na manipulação, que construíram a expressão “Teoria de Conspiração”, para dissimular o que sempre fizeram e fazem.

rogeriobezerra

17/07/2016 - 00h43

Há mais que a visão mental, pragmática da economia e força militar quando analisamos a influência de um país. Há a força da sua cultura. É ela que captura “corações” e leva bilhões a desejar ser o outro. Os estados unidos já cumpriram extraordinariamente esse papel, mas ele se esgotou. A roda não para, ou melhor, a fila andou… O Brasil precisa se descobrir e contribuir fortemente com a Humanidade. Para isso precisa parar de olhar e por joelhos obsequiosos, servis à nações que já deram suas contribuições. Chega de viralatismo! E por fim… FORA TEMER E GANGUE!

    Nando Oldenburg

    17/07/2016 - 17h48

    É verdade. A era de ouro do empreendedorismo americano acabou ainda na primeira metade do séc. XX quando sua economia foi seqüestrada pelo mercado ginanceiro e suas metas políticas e militares se voltaram para o imperialismo neo-colonialista. A estas alturas os ideais de democracia defendidos pelos pais da república já se transformaram em passado.

      rogeriobezerra

      18/07/2016 - 10h44

      Dizem que acabaram os países e que os nome do eua agora seria: “corporation eua”.

        Nando Oldenburg

        18/07/2016 - 23h41

        Mas a nova fase do agonizante capitalismo é acabar com os conceitos de Estado, nação e cidadania. O Estado vira um conglomerado de serviços e produtos gerido por CEOs; o país uma empresa e a cidadania se transforma em colaboracionismo, ou seja, enquanto vc puder trabalhar vc é colaborador depois que parar vira um produto descartável. Nesta fase só existe o capital, a produção e a mão-de-obra. O capitalismo é como a vida das estrelas: nasce cheia de energia e queima seus estoques energéticos superficiais, depois passa a queimar sua própria massa tentando desesperadamente transformá-la em combustível para ganhar sobrevida e no fim, depois de uma longa agonia, explode. Estamos na fase da queima da massa ou autofagia, quando o sistema se retroalimenta de si mesmo e tenta descartar tudo que não lhe é diretamente útil. Os EUA estão em plena queda e este é o grande perigo: impérios são mais perigosos quando se desmancham do que quando estão se expandindo pois no desmanche há uma corrida desesnfreada pelos melhores nacos do paciente moribundo. Isto nada mais é do que a crise político-econômica que vemos hoje configurada nas figuras patéticas de Trump e Clinton e de todo um Congresso refém da indústria bélica, do sistema financeiro e das agências de espionagem comandadas por ishra-hell. Onde entra a democracia neste sistema?

          rogeriobezerra

          19/07/2016 - 16h15

          Justamente agora que o Brasil poderia navegar em águas límpidas o “esgoto nacional” invadiu nossas casas. Sempre sentimos o cheio podre dessa elite subalterna e entreguista, mas não esperávamos “Ver emergir o monstro da lagoa”… Chico virá nos socorrer, outra vez?

Beth Andrade

17/07/2016 - 00h14

Não consigo ver outra saida a não ser a radicalização… mobilização/união/ocupação/resistência e é claro a desobediência civil. Não dá pra esperar mais decisões de leis, se elas não valem mais. Principalmente para o povo. Estamos carentes de lideranças que nos mobilize para a luta. Todos esperam não sei o que… não podemos acreditar em mais nada…claro que os neoliberais estão com apoio dos EUA. E o que os EUA quer é a mesma coisa que aconteceu na Turquia. Eles nos querem nas ruas lutando com pedaços de paus e pedras, para eles intervirem com armas e tomar ,como se fosse “legal”, nosso pais, nossas riquezas, o petróleo e as nossas almas…


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