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Reta final

Por Luis Edmundo Araujo, editor de esporte do Cafezinho Elas não estão mais entrelaçadas desde a derrota dramática da Argentina para o Chile, a segunda em dois anos, mais uma na Era Messi que pode, ou não, ter chegado ao fim na seleção. Sem a companhia da Copa América, já terminada, a Eurocopa reina absoluta […]

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Por Luis Edmundo Araujo, editor de esporte do Cafezinho

Elas não estão mais entrelaçadas desde a derrota dramática da Argentina para o Chile, a segunda em dois anos, mais uma na Era Messi que pode, ou não, ter chegado ao fim na seleção. Sem a companhia da Copa América, já terminada, a Eurocopa reina absoluta no momento, atrai todos os holofotes do mundo da bola direcionados à glória internacional e chega à reta final, à semifinal que reúne, do lado mais forte, a anfitriã França e a Alemanha, atual campeã mundial, e do outro o estreante País de Gales de Gareth Bale, e Portugal, de Cristiano Ronaldo.

Foram caminhos bem distintos os percorridos pelas duplas de semifinalistas. De um lado franceses e alemães sobreviveram a disputas corpo a corpo, no mata-mata, com campeãs mundiais, também da Eurocopa, mais a Alemanha que a França, na verdade, porque os donos da casa, que passaram sufoco pra passar dos irlandeses nas oitavas, escaparam nas quartas de pegar a Inglaterra, campeã mundial em 1966 que vinha invicta, embalada, cheia de esperança de enfim quebrar a abstinência continental até se deparar com um certo feitiço islandês, glacial, fatal para os ingleses que abriram o placar logo no início mas tomaram a virada ainda no primeiro tempo, sem forças para empatar, muito menos virar o placar que não se alterou mais, pra delírio dos 5% da população islandesa presentes ao estádio, que continuaram felizes da vida, orgulhosos da campanha histórica mesmo depois de tomarem de 5 a 2 da França nas quartas.

A Alemanha teve vida fácil nas oitavas-de-final, contra a Eslováquia, mas nas quartas foi obrigada a se deparar com aquela esquadra contra a qual nunca havia vencido qualquer confronto de alto nível, de Copa do Mundo ou Eurocopa: a Itália, que por sua vez havia acabado de bater a atual bicampeã do torneio, tri no total, a toda favorita e poderosa Espanha. Em Copas do Mundo os italianos venceram os alemães na final, em 1982, e na semifinal de 2006, na Alemanha, além da semi fantástica de 1970, talvez o maior de todos os jogos entre essas duas camisas. Em Eurocopas haviam sido dois empates em fases de grupos, em 1988 e 1996, além da semifinal de 2012, em Varsóvia, vencida mais uma vez pelos italianos. Foi um duelo entre os dois melhores goleiros do mundo no momento, um há muito tempo, Buffon, campeão do mundo em 2006, aos 38 anos ainda titular absoluto da Azzurra e em grande estilo; e o outro, Neuer, aos 30, campeão mundial também, aos 28. A Itália manteve a invencibilidade diante do rival histórico, mas a Alemanha venceu nos pênaltis.

Do outro lado viveu-se entre o sonho galês conduzido por Bale, a estrela cada vez menos solitária, e a teimosia obstinada dos portugueses sob a liderança do Cristiano Ronaldo de sempre, que continua toda hora a mirar o próprio rosto nos telões gigantescos, a fazer caras e bocas de Rodolfo Valentino e a bater recordes também, com a eficiência de sempre, o primeiro e único jogador a marcar gols em quatro edições seguidas de Eurocopa, desde 2004, e que teve a companhia providencial de Nani, de Quaresma e também de Renato Sanches para primeiro eliminar a Croácia na prorrogação, e depois vencer a Polônia de Lewandowski, nos pênaltis. País de Gales venceu sem muito brilho o duelo caseiro contra a Irlanda do Norte nas oitavas e, quando tudo levava a crer que sucumbiria honrosamente ao futebol envolvente da Bélgica, que tinha acabado de golear a Hungria, tomou o primeiro gol e virou jogando bonito, e sem nem gol nem passe de Bale, que agora se prepara pra enfrentar seu companheiro de time, Cristiano Ronaldo, num jogo em que, como já mostrou esse Euro, pode dar qualquer coisa.

 

luis.edmundo@terra.com.br

 

 

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Luis Edmundo

Luis Edmundo Araujo é jornalista e mora no Rio de Janeiro desde que nasceu, em 1972. Foi repórter do jornal O Fluminense, do Jornal do Brasil e das finadas revistas Incrível e Istoé Gente. No Jornal do Commercio, foi editor por 11 anos, até o fim do jornal, em maio de 2016.

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Antonio Passos

05/07/2016 - 11h44

Na minha opinião, vivemos a geração do “futebol de vídeo game”. Não digo que não haja craques, muito pelo contrário, alguns dos mais talentosos jogadores de todos os tempos estão em atividade. O que falta a eles então ? Falta competitividade verdadeira. Falta enfrentar jogos duros, sob todos os aspectos, para forjarem a têmpera dos campeões. Temos “meia dúzia” de clubes que concentram 90% dos craques do mundo. Isso não é esporte, é vitrine, é desfile em passarela, é vídeo game. O objetivo de qualquer futebolista do mundo, não é mais honrar a camisa que lhe paga, é fazer gols e jogadas bonitas para ser contratado pela meia dúzia de que falei. E quando o são, deixam de ser jogadores, tornam-se modelos, estrelas, artistas, performers, etc. E quando uma vez ou outra se encontram diante dos grandes momentos do futebol, em suas seleções quando se dispõem a jogar nelas, muitos fracassam de forma bisonha.


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