Mau caráter como sempre, Folha ataca Nassif

Uma das características mais repugnantes da imprensa corporativa familiar é que ela, não satisfeita de puxar o saco do poder há décadas, de ter colaborado com o golpe de 64, de ter sustentado vinte anos de ditadura, e de ter agora apoiado o golpe dos corruptos de 2016, não contente com esse papel imundo na história brasileira, desce ainda mais fundo na escala da degradação moral e promove um ataque de reputação a Luis Nassif, um dos jornalistas mais importantes da nossa geração.

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A reportagem da Folha sobre o Brasilianas na TV Brasil
SEX, 17/06/2016 – 16:02
ATUALIZADO EM 17/06/2016 – 18:24

Luis Nassif, no Jornal GGN

Hoje o repórter Julio Wiziak, da Folha, repete o mantra de taxar meu programa na TV Brasil de governista (http://goo.gl/3b9PKw).

Sua fonte é um suposto diretor da EBC, a quem ele deu o direito de atacar colegas sem precisar se identificar. Nada se sabe da fonte em off, se é diretor indicado pela atual administração, se é um diretor antigo lutando pela sobrevivência, ou se o julgamento foi do próprio Julio, valendo-se de uma fonte em off para validá-lo.

No artigo sou apresentado como um jornalista que, na EBC, falava só a favor do governo, ao lado de outros colegas como Sidney Rezende.

Sidney montou uma bela programação na rádio Nacional, que não durou duas semanas. Era um jornalismo objetivo, dinâmico, sem um pingo de oficialismo, assim como os demais programas da emissora.

Da parte do Brasilianas – do qual fui titular – há na Internet mais de 200 programas compondo provavelmente o mais completo mapa contemporâneo do país. Consultando, Julio poderia conferir matérias sobre indústria naval, sobre as passeatas de 2013, sobre a geopolítica internacional, sobre a nova cultura digital, sobre a falência dos partidos políticos, sobre os erros do governo Dilma, sobre os acertos das políticas sociais. Enfim, uma pauta ampla que dificilmente teria condições de divulgar através de uma rede comercial.

Desafio Julio a encontrar qualquer viés governista nos programas.

Aliás, fui convidado para a TV Brasil quando Paulo Markun denunciou meu contrato na TV Cultura, por críticas que fiz ao então governador José Serra no meu blog.

Em todo o período que fiquei na TV Brasil, fiz e apresentei o Brasilianas, fui comentarista do Repórter Brasil e do jornal do meio dia, fiz comentários nas rádios, em nenhum momento vislumbrei qualquer viés governista na programação. Pelo contrário. O Repórter Brasil, principal jornal da emissora, às vezes era mais realista do que o rei, na ânsia de mostrar isenção.

Desde 2013 me tornei crítico duro da política econômica de Dilma e de sua gestão à frente do governo. Da mesma maneira que me posicionei de forma dura contra o golpe. Os telespectadores da TV Brasil e os leitores de meu blog sabem disso. E em nenhum momento sofri qualquer forma de cerceamento.

Com todos os programas disponibilizadas na Internet, Júlio preferiu supostamente se basear em um suposto diretor que, que supostamente teria dado o veredito sobre minha atuação na casa. É assim, sem nenhuma dificuldade, que o colega perpetra um ataque à reputação, com a mesma facilidade com que, em uma padaria, pede uma média com pão com manteiga.

No Repórter Brasil, se ousasse planejar ataque semelhante contra os inimigos da casa, haveria um filtro jornalístico impedindo-o.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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