Temer, o breve. O governo que acaba antes mesmo de começar

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Análise Diária de Conjuntura – 16/06/2016

Era previsível que Michel Temer não teria condições de pacificar a crise política. Para começar, falta-lhe legitimidade. Não foi votado. Tomou o poder de assalto num dos golpes de Estado mais sujos já vistos na história brasileira.

Quando Getúlio derrubou o governo da I República de Washington Luiz, houve festa pelo Brasil. Getúlio trazia, efetivamente, um sopro de renovação.

Até mesmo após o golpe de 64 houve comemoração.

Em O Príncipe, no capítulo 3, Maquiavel explica que “os homens mudam de senhor com prazer, pois acreditam que melhorarão; tal crença fá-los tomar as armas contra o antigo, cometendo um erro, pois vêem, depois, com a experiência, que pioraram”.

Logo em seguida, o florentino explica que os mesmos homens que tomam em armas para levar um golpista qualquer ao poder, voltam-se contra o mesmo após suas expectativas serem frustradas.

O golpista que toma o poder de assalto, ensina Maquiavel, já começa o seu governo com uma quantidade exagerada de inimigos, que são aqueles que teve de derrotar para chegar onde chegou. Os seus aliados, ele não pode usar contra eles de autoridade, pois está em débito com eles, e ao mesmo tempo não pode satisfazê-los do modo que esperavam.

Michel Temer depende cada vez mais da mídia, mas esta não pode mais lhe ajudar por causa de seu comprometimento com um público viciado em escândalos diários. [/s2If]

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A Lava Jato manteve em segredo, nos meses que antecederam o golpe, todas as delações que envolviam a ala golpista. O objetivo era derrubar Dilma e foi alcançado. Falta agora, naturalmente, consolidar o golpe. Antes, porém, era necessário uma grande exibição de força, para manter o governo Temer à beira do abismo, sem condições nenhuma de realizar seu intento, que seria efetivamente pôr um freio nas investidas do Ministério Público e do Judicário.

Não tem condições, porém, porque não tem moral. Os membros do governo estão efetivamente envolvidos em esquemas de corrupção que já datam de décadas.

Aliás, esse é o lado mais duro da delação de Sergio Machado. Ele era tucano. E delatou esquemas de caixa dois e propina da eleição de Fernando Henrique Cardoso e Aécio Neves, abrindo um racha enorme no Titanic do golpe, cuja narrativa se resumia, desde o início, nos discursos de Gilmar Mendes, sobre uma suposta corrupção diferenciada praticada pelo PT, que seria “institucionalizada”.

A Globo tentou também vender essa história: que a corrupção sempre havia existido, mas que o PT a teria “institucionalizado”. A delação de Machado derruba essa balela. Não existe essa diferenciação entre uma corrupção do bem, moderada, no passado, uma corrupção maligna, institucionalizada, da era petista.

O que houve foi a continuidade da corrupção, e esta só foi combatida efetivamente nos governos Lula e Dilma, que implementaram leis e sistemas de transparência, e deram autonomia aos órgãos de controle.

Hoje ficamos sabendo, por exemplo, que o Ministro da Transparência, Torquato Jardim, nomeou sua própria sócia para chefiar seu gabinete. O ministro da Transparência!

Esse é o governo Temer, que parece ter acabado antes mesmo de começar. [/s2If]

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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