Foto: Corinthians/Divulgação
Por Luis Edmundo Araujo, editor de esporte do Cafezinho
A eliminação na primeira fase da Copa América Centenário, graças a um gol de mão, enquanto Galvão Bueno, Casagrande e Ronaldo Fenômeno exaltavam o futebol brasileiro naquele dia, num autêntico clima de Pra Frente Brasil, custou a cabeça do técnico Dunga, eternamente criticado, odiado até, pela imensa maioria da nossa crônica esportiva, até porque nunca demonstrou, na relação com os jornalistas do ramo, nada muito diferente de ódio, ou raiva, ou rancor por injustiças passadas, de seus tempos de capitão da Seleção. No lugar de Dunga entra Tite, multicampeão pelo Corinthians e unanimidade nacional na hora de se apontar o melhor treinador brasileiro da atualidade.
Dunga era um volante raçudo, um leão na marcação, ideal para deixar livre os craques do time onde jogava, e que começou a se destacar desde antes de virar profissional. Junto com Geovani, Jorginho e Bebeto, era titular da primeira Seleção Brasileira a conquistar um Mundial Sub 20, em 1983. No ano seguinte, quando jogava no Internacional de Porto Alegre, clube que o revelou, o time foi a base da seleção que conquistou a medalha de prata na Olimpíada de Los Angeles, a primeira do futebol brasileiro em Jogos Olímpicos, e tinha no gol o parceiro de demissão do ex-treinador da Seleção, Gilmar Rinaldi. Depois teve passagens sem muito destaque pelo Corinthians e pelo Santos, antes de sua primeira reviravolta, em 1987, quando foi campeão carioca pelo Vasco atuando ao lado de Geovani, de novo, e mais Romário, Tita e Roberto Dinamite. Vendido para o Pisa da Itália, se transferiu depois para a Fiorentina, onde jogava quando virou nome de era, a Era Dunga, batizada pelo então treinador da Seleção para a Copa de 1990, na Itália, Sebastião Lazaroni,
Com a derrota do futebol-arte da geração de Falcão, Sócrates, Zico e Toninho Cerezo em 1982, na Espanha, e depois em 1986, no México, com seus craques mais velhos, contundidos, Lazaroni preconizava uma mudança de rumo, a valorização do futebol-força, competitivo, com um quê de europeu, para que o Brasil voltasse a ganhar um Mundial. O time foi eliminado pela Argentina nas oitavas-de-final e Dunga ficou três anos fora da Seleção, para voltar às vésperas da Copa de 1994, quando deu sua volta por cima particular em grande estilo, levantando a taça como capitão e mostrando, com o desabafo aos palavrões no gesto antes só de festa, que o rancor contra quem o criticara, e ainda criticava mesmo durante a Copa, estava ali guardado dentro dele, onde permaneceu adormecido até seu retorno à Seleção, como técnico, em nova aposta de mudança de rumo, após a eliminação na Copa de 2006, no clima do oba-oba de Ronaldinho Gaúcho, Roberto Carlos, Adriano e Ronaldo Fenômeno.
A ideia da CBF, ainda presidida por Ricardo Teixeira, era instaurar a linha-dura na Seleção, e Dunga começou bem. Campeão da Copa América de 2007 e da Copa das Confederações de 2013, o treinador conquistou ainda resultados inéditos e expressivos durante as Eliminatórias para o Mundial, como as vitórias fora de casa contra Uruguai e Argentina. Durante a Copa da África do Sul, em 2010, bateu de frente com a Globo, chegou a receber o apoio da maioria da população na inacreditável campanha da emissora contra o treinador da Seleção em plena disputa de uma Copa, mas não resistiu à eliminação nas quartas-de-final, para a Holanda. Voltou depois do trágico 7 x 1 para a Alemanha, na Copa em casa, em mais uma aposta de reviravolta na CBF, e agora foi de novo demitido para dar lugar a outro ex-volante do futebol brasileiro, com uma carreira nos gramados bem menos expressiva que seu antecessor no cargo.
Tite começou a jogar no Caxias, de sua cidade natal, Caxias do Sul. Depois foi para o Esportivo, de Bento Gonçalves, para a Portuguesa de Desportos e, ainda em São Paulo, viveu sua melhor fase no Guarani de Campinas, quando foi vice-campeão brasileiro, em 1986, e paulista, em 1988. Uma série de contusões abreviou sua carreira aos 28 anos, e antes dos 40 ele já colocava a primeira estrela em seu currículo de treinador, com o campeonato gaúcho conquistado pelo seu Caxias sobre o Grêmio de Ronaldinho Gaúcho. Contratado pelo Grêmio, consolidou seu nome nacionalmente com o título da Copa do Brasil de 2001, sobre o Corinthians na final.
Tite ainda seria campeão da Copa Sul-Americana com o Internacional, em 2008, antes de se consagrar de vez em sua segunda passagem pela Corinthians. Duas vezes campeão brasileiro (2011 e 2015), campeão paulista de 2013 e, acima de tudo, campeão da Libertadores, obsessão corinthiana, e do Mundial em 2012, o treinador caiu pra sempre nas graças dos corinthianos, que por motivos óbvios são os únicos torcedores em todo o País que não aprovam, nem gostaram da escolha de seu nome para treinar a Seleção Brasileira.
luis.edmundo@terra.com.br
17Abril2016
17/06/2016 - 20h39
V I A J A D E L N E R O V I S I T A O M A R I N
FRS
16/06/2016 - 20h21
Gente, eh hora de mudar. Pra que mais gaúchos retranqueiros? Mano, Dunga, Felipão…pelamordedeus….E quem acha o Tite um gênio, saiba que eu acho ele um jênio e só me lembro do Tolima, Nacional, Audax… Abracos
renato andretti
16/06/2016 - 18h39
Não consigo sentir mais nada, pela nossa seleção.
passa batida..
Tenho saudade do sentimento, só..isto.
Antonio Passos
16/06/2016 - 16h51
Dunga é um imbecil que deveria agradecer todos os dias de sua vida, a sorte que deu como jogador razoável. Não tem inteligência, criatividade, nada para ser um técnico de grande capacidade. Ainda mais de um futebol que, depois dos 7 x 1, resultado mais ridículo da história de todos os esportes, luta para ressuscitar.