A indescritível estupidez do governo golpista: afastar-se dos Brics

Dilma e outros líderes dos Brics querem mais participação dos emergentes nas decisões econômicas

(Foto: Robert Stuckert Filho).

Que estupidez inominável!

Somente um governo golpista, desesperado por um carinho de Washington, agiria assim. E o pior é que, com isso, o Brasil perde o respeito dos EUA e da Europa, porque ninguém gosta de país subalterno, além de perdermos um trunfo de negociação.

Ou seja, perdemos a China E perdemos EUA e Europa.

O golpe nos fez retroceder décadas! Voltamos, de vez, a ser uma desprezível república de bananas!

Volta, Dilma!

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No blog do Vicente / Correio Braziliense

China acusa Temer e Serra de boicotarem o Brics

Publicado em 14/06/2016 – 12:30
POR PAULO SILVA PINTO

O governo chinês vê com grande preocupação a mudança de política externa brasileira. Texto que acaba de ser publicado pelo serviço em português da agência de notícias estatal Xinhua sobre o primeiro mês de afastamento da presidente Dilma Rousseff afirma que “o presidente interino, Michel Temer, se aproveitou para alterar a estratégia diplomática do país e deixar de priorizar as relações com os Brics”, em referência ao bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

O texto é assinado pelo diretor da sede dos serviços em português da Xinhua no Rio de Janeiro, Chen Weihua, e pelo editor internacional da agência, em Pequim, Zhao Hui. Embora a análise não tenha o peso de uma comunicação oficial, reflete a opinião de ao menos parte da elite que comanda o país. A Xinhua é uma agência diretamente subordinada ao governo. Com 170 escritórios espalhados pelo mundo, é presidida por um integrante do Comitê Central do Partido Comunista Chinês.

“Desde a criação do Bric em 2009 (antes da adesão da África do Sul, em 2010), o Brasil sempre priorizou as relações com os membros do bloco, no âmbito da cooperação Sul-Sul, uma escolha que o governo interino parece não ter intenção de manter. O novo ministro das relações exteriores do Brasil, José Serra, anunciou, logo após o estabelecimento do governo interino, que os focos principais da ‘nova política externa’ brasileira são, dentro da América Latina, a Argentina e o México, e fora dela, os Estados Unidos e a União Europeia. No caso dos Brics, Serra se limitou a dizer que o Brasil vai se esforçar para aproveitar as ‘oportunidades’ que o bloco oferece, mas sempre tendo o comércio e os investimentos mútuos”, segue dizendo o texto.

De acordo com a Xinhua, analistas chineses veem risco de o governo Temer “minar a eficácia dos mecanismos do grupo” ao buscar atuar como voz isolada nos fóruns globais. A agência cita o diretor executivo do Centro de Estudos Brasileiros do Instituto de América Latina da Academia de Ciências Sociais da China, Zhou Zhiwei, para quem, diferentemente da prioridade atribuída por Dilma aos países em desenvolvimento, o presidente interino busca estabelecer um novo equilíbrio entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.

“Temer tentará fortalecer a relação com os Estados Unidos e Europa a fim de que eles reconheçam a legitimidade do governo interino, e, para tanto, será forçado a manter distância dos membros do Brics para evitar desagradar Washington”, disse Zhiwei.

Um diplomata brasileiro comentou de forma reservada que ao mencionar os BRICS em seu discurso de posse, o ministro José Serra procurou deixar clara a importância conferida ao grupo. Acrescentou que o presidente interino, Michel Temer, se dedicou pessoalmente às relações entre o Brasil e a China, mantendo várias reuniões com o vice-presidente chinês, Li Yuanchao. Em visita oficial à China, Temer, foi até mesmo recebido pelo presidente do país, Xi Jinping.

Brasília, 12h30min

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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