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Análise Diária de Conjuntura – 13/06/1975
Claro que não. Michel Temer é muito pior que Donald Trump. Pra começar, Trump trabalha para chegar a Casa Branca via sufrágio universal, disputando voto a voto, não surfando na crista de um golpe midiático-jurídico-parlamentar.
No entanto, há semelhanças. Temer é um Trump silencioso, sombrio, satânico. Trump fala o que Temer pensa, mas não fala. [/s2If]
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Esse golpe é talvez a coisa mais grotesca que se viu na história do Brasil. Se o problema fosse a Dilma, um crime de responsabilidade cometido por ela, então ela deveria ser removida do cargo, mas o projeto inteiro mantido. A coalizão, os ministérios, os programas, o conjunto de valores e forças que venceram nas urnas. Michel Temer fez uma virada ridiculamente radical: ele levou a extrema direita ao poder.
Ou seja, não foi apenas um golpe, mas um gesto de traição jamais visto na história brasileira. O golpe de 64 foi muito mais sincero. Castelo Branco não era vice de João Goulart. Era seu adversário.
Michel Temer não. Era um aliado desde 2003. Todos os erros e acertos do governo foram também erros e acertos de Michel Temer, e do PMBD.
Mas retomemos o raciocínio do início do post, comparando Temer com o ultra-reaça Donald Trump.
Eu queria fazer um comentário sobre um post de William Saletan, publicado no Slate, prestigiado blog de esquerda norte-americano, no qual ele aborda os polêmicos (e previsíveis) comentários de Donald Trump feitos após o massacre em Orlando, perpetrado por um seguidor do Estado Islâmico.
Saletan observa que os comentários de Trump materializam exatamente aquilo que o Estado Islâmico deseja: criam uma polarização absoluta entre os mundos muçulmano e ocidental; marginalizam os setores esclarecidos do Islã; faz o Ocidente perder a batalha de ideias pela opinião pública muçulmana.
O blogueiro reproduz trechos de um vídeo divulgado pelo EI há algumas semanas, o mesmo onde constaria mensagem que pode ter inspirado o psicopata de Orlando a levar adiante o seu crime.
No vídeo, o EI prega a divisão do mundo em dois mundos: fiéis e infiéis; ataca os intelectuais muçulmanos que rechaçam o terrorismo; e conclama, por fim, os seus seguidores a não terem compaixão de alvos civis, porque ninguém é “inocente”.
É a mesma coisa que diz Trump, às avessas. Trump quer proibir a entrada de muçulmanos, qualquer muçulmano, nos Estados Unidos: ou seja, é a mesma visão polarizada, do eu e eles, pregada pelo EI. Trump ataca os intelectuais americanos que defendem uma abordagem moderada e compreensiva da relação entre ocidente e islã, repetindo invertidamente os ataques do EI aos intelectuais islâmicos que rechaçam o terrorismo. Por fim, Trump, aí copiando sem sequer o benefício da inversão, também prega que os EUA bombardeiem indiscriminadamente alvos do EI, sem muita preocupação se crianças, velhos, mulheres, civis, serão atingidos.
Por que eu lembrei de Michel Temer, o nosso Trump com jeito de drácula mudo?
Ora, uma coisa é o Temer da tv, das entrevistas, sempre cordial. Outra coisa, completamente distinta, é o Temer presidente interino, entregando o governo às raposas, destruindo ministérios e políticas públicas, prometendo vender estatais, fazendo tudo sem consultar a sociedade, agindo com uma virulência incrível, como se tivesse acabado de se eleger com o voto da maioria esmagadora da população e não ter tomado o poder através de um desprezível golpe parlamentar.
É esse Temer que eu falo. Talvez fosse melhor, para ficar mais claro, cunhar um novo termo: Temerismo.
Esse temerismo é que eu comparo a um Trump enlouquecido, uma direita estúpida, radical, que não procura criar pontes com os movimentos sociais, comunidade acadêmica, intelectualidade. O temerismo quer proibir a esquerda de entrar no Brasil, assim como Trump quer proibir os muçulmanos de entrar nos Estados Unidos. É uma boçalidade indescritível, porque uma democracia como a brasileira precisa, obviamente, da participação de sua intelectualidade progressista.
A perseguição aos valores progressistas, a criminalização da esquerda e de suas organizações, debilita a nossa democracia, abrindo caminho para uma revolta social desorganizada.
O Brasil, ser quiser ser, um dia, uma grande nação, e grande no sentido naturalmente de uma nação desenvolvida e respeitada, precisa mostrar ao mundo que é uma democracia madura, que respeita os diferentes grupos que disputam as ideias no mercado interno de opinião, que entende que o principal valor de uma democracia é o entendimento de que a disputa si, desde que feita de maneira civilizada, democrática, conduz a um formidável desenvolvimento político, cultural, social.
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Marcelo De Rizzo
14/06/2016 - 12h27
O trump tem carisma, o temer é ridículo.
Daniel
14/06/2016 - 01h13
Nao, e’ muito pior, pois DT teve votos para estar onde esta. E’ legitimo. A comparacao nao procede em termos democraticos. Um e’ legitimo e o outro ilegitimo. Nao esta em questao a mesquinhez e o carater, esta?