Por Diana de Almeida
Eu precisei de uns dias pra entender como eu tô me sentindo, e vou escrever aqui como um desabafo. Sou uma mulher trans no começo da transição, estou experimentando meus primeiros contatos com o mundo assumindo essa identidade.
Depois de inúmeras noites de “drag”, uma noite desastrosa que eu estava o retrato da estranheza e sofri algumas agressões verbais… Quinta, pela primeira vez, eu saí mesmo como as pessoas denominam menina. Eu joguei o cabelo por cima do sidecut, fiz uma chapinha pra dar uma alongada no cabelo e uma make levinha de garota.
É engraçado por que eu sempre tenho a impressão de que essas coisas vão ser mágicas, transformadoras, incríveis. Mas dessa vez não foi, dessa vez foi… Reconfortante. É uma sensação nova pra mim andar pela rua e não ter olhares estranhos na minha direção, por que eu sempre fui reBElDe EstYLoSah então eu sempre chamei atenção na rua mesmo. Eu tenho vivido um momento de forte tensão psicológica, sabe? Um pavor de sair de casa. Eu sonho direto com coisas que podem me machucar e é uma sensação interessante essa de desaparecer no meio das pessoas. E esse é meu maior medo, ser agredida na rua por ser trans, violentada, assassinada, queimada viva essas coisinhas cotidianas. Um dia desses eu até chorei, do nada, durante muitas horas, pensando nisso. Tenho evitado de sair e fazer qualquer coisa fora do perímetro da faculdade por causa disso.
Além disso foi muito legal ver a cara de espanto de cada pessoa que eu encontrava, quando elas me reconheciam, até por que nem tinha tanta coisa diferente assim.
Bom, tô me sentindo de verdade fortalecida depois dessa experiência, e com muita energia pra continuar a transição.
Cada coisa que acontece comigo, com a minha transição só deixa nítido pra mim o que ser, de verdade, como eu gostaria de ser me traz: Paz. Muita paz. Obrigada pra todo mundo que me chamou de linda nesse dia e que me ajuda a continuar me dando força
Moacir Führ
13/06/2016 - 11h37
Faça o que você precisar pra ser feliz. Desde que não prejudique ninguém, é a única coisa que importa.
renato andretti
12/06/2016 - 12h49
Que teu espirito embale vosso corpo.
Que teu espirito traga aos outros e a mim
as novidades que este espirito traz ao mundo
É obvio, é claro, é translucido, é inovador o que
ocorre no MUNDO.
E isto vai renovar o ser humano….
Os velhos simplesmente morrerão..
para trazer a esta “ESPECIE”, a renovação.
É a sublimação do ser humano..ainda atrelado
a sexualidade..
Nada a ver…sexualidade é natural como respirar
o ar.
Vocês ainda experimentam as agrurtas do SER
Mas vencerão!!!!e eu estou aqui para lutar por voces..
.
Antonio Passos
12/06/2016 - 10h25
Não penso que a motivação neste caso deva ser enfrentar o mundo ou a sociedade. Este tipo de transformação é uma necessidade psicológica. O trecho em que a Diana diz que sentiu paz, explica tudo, não é preciso mais nada. Conheço um caso em que uma transformação de “mulher para homem”, curou sintomas de esquizofrenia e inclusive eliminou a necessidade de alguns remédios. Mas tudo depende de cada um e um acompanhamento psicológico ajuda muito a superar dificuldades. Quanto à sociedade, só a educação resolve este drama.
maria nadiê rodrigues
12/06/2016 - 09h22
Não queria estar na pele de Diana, nem de quem se assume diferente num contexto social tão cruel e mesquinho. Viver é um aluta constante de felicidade, sim, mas de muito mais dores e agonias. Desconheço que tenha mais de 20 anos e diga que sua vida foi sempre um mar de flores, porque a vida tem seus dissabores para que a pessoas saiba deles tirar proveitos para se levantar e começar do zero, se preciso. Então acho que se o hétero, seguindo todas as regras sociais impostas de cima pra baixo, já é complicado, posso imaginar o que passa pela cabeça dos que se lançam numa situação que é condenável praticamente para a maior parte do Planeta.
No fundo admiro muito toda pessoa que peita a sociedade, de cabeça erguida, e faz da sua vida o que lhe aprouver. Assim penso sobre os negros e todas as minorias. No caso de uma trans, sei ser muito mais complicado se assumir, e mandar a sociedade às favas, se precisa cuidar de sua vida, de sua integridade física, como todo ser humano que tem os mesmos desejos, de paz e felicidade.
Quem usa até de força para humilhar, maltratar, uma pessoa, por ela não ser igual a ela, por ela pensar diferente, e isso em qualquer circunstância, é um ser muito mal-amado, muito sem norte, um infeliz, que careceria se tratar para poder conviver em sociedade.
Sou religiosa; acredito muito em Deus, e penso que Jesus Cristo nos ensinou através de sua passagem pelo mundo tudo que vai ao encontro desse comportamento vil, execrável, de quem pensa que pra estar melhor precisa ofender, humilhar, agredir e até matar os que não comungam com suas ideias.
E não sou evangélica, não.
cousinelizabeth
12/06/2016 - 13h15
Cristo foi absolutamente anti-evangélico quando disse “quem
cousinelizabeth
12/06/2016 - 13h15
nao
cousinelizabeth
12/06/2016 - 13h19
Desculpe, minha resposta seguiu sem que eu tivesse tempo de redigir. Ia dizer que Cristo não tem nada a ver com a maioria dos dogmas religiosos que criminalizam as pessoas por sua opção sexual. E nem tampouco por seus “pecados”. “Quem não tiver pecado que atire a primeira pedra”, foi uma declaração humanista fabulosa.
Camem Oliveira
12/06/2016 - 08h25
Na entrevista que Dilma Rousseff concedeu a jornalista Mariana Godoy,
ela recebeu os dois volumes da biografia de FHC com dedicatória e tudo.
Na dedicatória, Fernando Henrique Cardoso revela a presidente “pressões e chantagens” que sofreu quando estava na presidência.
Será que ele refere-se a Temer e Cunha ou foi “pura ironia”?
https://youtu.be/bbVKk3uh3qE
A conferir…