Foto: Getty Images
Por Luis Edmundo Araújo, editor de esporte do Cafezinho
Parece brincadeira. Foi só falarmos da atualmente escassa empatia entre o povo, o torcedor em geral e a outrora gloriosa, querida Seleção Brasileira de futebol – e de como isso seria mais uma desvantagem do presidente interino Michel Temer em relação a outros colegas dele, também beneficiários de um golpe, como o general Emílio Garrastazu Médici, que teve a seu favor o time de 70 -, e a camisa canarinho voltou ontem a aplicar uma goleada sonora num adversário em meio a uma competição importante. E por 7 a 1, placar da maior tragédia da história do nosso futebol, o que também nos permite fazer alguma analogia com o momento político atual, lembrando da frase de Chico Buarque que por sua vez foi lembrada por Lula. Afinal de contas, se voltamos a falar fino com os Estados Unidos e grosso com a Bolívia, nada mais significativo do que nossa seleção tomar de 7 da Alemanha e dar de 7 no Haiti.
Mas se é inevitável lembrar daquela triste semifinal de Copa do Mundo no Mineirão, se dez entre dez jornalistas esportivos lembraram, compararam, alguns até fazendo piada com o vexame histórico de nossa seleção, e achando graça não só hoje ou ontem, mas sempre, cabe a ressalva de que o time de ontem merece, sim, elogios, descontada a óbvia fraqueza do adversário, que no entanto perdeu só de 1 a 0 para o Peru na primeira rodada do Grupo B da Copa América, o mesmo Peru que empatou ontem em 2 a 2 com o Equador, que ganharia do Brasil por 1 a 0 se o juiz tivesse validado o gol legal deles.
Na primeira partida sem um jogador sequer, entre os titulares, dos 11 que iniciaram a fatídica semifinal contra os alemães, a Seleção foi muito bem conduzida por Philippe Coutinho no meio, com a ajuda de William, Renato Augusto, Elias e cia. Contra um adversário fraco, fez o que tinha que fazer, e goleou por um placar que pode vir a ser simbólico, tomara, de uma retomada do futebol que orgulha, com a volta do Neymar, do Miranda na zaga, faltando ainda o nove ideal, com um goleiro um pouquinho só mais confiável quem sabe, talvez, o Brasil a partir de agora nos faça ir esquecendo, aos poucos, devagar, se é que isso é possível, o vexame que teve ao menos o mérito de redimir para a história outra grande seleção que, jogando a Copa em casa, chegou à final e perdeu, mas só por 2 a 1.
Graças ao time de 50, aliás, o Brasil é protagonista de outro 7 a 1 na história das Copas, este favorável, também na fase final, a vitória em cima da Suécia na primeira rodada do quadrangular final da Copa, com quatro gols de Ademir, dois de Chico e um de Maneca, todos do Vasco. A goleada acabou ofuscada primeiro pelos 6 a 1 na temida Espanha na rodada seguinte, ao som das Touradas de Madri do Braguinha, e depois pela derrota inesperada para o Uruguai, e pela perseguição, pelo peso da culpa eterna que durou até a morte de todos os grandes jogadores que atuaram no primeiro de nossos 7 a 1, neste dia de festa mostrado pelo vídeo abaixo, com Maracanã lotado e o povo feliz, orgulhoso da exuberância e eficiência de seu futebol.
https://youtu.be/E1X-WGw-vL0
luis.edmundo@terra.com.br
Marcelo Gaúcho
10/06/2016 - 15h56
7×1 faz parte do Golpe, cada vez fica mais claro. Tudo com a ajuda conivente do eixo Globo-CBF-FIFA. Só côxa-trôxa não vê isso.
VALE TUDO por petróleo de alta qualidade a preço de bananas, até show do Marilyn Manson no Dia da Independência (a nossa).
revenger
10/06/2016 - 15h45
O sete à zero foi vergonhoso não por ter perdido. Mas do jeito perdido. Aliás, foi entregado.
Sérgio Rodrigues
10/06/2016 - 12h46
A vexatória derrota da seleção na Copa faz parte do golpe!….
zazul
10/06/2016 - 15h01
Desde o início achei que a derrota foi comprada e os jogadores revoltados por ter que entregar, deixaram logo entrar 7
johony
10/06/2016 - 08h54
Enquanto houver rede globo não existirá Seleção Brasileira de Futebol, isso é para a classe média alta conhecidos como trouxinhas, tem os pobres que se acham, mas, nunca serão.
Antonio Passos
09/06/2016 - 21h23
O 7 x 1 não foi a maior tragédia do futebol brasileiro “apenas”. Foi o maior fiasco da história de todos os esportes desde que o mundo é mundo. Seria como se o time de basquete americano, perdesse uma olimpíada em casa para a Rússia, por um placar de 300 x 50. Exatamente assim.
Daniel
10/06/2016 - 08h59
A culpa do 7×1 foi da Globo-PSDB e trouxinhas acefalos. Escreva ai para as futuras geracoes. Foi tudo parte do Golpe.
João Luiz Brandão Costa
09/06/2016 - 18h39
Enquanto houver Dunga, não haverá “a nossa querida seleção”. Ele é a personificação daqueles que se encararapitaram nosso futibol. Vaidoso, arrogante, adepto do dito futibol à la europeia. Isso em contraste com o nosso tipo, que é o da espontaneidade, criatividades, da improvisação, da surpresa, tudo isso respaldado pela a arte e o gênio. Tudo o que ele não gosta, e reprime em seus times. É lógico que devam existir esquemas e táticas de jogo, mas não engessamento.Tem um antigo filósofo do do futibol de areia, que dizia: quando eu bato o olho num scratch canarinho lá de cima das arquibancadas e não vejo um tom de pele mais puxado ao escuro, já não vou levando muita fé. Seja lá o que isso queira dizer ou implicar, esses muitos anos de torcedor de mais de 14 copas, me dão um sentimento vagamente parecido. E deixo para outra oportunidade discorrer sobre o papel deletério da Rede Globo.