Menu

Carta Capital publica entrevista antológica com Glenn Greenwald sobre o golpe!

Quem for contar a história do golpe de 2016, não poderá deixar de mencionar a presença, no Brasil, de um prestigiado jornalista norte-americano, cuja independência profissional e, sobretudo, cujo sentido ético sobre política e democracia, lhe fez assumir posições corajosas e convictas contra o golpe. Nessa entrevista, publicada hoje, Greenwald relata como acordou para o […]

12 comentários
Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News
Journalist Glenn Greenwald speaks during an interview with the Associated Press in Rio de Janeiro, Brazil, Sunday, July 14, 2013. Greenwald, The Guardian journalist who first reported Edward Snowden's disclosures of U.S. surveillance programs says the former National Security Agency analyst has "very specific blueprints of how the NSA do what they do."(AP Photo/Silvia Izquierdo)

Quem for contar a história do golpe de 2016, não poderá deixar de mencionar a presença, no Brasil, de um prestigiado jornalista norte-americano, cuja independência profissional e, sobretudo, cujo sentido ético sobre política e democracia, lhe fez assumir posições corajosas e convictas contra o golpe.

Nessa entrevista, publicada hoje, Greenwald relata como acordou para o golpe a partir das algumas observações: primeiro, a condução coercitiva de Lula e a constatação de que Sergio Moro se portava como um juiz totalmente partidário; segundo, a postura totalmente golpista da grande mídia, omitindo e manipulando informações ao sabor das conveniências políticas que levassem ao impeachment.

Greenwald relata que hoje não tem mais dúvidas: é golpe!

***

Trechos de entrevista de Gleen Greenwald à Carta Capital, feita pelas repórteres Leneide Duarte-Plon e Clarisse Meireles:

Na Carta Capital

Carta Capital – O que desencadeou sua decisão de passar a escrever sobre o Brasil?
Glenn Greenwald –Eu vi que a Globo estava incitando os protestos. Mas, por outro lado, eu estava olhando a Lava Jato como algo impressionante, positivo, pois colocava na prisão por corrupção bilionários e políticos poderosos, independentemente do partido ou da ideologia. Isso não acontece nos Estados Unidos, e no Brasil menos ainda.

As pessoas achavam uma coisa fantástica. Comecei a mudar quando o juiz Moro mandou fazer a condução coercitiva de Lula, sem razão, uma vez que o ex-presidente fazia depoimentos voluntários. Ficou claro para mim que o juiz criou uma cena dramática.

Pior ainda, em minha opinião, foi quando Moro divulgou a conversa do ex-presidente com a presidenta. Ele não divulgou apenas grampos de interesse público, mas também conversas para enxovalhar a reputação do ex-presidente.

Mas minha decisão de começar a cobrir a política brasileira foi quando vi o Jornal Nacional fazendo uma leitura do diálogo entre o ex-presidente e Dilma Rousseff como se fosse de novela.

Tive uma imensa vergonha e pensei que era o limite do suportável.

Carta Capital – O que é fazer jornalismo honesto?
Glenn Greenwald – Numa democracia, o jornalismo tem um propósito: o principal é ser uma força contra facções poderosas, que podem ser os ricos, o governo, a polícia, as grandes empresas. Ser realmente o Quarto Poder. Ele deve ser um poder que vai esclarecer, trazer à luz o que certos grupos estão fazendo às escuras.

Quando o jornalismo está servindo a esta ou aquela facção, para mim é corrupto. Jornalismo que luta contra os poderosos é o jornalismo honesto, fiel a seu propósito de investigar e mostrar a verdade.

Carta Capital – O mito da objetividade é que está em xeque?
Glenn Greenwald – Sim, Dilma fala de golpe, a oposição defende que foi impeachment legal. Quando saem esses artigos muito fortes, criamos espaço para os jornalistas estrangeiros irem mais longe.

Carta Capital – A GloboNews tentou desqualificar toda a imprensa internacional, dizendo que os jornalistas estrangeiros não entendiam o processo.
Glenn Greenwald – Isso foi patético, mas não conseguiram. E também a Dilma e o PT resolveram adotar uma estratégia forte, organizando coletivas da presidenta e de Lula para a imprensa internacional, e quando Lula fez uma entrevista comigo e não com jornalistas brasileiros. Dilma fez três entrevistas, uma com a CNN, uma com a Telesur e outra comigo. Depois ela fez uma entrevista exclusiva com Carta Capital.

Carta Capital – Na matéria de 23 de maio, sobre a gravação de Romero Jucá, o Intercept diz que vai introduzir definitivamente a palavra golpe. Como foi a repercussão dessa matéria?
Glenn Greenwald – Eu, pessoalmente, nunca usava a palavra golpe porque, para mim, era como a palavra “terrorismo”. Todo mundo usa essa palavra politicamente. Não tem um significado específico. Para mim, a gravação de Jucá mudou tudo, porque tive todos os ingredientes necessários para definir um golpe.

Qualquer que seja a definição de “golpe”, ela se enquadra no que foi feito no Brasil com relação à presidenta Dilma Rousseff. Houve envolvimento de políticos, da Justiça e dos militares, entre outros. O motivo não foram as alegadas “pedaladas fiscais”. No dia da votação na Câmara, ninguém falou desse motivo.

Carta Capital – Seria possível a Suprema Corte americana agir tão partidariamente como a brasileira?

Glenn Greenwald – Nos Estados Unidos, um juiz da Suprema Corte não pode falar publicamente sobre assuntos que estão em julgamento. A autoridade do Judiciário precisa ser e parecer independente da política.

É impensável ver um juiz encontrando-se com políticos, almoçando com políticos. Para mim, como advogado que sou, esse processo é totalmente corrupto. Que confiança você pode ter num juiz que discute com políticos casos que está julgando?

Carta Capital – Ele toma partido…
Glenn Greenwald – Sim. Para mim, isso é mais importante do que o envolvimento dos militares. Quando comecei a prestar atenção no debate sobre o impeachment, eu pensava: “Não pode ser golpe, porque está sendo conduzido sob a autoridade de um tribunal legítimo”. Para mim era um bom argumento. Perguntei a Dilma e a Lula nas entrevistas que fiz: como pode ser um golpe se é um tribunal legítimo? Mas agora a legitimidade desse tribunal fica totalmente duvidosa.

Carta Capital – Como avalia a queda do Brasil no ranking de liberdade de imprensa da respeitada ONG Repórteres Sem Fronteiras? O Brasil ocupava o 58º lugar em 2010 e hoje ocupa o 104º posto? A Reporters Sans Frontières disse literalmente: “O problema dos ‘coronéis midiáticos’, que descrevemos em 2013 no relatório ‘O País dos 30 Berlusconis’, continua intocável”.
Glenn Greenwald – O Brasil ficou atrás de El Salvador, Peru e Libéria. Essa organização é muito respeitada no mundo inteiro, porque não se envolve em nenhum debate político nos países, atua apenas como um observador.

A Reporters Sans Frontières disse isso de uma forma clara e absoluta, condenando a mídia brasileira e dizendo que os jornalistas não estão se comportando como profissionais, mas tentando influir na queda da presidenta Dilma.

Outra forma de avaliar a liberdade e o pluralismo da imprensa brasileira foi em relação ao assassinato de jornalistas em cidades pequenas, a concentração de empresas jornalísticas nas mãos de poucas famílias e a conexão com a classe política, tentando forçar a saída de Dilma, o que contradiz a liberdade de imprensa.

A avaliação da RSF foi tão severa com a mídia brasileira que fiquei chocado e surpreso, pois eles em geral não são tão explícitos nos seus julgamentos. Imagino que isso deve ter causado muita vergonha no Estadão,Folha, Globo, Veja e IstoÉ.

Carta Capital – Mas eles não deram essa notícia. “O que é ruim, a gente esconde”, foi uma frase dita por um ministro que falava sem saber que o microfone estava aberto. Faz algum tempo, mas nada mudou.
Glenn Greenwald – Em todos os lugares onde vou falo disso justamente, porque não vejo ninguém falar. Na gravação de Jucá, ele disse que a imprensa estava insistindo na saí­da de Dilma, nitidamente tomando partido. Ele deixou tudo muito claro.

Carta Capital – No Brasil, o povo vê o que a mídia quer que ele veja…
Glenn Greenwald – Você viu o que o Jornal Nacional fez para noticiar essas gravações? Eles deram 20 segundos no começo, depois 15 outras reportagens sobre zika, o tempo, a Venezuela. Os últimos dez minutos foram para comentar as gravações, mas sem falar do envolvimento dos militares nem a tentativa de impedir a Lava Jato. Disseram que Temer afirmou que “agora tudo está certo”.

Carta Capital – O que falta ao Brasil para ter maior pluralidade na mídia?
Glenn Greenwald – Vi críticas ao PT por não ter feito quase nada nesse sentido. Nos EUA, há leis mais leves, aliás, do que na Inglaterra e na França. Se existem instituições fortes e maduras, não há problemas. Havia a TV Brasil, onde o Temer já mudou as regras. Para mim, muito mais promissora é a internet.

Vai mudar tudo. Jovens de menos de 25 anos não veem tevê, não leem jornal. Estão no Facebook, Twitter e leem os jornais estrangeiros na internet. Acho essa opção melhor que leis para regular e controlar.

Carta Capital – Na França, por exemplo, o governo subvenciona os jornais para garantir o pluralismo. O governo não quer nem que o jornal comunista L’Humanité desapareça. O pluralismo na imprensa é importante para a democracia francesa. O leque ideológico da imprensa é enorme.
Glenn Greenwald – Mas é preciso que haja maturidade política e democracia. Na Argentina, a primeira coisa que Mauricio Macri fez foi mudar a lei de mídia.

Carta Capital – De onde você vem? Qual a sua história familiar a explicar seu interesse por política, seu engajamento?
Glenn Greenwald – Meu avô me influenciou muito quando eu era criança. Ele foi vereador na nossa cidade, um político que sempre lutou contra as injustiças. Quando me tornei advogado, me especializei em Direito Constitucional e me distanciei da política. Depois do 11 de Setembro, eu morava em Nova York e via as mudanças nos direitos constitucionais irem no mau sentido.

Comecei a voltar os olhos para a política. Mas era advogado. Comecei a ler blogs porque a mídia não cobria de forma inteligente e contestadora o modo como os Estados Unidos se conduziam. Em 2005, decidi criar um blog para me comunicar com os blogueiros que estava lendo e rapidamente me transformei em jornalista.

Carta Capital – Dá para fazer um paralelo entre a falta de crítica da mídia americana no pós 11 de Setembro e a situação dos grandes jornais brasileiros hoje, tão partidarizados?
Glenn Greenwald – Sim. Aderiram à invasão do Iraque de forma bastante acrítica. Depois, o New York Times pediu desculpas, mas na época o apoio foi integral, com um discurso muito nacionalista. A imprensa americana sabe que uma grande parte da população presta pouca atenção à política e, por isso, é facilmente manipulável.

Mas mesmo naquela época, quando o jornalismo se tornou horrível e perigoso, havia espaço no New York Times e Washington Post, às vezes na tevê, para argumentações contra a invasão do Iraque, desafiando crenças da maioria dos que apoiavam a guerra. Aqui no Brasil, no Globo, por exemplo, não há quase nada que conteste o impeachment. Esse pensamento único me dá medo, pois é algo muito perigoso.

Carta Capital – Você se considera uma pessoa de esquerda?
Glenn Greenwald – Existe esse debate: ele é de esquerda, libertário, independente, muitas pessoas tentam me colocar numa caixa. Não gosto, porque acho que é uma forma de as pessoas começarem a ignorar seus argumentos. Tenho opiniões, claro, e há assuntos em que acho que estou à esquerda, mas em outros não. Tento evitar pensar me posicionando dessa forma.

Carta Capital – Como analisa a entrega do pré-sal brasileiro às multinacionais nesse contexto?
Glenn Greenwald – O representante do governo interino já estava em Nova York na semana passada para encontrar grupos de Wall Street. Já se deixou claro que a intenção é privatizar muitas coisas, inclusive parte da Petrobras. Sempre que vimos acelerar esse tipo de privatização em diversos países, os processos foram recheados pela corrupção.

José Serra, atual ministro das Relações Exteriores, afirmou que a política externa agora pretende dar menos importância aos tratados internacionais e multilaterais e privilegiar relações baratas, além de estreitar relações com os EUA.

Numa entrevista recente, um repórter fez uma pergunta sobre a espionagem dos EUA ao Brasil, citando a NSA, e ele perguntou: “O que é NSA?” Revelou que o objetivo de sua política é reforçar o relacionamento com os EUA.

Carta Capital – O golpe de 1964 deu-se com a cumplicidade e a ajuda de Washington. No dia seguinte à votação do impeachment na Câmara, o candidato a vice na chapa de Aécio Neves, senador Aloysio Nunes Ferreira, foi aos EUA, onde se encontrou com autoridades do Departamento de Estado. Qual o papel dos EUA no atual golpe?
Glenn Greenwald – Não há evidências de que os EUA estejam envolvidos no processo do impeach­ment. Não que eu saiba. Mas isso não diz muito. Qualquer envolvimento americano seria discreto. Creio que a direita brasileira não conduziria esse processo sem a aprovação dos EUA.

E também está claro que os EUA têm preferência por governos à direita na América Latina, porque são mais abertos ao capital internacional, enquanto a esquerda reforçou iniciativas como o Mercosul e os BRICS. Não sei que tipo de apoio estão dando, se estão planejando e encorajando, mas certamente demonstram aprovação.

Carta Capital – O que aconteceria a um juiz americano se tomasse posições claramente partidárias, participasse de eventos de organizações ligadas a partidos ou de órgaos da imprensa, como faz, por exemplo, o juiz Sergio Moro?
Glenn Greenwald – Nos EUA, isso seria impensável. O Poder Judiciário aqui é muito forte. Um juiz pode grampear conversas, mandar alguém para a prisão, manter alguém numa cela por 20 anos. É um poder extremo. Para aceitarmos esse poder, é preciso manter muito claros os limites não só das leis, mas das instituições.

O Judiciá­rio precisa estar acima de personalidades, exercer suas funções com objetividade e isenção. Moro virou um herói coberto de elogios. Acho que isso o está afetando muito. Nos EUA, esse protagonismo de um juiz jamais seria permitido.

Apoie o Cafezinho

Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

Mais matérias deste colunista
Siga-nos no Siga-nos no Google News

Comentários

Os comentários aqui postados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site O CAFEZINHO. Todos as mensagens são moderadas. Não serão aceitos comentários com ofensas, com links externos ao site, e em letras maiúsculas. Em casos de ofensas pessoais, preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência, denuncie.

Escrever comentário

Escreva seu comentário

Antonio Ubirajara da Silva

16/06/2019 - 19h10

Eu sou muito grato a Lula por tudo de bom que ele fez por mim, pelo Nordeste, pelo Brasil e pelo povão! Por isso, escrevo com muito orgulho, na palma da minha mão, a palavra “GRATIDÃO” em homenagem ao maior e o melhor Presidente desta nação, o Estadista “Luiz Inácio Lula da Silva”, o eterno Presidente do meu coração! #LulaLivre #LulaPresoPolítico #LulaPerseguidopelaJustiça #LulaCondenadoSemProva #LulaInocente (Poeta nordestino, de Sousa, no Sertão da Paraíba)

Antonio Ubirajara a Silva

16/06/2019 - 18h57

Lula acertou em cheio quando dizia: “Moro é do mal!”, “Moro é um criminoso!”, “Moro é um mentiroso!”, “Moro tem a mente doentia!”. O ex-juiz Moro, em conluio com Deltan Dallagnol, e demais Procuradores da Lava Jato, que atuaram no caso Lula, são um bando de mentirosos, bandidos, crápulas, e criminosos em série, com respaldo do Departamento de Justiça dos Estados Unidos que os orientou. Essa gente deveria ser exonerada de seus cargos a bem do Serviço Público. As máscaras de Moro, Deltan Dallagnol e sua trupe, caíram! Foi necessário chegar aqui, no país do carnaval, um renomado e corajoso jornalista norte-americano, Green Glennwald, para denunciar o escândalo da Lava Jato, desferindo um golpe fulminante nessa corja de bandidos, através do site The Intercept Brasil, do qual é cofundador; desbaratar e acabar com a farra, e a farsa dessa quadrilha que está à frente da Lava Jato, deixando-a de joelhos. Acabou! Caiu a máscara dos algozes e perseguidores de Lula, pois quem com grampo fere, com grampo, também, será ferido! Cadeia pra essa corja! Parabéns, Green Glennwald! In Lula we trust! (Poeta nordestino, de Sousa, no Sertão da Paraíba)??????✊

Adjovanes de Aguiar

16/06/2019 - 12h11

eu entendo que o site precisa de publicidade para sobreviver,porem encher a tela do computador com propagandas agressivas que cobrem o conteúdo da matéria para mim é um tiro no pé,eu não leio mais nada que vocês publicam ,existem outros sites que tem mais respeito com seu leitor lamentavel

Sandra Francesca de Almeida

12/07/2016 - 12h02

Parabéns! Excelente entrevista.

Marco

12/06/2016 - 19h37

Se um dia, a mídia podre, nojenta e nefasta, brasileira, tiver a coragem de mudar a postura e ter comportamento imparcial, deve ter a humildade e se espelhar em profissionais com o Sr. Glenn. A mídia GOLPISTA brasileira deve estar morrendo de vergonha! não esperavam que alguém com tanta competência tivesse interesse em entender a desgraça que estão fazendo com o Estado de Direito no Brasil. Obrigado Glenn, o que você já fez pela Democracia no Brasil, se juntarmos toda nossa mídia, em toda sua existência, não fizeram em décimo do que você fez!

    Suely Keller

    15/06/2019 - 21h55

    Belas palavras Marcos! Faço-as minhas também!!

Canhoto de esquerda

08/06/2016 - 23h15

Qundo ele fala que os jovens não lem jornais e assistem tv’s, parece positivo. Mas os manipuladores estão atentos e se adiantaram a isto. Entrem num comentário do terra por exemplo. Tem um monte gente que se nao vê globo, lê sites manipuladores. É o tal de ap zap, como dizem aqui, só dissemina bobagens. A ideia só mudou de canal. Um jornalista do peso dele pode ajudar sim e deve, mas os bitolados sempre tem um argumento, ou mensagem plantada pra repudiar, nem leem. Tá errado, ele é de esquerda, e. Petralha, e aí vêm os xingamentos e os kkkk, crachá de desinformados e manipulados. Concordo que tem mudanças, mas muitos que nem leem citam veja, folha e globo. Ainda estamos presos a esta guangue midiática. Eu trabalho num órgão do governo, portanto, não podemos criticar ou discutir política no trabalho, o que acho correto. Ambiente de trabalho, principalmente em órgão público, temos que nos policiar então tocar em assuntos que gerem dcussoes. Tem hora certa pra isto. Porém em intervalos de café ou almoço, entre colegas, eu colocominha posição. Sem estardalhaço, mas cito alguns pontos relevantes da situação do país. Semana passada, uma ex assistente minha citou a veja como argumento e os quatro outros interlocutores, torceram o nariz. Ela se assustou e disse que até a filha de 16 anos que estava estudando fora há 3 meses a criticou pelo que lê. Eu ri e falei, e a evolução da juventude. Cada um lê o que quiser, mas discussões sadias podem ajudar a ter outras fontes e filtrar melhor o que lê, ouve e assiste. Ela me pediu uma lista do que seria interessante ler. No cafezinho tem uma lista ótima, semana que vem copiarei a lista pra ela e direi que depois de uns quinze dias me fale o que achou. Isto eu acho que é fazer papel na sociedade. Se ela continuar lendo veja, paciência, direito dela, mas terá como avaliar melhor a situação. Da mesma forma, faço questão de conversar com meus filhos, os dois estudantes em cidades e faculdades com características distintas. Tento forçar a discussão para que eles tomem ciência do que estamos vivendo e criem filtros próprios do que veem da situação.

maria nadiê rodrigues

08/06/2016 - 22h08

Quem também hoje meteu o malho em toda essa sujeira foi Bob Fernandes em seu comentário da Gazeta. Quem se habilita a trazê-lo pra cá?

Mairton Barros

08/06/2016 - 20h39

Só estou no começo da leitura, mas já estou agradecido por ainda existir repórteres corajosos desse porte! Parabéns ao Mino e equipe da Carta e ao Glenn esse excelente profissional!

Fabiana

08/06/2016 - 19h08

A população não vai acordar sozinha, é preciso despertá-la .

Ita Marques

08/06/2016 - 18h08

Concordo plenamente com Antonio P C. Carvalho, pois só com muita luz e esclarecimentos é possível sair das trevas que vivemos. O povo é bobo e eles sabem disso.Viva os blogs “sujos” Mino e Glen

Antonio Paulo Costa Carvalho

08/06/2016 - 16h55

Bela entrevista, bela reportagem. Por intuição, penso que o PT no poder não sabia que a Direita foi sorrateiramente preenchendo cargos de delegados da polícia federal, ministério público federal e juiz federal com candidatos de pensamento neoliberal. Isto porque nunca imaginou que isso fosse construído. Hj querem até fiscalizar o q um professor fala em sala de aula. Isto não é democracia. Acredita a Direita que o capitalismo é construtor de riqueza. Sim, todavia, sem democracia é um construtor de miséria. Os EEUU que orientam estas elites que não saem de lá, são convidados para visitar órgãos e universidades onde são cooptados para vender o país. Como resolver? Fazer o que faz blogs como o OCAFEZINHO: JOGANDO LUZ NA CONSCIÊNCIA SOCIAL, INDO O POVO PARA AS RUAS, FAZENDO A REVOLUÇÃO PELA DEMOCRACIA.


Leia mais

Recentes

Recentes