Por Leonardo Miazzo, editor geral do Cafezinho
Ontem, O Cafezinho trouxe informações sobre a lamentável entrevista concedida pelo ministro interino da Cultura, Marcelo Calero, ao jornal O Globo. Em resumo, Calero criticou os protestos contra o golpe realizados pela equipe do filme “Aquarius” durante o Festival de Cannes.
Para o ministro, a manifestação – não o golpe – comprometeu a imagem do Brasil. Ontem, já rimos ao ler esta declaração. Mas é claro que o diretor do premiado longa-metragem, Kléber Mendonça Filho, não poderia deixar as críticas sem uma resposta à altura.
Pelas redes sociais, o cineasta respondeu ao ministro e, de quebra, emendou uma ofensiva contra o governo Temer:
Cada vez mais veículos internacionais – e de peso, como o New York Times – denunciam o golpe de Estado em marcha no Brasil. O ministro pode não saber, mas a força da Globo, da Veja, da Folha e do Estadão não ultrapassa as barreiras nacionais – e, sejamos justos, nem no Brasil seu poder é como antes.
Lá fora, longe dos tentáculos do monopólio midiático brasileiro, a história é outra. Talvez seja justamente essa a razão da preocupação do ministro interino. A máscara do governo Temer, produzida com esmero pelos golpistas, caiu mais rápido do que se imaginava.
Ao menos, já que estamos em clima olímpico, Calero pode comemorar a “medalha de ouro para corrupção”.