Por Tadeu Porto (@tadeuporto), colunista do Blog O Cafezinho*
Sou petroleiro desde de Outubro de 2010 e, nesse período, já vi a minha querida empresa trocar de presidente três vezes: de Gabrielli para Forster, de Foster pra Bendine e de Bendine para Parente.
Além de trabalhar com muito orgulho na maior empresa nacional, também procuro ser um leitor ávido de notícias simplesmente por me sentir deslumbrando por esse mundo maravilhoso que me cerca, e nessas idas e vindas do tempo, no meio desse caos de informações e fatos, consegui achar algum parâmetro previsível interessante: quando a Petrobrás nomeia novos presidentes a mídia, guardiã da boa moral e dos bons costumes, relembra os casos suspeitos que cada presidente escolhido se envolveu.
É caso, por exemplo, de Aldemir Bendine e suas polêmicas, incluindo o empréstimo para a socialite Val Marchiori: tando O Globo, quanto Veja, Folha e Estadão – gigantes da mídia nacional – fizeram questão de destacar que “O novo presidente da Petrobrás” (pode-se notar que todos deram destaque a isso) tem suspeitas sobre si.
E não foi diferente com Graça Foster, que, quando assumiu a Petrobrás, teve que explicar ao mundo a denúncia sobre o fato de seu Marido ter mais de 40 contratos com a companhia que ela iria presidir. De novo, Folha, Globo, Estadão e Veja deram destaque ao caso (uma notícia da FSP de 2010), claro, na tentativa de ajudar o país a conhecer um pouco melhor quem iria presidir a maior empresa do Brasil.
Chegamos então a Pedro Parente, que teve uma condenação suspensa em 2002 pelo então ministro Gilmar Mendes e retomada pelo STF nesse ano de 2016. Além disso, pesa contra Parente algumas suspeitas de contratos com termoelétricas, que, obviamente, podem não se confirmar mas que carecem de alguma explicação.
Foi nesse quadro, então, que me peguei um pouco chateado por sentir falta dos principais veículos de comunicação contarem melhor essa possível história de improbidade administrativa e contratos com termoelétricas para gente.
Até mesmo porque, acredito que fiquei mal acostumado com os tratamentos que receberam Foster e Bendine – que foi muito bom por parte da imprensa, essas coisas devem ser de conhecimento público – e estou esperando esse posicionamento dos grande veículos.
Até agora, o que descobri foi que o Gerson Camarotti – do G1/Globo – acha que Temer indicou Pedro para Petrobrás para colocar no segundo escalão os chamados “notáveis” [licença para rir um pouco aqui, hahaha] , mas nada de tocar nos pontos da investigação. O Estadão fez uma matéria água com açucar com um mini currículo do Parente e a Folha relembrou que ele foi ministro do apagão (detalhe para a beleza de ver dois concorrentes, Estadão e Folha, colocarem o mesmíssimo título na matéria) mas nada além disso.
E, por fim, a Veja que deixou as acusações passarem batidas e ainda deu voz ao Reinaldo de Azevedo e sua opinião obre o caso, também sem citar suspeitas, claro: “É um técnico competente, um homem sério, que não se entrega a chicanas partidárias” [eu sei que parece stand up comedy, mas é só o Reinaldo dizendo que um ex-ministro investigado do FHC não participa de “chicanas partidárias”].
É uma pena. Queria muito saber mais sobre esse caso do Parente no STF e sobre suas atuações enquanto ministro, mas a mídia parece não ter se atentado sobre.
Quem sabe no próximo presidente da Petrobrás?
*Tadeu Porto é Diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF)
Eduardo Albuquerque
03/06/2016 - 16h32
Para nao ficarmos correndo atrás do que vem com cada noticia. Quem acredita que Dilma voltará porque alguns senadores agora irão votar com ela levanta a mão. Portanto, isso define o alvo da luta e as forma de luta.. Se é pra virar votos de uns fica na pressao que está. Se é pra desestabilizar o governo Temer tal qual fizeram desde o primeiro dia de governo de Dilma em 2015 a cantiga é outra.
ANTONINI
03/06/2016 - 17h13
A resposta é bastante simples no meu ver, as empresas jornalísticas são antes de tudo empresas e uma empresa está aí para obter o maior lucro possível com o produto que eles vendem. Como vendem informação eles a vendem da forma que mais lucro dá, ou seja, fazendo coro para o discurso do grande capital, que é quem paga sues serviços, através de propagandas e outros meios inconfessáveis… Abs.
gilberto
03/06/2016 - 15h31
O PiG adota o critério Rubens Ricupero de divulgar fatos positivos e esconder os negativos.
C.Pimenta
03/06/2016 - 14h47
A estratégia do momento é desconstruir a imagem da Presidenta Dilma no
que tange à sua integridade e honradez reconhecidas até pelos seus
adversários. O PIG promoverá essa campanha com base em mentiras e com a
sem-vergonhice que lhe é peculiar.