Esquerda se reúne para tratar de unidade nas eleições municipais do Rio
Os pré-candidatos à Prefeitura do Rio nas próximas eleições – Jandira Feghali (PCdoB), Alessandro Molon (Rede) e Marcelo Freixo (Psol) – vão se reunir nesta sexta-feira (3) e em seguida concederão entrevista coletiva para tratar de um tema dos mais importantes na atual conjuntura política: a unidade das esquerdas nas próximas eleições de outubro. O encontro será às 10 horas, no Sindicato dos Engenheiros do Rio quando será definida uma estratégia comum de ação no próximo pleito. O encontro, a princípio, não inclui uma chapa única, mas uma estratégia comum de não agressão entre as pré-candidaturas.
Desde 1986, com a eleição do então prefeito Saturnino Braga (PDT), o Rio não consegue eleger um prefeito de capital com perfil de esquerda. Para o governo Fluminense, da mesma forma, o fato não acontece desde a segunda eleição de Leonel Brizola em 1990 quando recebeu mais de 70% dos votos.
Este ano, após o impeachment de Dilma Rousseff mostrar que a esquerda precisa de união, especialmente para uma ação no parlamento, o PCdoB e o PT tentaram, sem sucesso, buscar uma aproximação com o Psol de Marcelo Freixo. Em nota, o Psolista disse, à época, que tanto comunistas quanto o PT haviam colaborado com o governo de Eduardo Paes e só desfizeram aliança após o PMDB se apoiar o golpe contra Dilma Rousseff.
Por conta disso, o encontro marcado para sexta-feira é visto por muitos como uma saída para evitar o divisionismo que historicamente tem favorecido a direita no Estado e na cidade do Rio de Janeiro. Além dos três pré-candidatos, tem surgido como eventuais postulantes à Prefeitura do Rio o deputado federal do PMDB, Pedro Paulo; Carlos Osório (PSDB); Clarissa Garotinho (PR); Marcelo Crivella (PRB); Hugo Leal, (PSB), Flávio Bolsonaro (PSC) e Índio da Costa (PSD).
Há rumores de que, em busca de votos no senado, Lula estaria pedindo que a bancada do PT apoiasse Marcelo Crivella. Mas a tendência do partido é garantir apoio a candidatura de Jandira Feghali (PcdoB). E não há indicações de que a militância do PT queira embarcar na candidatura de um político identificado com a direita evangélica.
Impeachment sofrido por Dilma pode ter versão municipal
Entre os candidatos de partidos de esquerda há uma certeza: o processo experimentado por Dilma Rousseff, que governou sem uma base parlamentar sólida e por isso acabou vítima de um impeachment, pode ocorrer também em versão municipal. Governar sem força no parlamento pode, desta maneira, representar uma administração comprometida e destituída de força para mudanças:
– Ou o chefe do executivo compõe com os mais conservadores, ou será destituído por ele – disse o jornalista e doutor em políticas públicas, Alvaro Miranda.
– O clientelismo, como base de ação pragmática, implicava, dentre outras situações, incentivos materiais e simbólicos, troca de pequenos e grandes favores, ocupação de altos cargos da administração pública, inclusive, de tribunais, e outros tipos de articulação. Benesses e privilégios, através de serviços, não ficavam restritos a políticos, mas também a grupos variados, incluindo eleitores, segmentos da população.
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