Por Renato Aroeira
No Facebook do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP)
Um levantamento feito pela agência Lupa comprova a intenção na montagem dos ministérios do governo interino de Michel Temer: dos 23 ministros, 10 eram parlamentares e tiveram suas campanhas financiadas por empresas ou pessoas com interesses diretos nas pastas que hoje administram.
O levantamento foi feito com base nos dados de financiamento de campanha, disponibilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) A Lupa é especializada em fact-checking, ou seja, a checagem de informações e declarações públicas.
O ministro da Saúde, deputado Ricardo Barros (PP-PR), recebeu em sua campanha R$ 100 mil de Elon Gomes de Almeida, presidente do grupo Aliança, empresa que administra planos de saúde. Logo ao assumir a pasta, o ministro interino já afirmou a necessidade de diminuir o tamanho do Sistema Único de Saúde (SUS) e, também, que “quanto mais gente tiver planos de saúde, melhor”.
Já Osmar Terra, deputado pelo PMDB gaúcho, que assumiu o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, teve 20% de sua campanha financiada por empresas do setor agrário, sendo a maior delas a gigante JBS, dona da Friboi. O ministro interino dos Transportes, deputado Maurício Quintella Lessa (PR-AL), por sua vez, recebeu R$783 mil de quatro empresas de construção, o que representa mais de um terço de seu financiamento.
A lista não para por aí. O deputado Bruno Araújo (PSDB/PE), ministro das Cidades, teve 22% de sua campanha financiada por empresas de construção, engenharia e infraestrutura urbana, somando ao todo R$840 mil.