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Com história, mas sem o campeão

Por Luis Edmundo Araujo, editor de esporte do Cafezinho Com o fim do prazo para classificação, ontem, a Federação Internacional de Natação (Fina) confirmou que, pela primeira vez na história, o Brasil participará de todas as seis provas de revezamento da modalidade numa Olimpíada. A Rio 2016 receberá a maior delegação da natação brasileira em […]

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Por Luis Edmundo Araujo, editor de esporte do Cafezinho

Com o fim do prazo para classificação, ontem, a Federação Internacional de Natação (Fina) confirmou que, pela primeira vez na história, o Brasil participará de todas as seis provas de revezamento da modalidade numa Olimpíada. A Rio 2016 receberá a maior delegação da natação brasileira em todos os Jogos Olímpicos, 33 atletas com a missão de manter o bom nome brasileiro no esporte em que o País, dono de 13 medalhas, só ficou fora do pódio em duas das últimas nove Olimpíadas. Prata em 2012, em Londres, nos 400 metros medley, Thiago Pereira é o maior destaque da delegação que não contará com César Cielo, o cara da foto aí em cima, o único nadador brasileiro a ganhar o ouro numa Olimpíada, em 2008, em Pequim.

Vencedor nos 50 metros livres e bronze nos 100m na China, Cielo conquistou ainda outro bronze, nos 50 metros livres em Londres, mas não conseguiu índice para disputar medalhas em casa. Em abril, na disputa pelo Troféu Maria Lenk, no Rio, ficou em terceiro lugar na prova final dos 50 metros e perdeu a vaga para Bruno Fratus e Ítalo Manzine. Na mesma competição, Cielo tinha conseguido índice para os 100 metros livres, mas abriu mão de nadar a final da prova, quando poderia se garantir nos Jogos no revezamento 4 x 100m, pensando em descansar para sua especialidade, na qual chegou em terceiro.

As conquistas brasileiras na natação olímpica começaram em 1952, em Helsinque, na Finlândia, com o bronze do nadador paulista Tetsuo Okamoto na prova de 1.500 metros. Antes disso, a nadadora que batiza o troféu no qual Cielo foi eliminado da Rio 2016 já havia feito história na Olimpíada, embora não tivesse conquistado medalha. Em 1932, Maria Lenk tornou-se a primeira mulher sul-americana a participar de uma Olimpíada, em Los Angeles. Quatro anos depois, em Berlim, introduziu o nado borboleta na modalidade. Competindo no nado de peito, aproveitou uma brecha no regulamento para ganhar velocidade jogando os braços para fora da água. Chegou até as semifinais da competição. Nos anos seguintes, mudaram a regra e criaram o nado borboleta. Até hoje, ela é a única brasileira a bater um recorde mundial na piscina, no caso, dois. Em outubro de 1939, no Rio de Janeiro, Lenk nadou os 400 metros peito em 6 minutos, 15 segundos e 8 centésimos. No mês seguinte, nadou os 200 metros peito em 2 minutos e 56 segundos, estabelecendo seu segundo recorde mundial em 27 dias.

natação bronzeA segunda medalha olímpica da natação brasileira foi o bronze de Manoel dos Santos nos 100 metros livres em Roma, em 1960. Depois passaram-se 20 anos até novo bronze no revezamento 4x200m, em Moscou. Nos Jogos seguintes tivemos Ricardo Prado e, após a seca em Seul, sem medalhas em 1988, veio a geração de Gustavo Borges, único medalhista brasileiro em três Olimpíadas diferentes (Barcelona, Atlanta e Sydnei), e de Fernando Scherer, que também conquistaram medalha juntos, com Edvaldo Valerio e Carlos Jayme. Agora, cabe a Thiago Pereira e a seus 32 companheiros de delegação manter a tradição de medalhas brasileiras na natação, ainda mais em casa.

luis.edmundo@terra.com.br

 

 

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Luis Edmundo

Luis Edmundo Araujo é jornalista e mora no Rio de Janeiro desde que nasceu, em 1972. Foi repórter do jornal O Fluminense, do Jornal do Brasil e das finadas revistas Incrível e Istoé Gente. No Jornal do Commercio, foi editor por 11 anos, até o fim do jornal, em maio de 2016.

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