Instituto de FHC foi beneficiado por lei que PSDB quer investigar
O Instituto Fernando Henrique Cardoso arrecadou quase R$ 12 milhões com base na Lei Rouanet, mecanismo de incentivo fiscal que 25 deputados do PSDB querem investigar em uma CPI. As doações foram feitas entre 2005 e 2011, nos governos dos petistas Lula e Dilma Rousseff.
Parlamentares do partido de FHC foram os que mais colaboraram com assinaturas para a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito proposta, ontem, por dois deputados do DEM e que já tem número de adesões suficientes para ser instalada.
Entre as empresas que fizeram doações estão o Itaú, a Ambev, a VBC Energia (do grupo Camargo Corrêa) e o Credit Suisse.
O instituto que leva o nome do ex-presidente tucano recebeu R$ 11,967 milhões de grandes empresas para dois projetos: Preservação, catalogação e digitalização do Acervo Presidente Fernando Henrique Cardoso e Tratamento técnico e difusão dos acervos Presidente Fernando Henrique Cardoso e Antropóloga Ruth Cardoso.
As prestações de contas dos dois projetos foram aprovadas pelo Ministério da Cultura em 2011 e 2015, no governo Dilma.
O Itaú foi o que mais colaborou com o IFHC: as doações de diferentes empresas do grupo (entre elas,a Dibens Leasing e a Provar Negócios de Varejo) somaram R$ 3,6 mihões – todo o valor poderia ser abatido do imposto de renda devido pelo conglomerado.
Outros grandes doadores foram a Ambev (o grupo colaborou com R$ 2,2 milhões) e a VBC Energia (R$ 1,7 milhão).
O Safra Leasing e a Embraer doaram R$ 1 milhão; o grupo financeiro Credit Suisse, R$ 600 mil; a Sabesp, empresa de economia mista ligada ao governo paulista, R$ 500 mil.
Em 1997, no governo de FHC, a Telebras – estatal que seria privatizada no ano seguinte – doou, também com base na Lei Rouanet, R$ 224.999,98 para a edição do livro ‘Fernando Henrique Cardoso – História da Politíca Moderna no Brasil’.
A proposta de edição foi apresentada por Sonia Sabat Morgensztern e aprovada em 1996, no segundo ano do mandato do tucano na Presidência.
Os projetos e as doações estão disponíveis no site do Ministério da Cultura.