Foto: Lula Marques
Se há alguma justiça poética numa trama imunda, é que Aécio morreu
Por Paulo Nogueira, no Diário do Centro do Mundo
Se há uma justiça poética nesta trama sórdida do golpe é a seguinte: quem mais saiu desmoralizado dele é Aécio.
Ele já foi comido, para usar uma expressão dos áudios gravados que viralizou.
Não vou escrever, vou gritar: bem feito, Playboy!
Aécio é agora nacionalmente conhecido como covarde. Renan falou de seu medo diante da delação de Delcídio, de sua paúra em saber se havia mais coisas que o incriminassem – como se as que houvesse não fossem bastantes.
Depois Renan tentou remediar e transformou a medo em “indignação”, e aqui peço uma pausa para gargalhadas.
O mesmo Renan que carimbou na testa botocada de Aécio a palavra covarde definiu Dilma como dona de uma “incrível bravura pessoal”.
Aécio merece o final patético de sua carreira. Com a proteção da mídia, notadamente da Globo, ele era um corrupto que conseguia passar por moralista, a exemplo de seu tutor FHC.
O grau de proteção de Aécio na mídia pode ser avaliado nisto: o editor de política do Globo em Brasília, Paulo César Pereira, é seu primo. Um jornalista de Brasília familiarizado com Paulo César disse ao DCM: “Ele passa imediatamente ao Aécio tudo que os repórteres lhe contam.”
E, evidentemente, suprime coisas negativas para o primo.
Não é tudo. Paulo César é casado com uma das principais repórteres da GloboNews, Andrea Saadi. Aécio é padrinho de casamento dos dois.
Isto é o jornalismo à Globo, aos Marinhos – isentão.
O conforto majestoso em que Aécio vivia diante de uma imprensa que massacrava seus adversários acabou por culpa dele mesmo.
Aécio foi a peça inicial a partir da qual as demais peças do golpe se movimentaram. Ao se comportar como o pior perdedor da história do Brasil, ele começou um processo que acabaria por engoli-lo.
Repito: fez-se aí justiça poética.
O esquema de propinas de Furnas, que ele comandou por muitos anos sem que ninguém o incomodasse nem na imprensa e muito menos na Polícia Federal, surgiu com inédito destaque na delação de Delcídio.
Até então, ele, com sua hipocrisia descarada, dizia que era invenção dos adversários. (O DCM produziu, há pouco, um documentário com evidências esmagadoras.)
Apenas para lembrar, lembremos que Delcídio, sobre Furnas, colocou Aécio e Dilma em situações opostas, como fez agora Renan. Disse que a raiz do boicote de Eduardo Cunha a Dilma residiu no fato de ela varrer a corrupção ancestral de Furnas, e enxotar um homem de Cunha.
Aécio fez sua campanha toda presidencial com a fantasia demagógica de homem puro. Cada frase sua continha a palavra corrupção, atirada contra uma mulher que é, ao contrário dele, íntegra e honesta.
Não tivesse ele feito o que fez, em 2018 seria certamente o candidato do PSDB à presidência. E poderia contar com um eventual desgaste do PT para chegar – pelos votos – ao Planalto.
Mas ele desencadeou um processo que simplesmente liquidou uma carreira que sempre dependeu da supressão, por seus comparsas entre os barões da imprensa, de uma vasta coleção de delinquências.
Os sonhos presidenciais de Aécio estão tão mortos quanto seu tio Tancredo. Ele já foi comido, digerido e vomitado.
Grito mais uma vez: bem feito, Playboy.
Jose Pereira Brito Flho
27/05/2016 - 13h53
GLORIA ! NÃO APARECEU NINGUÉM NA PÁGINA PARA DEFENDE-LO ? ESTÃO ESCONDIDOS COM CERTEZA !
José Joaquim da Silva
27/05/2016 - 12h59
Vocês se venderam foi por miséria.Votaram por bolsa roubo seus vendidos.
Pisquila Lima
27/05/2016 - 18h48
Que comentário mais odioso e xenófobo. Vá se tratar meu filho. Use o CAPS que tem bons psicólogos, antes que o Temer acabe com eles.
Marivane
26/05/2016 - 22h14
Cheira pó !
Gisela
26/05/2016 - 19h37
Só um reparo. Tancredo não era seu tio e sim avô.
Rita Lama
26/05/2016 - 12h57
Exatamente: BEM FEITO, playboy e assassino, pois o pobre homem que sabia muito em Minas nao morreu de morte morrida…
Alexandre Moreira
26/05/2016 - 16h14
Dizem que a justiça mineira está no bolso dele. Julgamento do comparsa do mensalão tucano, Eduardo Azeredo é um engodo, nunca será sentenciado. Seu fornecedor de drogas se esconde sobre o manto do foro privilegiado, arquivaram um helicóptero inteiro com 500kg de coca. Anastásia, o enrustido, rei dos pedais, lhe deu proteção e cobertura ao sucede-lo no governo de Minas. Mais lama que a lama de Mariana.
maria nadiê rodrigues
26/05/2016 - 11h27
Outro que vai cada dia pior das pernas é Henrique Alves. Foi derrotado no RN por Róbison Farias. Este foi salvo por Lula. O filho, hoje deputado federal, casado com a filha de Sílvio Santos, também votou a favor do impeachment.
O fato é que H. Alves, sem mandato, se pregou no governo de Dilma, e está agora no de Temer, mas pelo andar da carruagem, a qualquer momento terá seu nome envolvido em mais roubalheira. Se perder a pasta, vai direto pro Moro.
maria nadiê rodrigues
26/05/2016 - 11h21
Pouco se tem falado que Aécio não foi merecedor daqueles votos, tal como o foi Dilma e o PT.
Na verdade, o mineiro era bastante conhecido no Sudeste, e talvez no Sul. Com certeza nunca foi pelo Nordeste, que, se duvidar, mal conhece, pois seu tempo sempre foi o de ficar entre Minas e RJ.
Portanto, embora ele pose de ganhador daqueles votos, a verdade mesmo é que muitos votaram nele, primeiro movidos pelos dinheiro que se espraiou pelos estados e municípios por parte de seus aliados políticos, depois, porque nordestinos e nortistas, por exemplo, muitos deles não aceitaram Dilma, embora muitos dissessem que votariam em Lula de novo.
A vitória de Dilma foi apertada, mas foi exclusivamente dela. Quanto a Aécio, duvido que ele teria votação parecida se hoje se candidatasse.
Maria Alveni Barros Vieira
26/05/2016 - 16h45
Nadie, nos nortistas e nordestinos, sabemos muito bem quem é o canalha do Aecio Neves. Negamos a ele o nosso voto de forma consciente, assim como votamos em Dilma. Certamente celebramos vigorosamente o suicídio político de tal sujeito.