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Foto: Marciel da Silva (via Mídia Ninja).
O vazamento do diálogo entre Sergio Machado e José Sarney, a terceira gravação feita pelo ex-presidente da Transpetro (a primeira foi com Jucá, a segunda com Renan), confirma que estamos diante de mais um movimento do xadrez do golpe.[/s2If]
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Machado, Jucá, Renan e Sarney são cartas fora do baralho há muito tempo – por várias razões, sendo a mais importante delas a relação política construída com o PT.
Para o golpe, os únicos políticos importantes são José Serra e Michel Temer. O primeiro trabalha para entregar o Brasil aos Estados Unidos; o segundo, para entregar o que sobrar do Brasil à Globo e à Fiesp.
A movimentação de todos os caciques do PMDB que traíram o PT e se voltaram agressivamente, nos últimos meses, contra o governo Dilma, confirmam que a agenda política brasileira foi determinada, nos últimos meses, pelas truculências da Lava Jato.
O vazamento dos áudios com Jucá e Sarney reforçam as suspeitas de que a PGR pretende dar continuidade aos trabalhos meticulosos de destruição da economia brasileira e controle político sobre a república, e por isso mesmo a Lava Jato não pode ser interrompida.
Nenhum desses políticos é flor que se cheire, digamos, para sermos delicados. São políticos “old school”, vulneráveis diante da gigante onda golpista que se ergueu contra o Executivo e contra a classe política em geral.
O vazamento da conversa entre Machado e Sarney é positivamente ridículo. Traz suspeitas de tentativa de influenciar Lava Jato, mas nada autenticamente criminal. Trata-se de uma tentativa de manter o governo golpista sob as rédeas da PGR, verdadeira líder, junto com a Globo, das conspirações em favor do impeachment.
Os políticos corruptos, não podemos esquecer, foram somente o instrumento do golpe. Os autores do impeachment sem lei permanecem blindados, protegidos pelo judiciário e pela mídia – até porque, em verdade, são próprio judiciário e a mídia.
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Na Folha
Em gravação, Sarney promete ajudar ex-presidente da Transpetro, mas ‘sem advogado no meio’
RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA
25/05/2016 15h59
O ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) prometeu ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, investigado pela Operação Lava Jato, que poderia ajudá-lo a evitar que seu caso fosse transferido para a vara do juiz federal Sergio Moro, em Curitiba (PR), mas “sem meter advogado no meio”.
As conversas foram gravadas pelo próprio Machado, que nesta terça-feira (24) fechou um acordo de delação premiada no STF. Em um dos diálogos, gravados em março, o ex-senador e ex-presidente manifestou preocupação sobre uma eventual delação de Machado. “Nós temos é que fazer o nosso negócio e ver como é que está o teu advogado, até onde eles falando com ele em delação premiada”, disse o ex-presidente.
Machado respondeu que havia insinuações, provavelmente da PGR (Procuradoria-Geral da República), por uma delação. Sarney explicou a estratégia: “Mas nós temos é que conseguir isso [o pleito de Machado]. Sem meter advogado no meio”.
Machado concordou de imediato que “advogado não pode participar disso”, “de jeito nenhum” e que “advogado é perigoso”. Sarney repetiu três vezes: “Sem meter advogado”.
A estratégia estabelecida por Sarney não fica inteiramente clara ao longo dos diálogos obtidos até aqui pela Folha, mas envolvia conversas com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e com o senador Romero Jucá (PMDB-RR). Sérgio Machado disse que não poderia passar por uma iniciativa apenas jurídica, teria que ser política.
Ao final de uma das conversas, Machado pediu que Sarney entrasse em contato com ele assim que estabelecesse um horário e local para reunião entre eles e Renan.
“E o Romero também está aguardando, se o senhor achar conveniente”, acrescentou Machado. Sarney respondeu que não achava conveniente.
“Não? O senhor dá o tom”, respondeu Machado.
O ex-presidente disse que não achava “conveniente, a gente não põe muita gente”. Em seguida ele contou que o ex-senador e ex-ministro Amaral Peixoto (1905-1989) costumava dizer que “duas pessoas já é reunião. Três é comício”. Medida semelhante havia sido indicada pelo próprio Jucá. Em outro áudio gravado por Machado, ele disse que não era bom todos se reunirem ao mesmo tempo, e sim que Machado falasse com cada líder político, que depois se encarregariam de conversar entre eles.
Nas conversas, Sarney deixou claro que concordava com a iniciativa de impedir que o caso de Sérgio Machado fosse enviado para a vara do juiz Sergio Moro em Curitiba.
“O tempo é a seu favor. Aquele negócio que você disse ontem é muito procedente. Não deixar você voltar para lá [Curitiba]”, disse o ex-presidente.
OUTRO LADO
Em nota divulgada na tarde desta quarta-feira (25), o ex-presidente José Sarney afirmou que, não tendo tempo nem conhecimento do teor das gravações”, não tem “como responder às perguntas pontuais” feitas pela Folha.
Sarney disse que conhece o ex-senador “Sérgio Machado há muitos anos. Fomos colegas no Senado Federal e tivemos uma relação de amizade, que continuou depois que deixei o Parlamento”.
“As conversas que tive com ele nos últimos tempos foram sempre marcadas, de minha parte, pelo sentimento de solidariedade, característica de minha personalidade. Nesse sentido, expressei sempre minha solidariedade na esperança de superar as acusações que enfrentava. Lamento que conversas privadas tornem-se públicas, pois podem ferir outras pessoas que nunca desejaríamos alcançar”, diz a nota assinada pelo ex-presidente. [/s2If]