Celso de Mello transfere a Gilmar a presidência da Turma que julgará Lava Jato
por Luís Nassif, no Jornal GGN
O Ministro Celso de Mello gosta de gestos rompantes. Em várias oportunidades saiu a púbico rompendo com as regras de discrição que deveriam nortear o comportamento de Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) para declarações retóricas visando as manchetes dos jornais.
Em vários julgamentos políticos rumorosos, tomou a palavra para longuíssimas perorações onde abusava das imagens e das ênfases para se apresentar como o Ministro valente, impávido, imune às pressões políticas.
Ontem, escalado para presidir a Segunda Turma do STF, incumbida de analisar a Lava Jato, Celso de Mello recuou. Por rodízio, o cargo seria seu. A história colocou em suas mãos um momento único, bem à altura dos saudosos grandes juristas que ele vive citando. E Celso de Mello piscou.
Abriu mão da presidência e a repassou para as mãos de Gilmar Mendes.
Caberá a Gilmar, com toda sua isenção, marcar as datas de julgamento e presidir uma turma incumbida de analisar recursos dos réus tanto junto ao STF como às instâncias inferiores.
A turma é composta por Gilmar, Dias Toffoli, Carmen Lúcia, Celso de Mello e Teori Zavascki.
Ontem disse aqui que o Supremo ficou menor que Gilmar.
A postura de Celso de Mello me permite relembrar as equações de ginásio: c.q.d., como queria demonstrar.