Foto: Paulo Mendes/JL Sanca
Uma Assembleia Geral lotada! Mais de 1600 estudantes da graduação e pós graduação da UFSCar, além de técnicos, professores e outros membros da comunidade acadêmica votaram a favor da continuação da mobilização e paralisação da universidade. A assembleia puxada pelo DCE (Diretório Central dos Estudantes) livre e APG (Associação dos Pós Graduandos) deliberou por mais de 5 horas a continuação das mobilizações iniciadas na última quinta-feira (19) no campus de São Carlos que culminou com o fechamento de prédios de aulas, rodas de conversas, aulas públicas e assembleias de vários cursos.
O movimento tem como principal pauta o combate aos recentes retrocessos do governo interino, liderado pelo vice-presidente Michel temer, como o fechamento dos ministérios de Ciência e Tecnologia, das Mulheres, da Igualdade Racial e Direitos Humanos, Desenvolvimento Agrário e também da Controladoria Geral da União (CGU), órgão responsável pelas fiscalizações dos atos do executivo. Além disso, nos quatro dias de mobilização que levaram à assembleia geral, em vários pontos do campus, estudantes e professores discutiram as pautas do programa “Ponte para o Futuro” e ressaltaram a preocupação com a desvinculação das receitas da União para a saúde e educação.
A grande maioria dos estudantes e docentes concordaram que a universidade pública deve ampliar o debate sobre a atual conjuntura política, o atual defasamento dos direitos civis e sociais, como saúde, educação, trabalho, moradia entre outros, e a destruição da Constituição brasileira.
Visto isso, foi decidido que a Universidade Federal de São Carlos permanecerá paralisada com indicativo de greve até o dia 03 de junho. Esta semana será marcada por um intenso calendário de atividades como aulas públicas, grupos de trabalhos e intervenções artísticas de cunho político, aberta a toda comunidade acadêmica, como também, a expansão das atividades para a cidade de São Carlos (SP).
Nesta terça-feira (24/05), mais dois prédios foram fechados, totalizando sete paralisados. Após esta semana de paralisação haverá uma nova Assembleia Geral dos estudantes dia 06 de junho para avaliar as atividades e progressos da primeira semana de paralisação e votação sobre a adesão ou não de greve.
A assembleia contou também coma presença de coletivos estudantis que atuam na comunidade acadêmica como Café das Pretas, Frente Negra São Carlos, Núcleo de Economia Solidária, Coletivo Todos Juntos, Levante Popular da Juventude, Frente universitária Contra o Golpe e pela soberania Popular, entre outros.