Quais interesses estavam REALMENTE em disputa na votação do impeachment?
A esta hora o conteúdo da gravação vazada de Romero Jucá (PMDB-RR), ministro do Planejamento do ilegítimo governo interino, com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, não é mais novidade para ninguém (espero). O diálogo se refere a um período anterior à aprovação da admissibilidade do processo de impeachment contra a presidenta, na Câmara dos Deputados. A festiva votação, classificada pela imprensa mundial como um circo de horrores encenado por políticos investigados pela Polícia Federal, deixava clara a intenção da claque de Eduardo Cunha: empossar Michel Temer, abrindo espaço para novas negociatas políticas com a oposição.
Sérgio Machado sugere que o envio do seu caso para o juiz Sérgio Moro seria uma maneira de forçá-lo a delatar e a incriminar líderes do PMDB. “Aí fodeu. Aí fodeu para todo mundo”. Ao que Jucá responde: “Eu acho que a gente precisa articular uma ação política. […] Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra. Tem que mudar o governo para estancar essa sangria.” Jucá prossegue afirmando que, em conversas com Ministros do STF, só seria possível qualquer ação para “delimitar onde está” com a queda de Dilma.
Com a confissão declarada e registrada feita por Jucá de que o impeachment não passa de um golpe parlamentar para jogar para baixo do tapete as investigações da Lava-Jato, cada deputado e cada senador que votou a favor do golpe torna-se agora um suspeito de ter afastado a presidenta Dilma para se livrar de eventuais investigações e condenações por envolvimento em esquemas ilícitos.
Alguém ainda acha que há o que comemorar?