Foto: Jessika Lima/AIG-MRE
Serra diz que reação de países a impeachment foi localizada
no O Globo
O ministro das Relações Exteriores, José Serra, afirmou nesta quinta-feira que a reação de outros países ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff foi “localizada e passageira”. O novo chanceler revelou ainda que pretende trabalhar em conjunto com os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente para construir um marco ambiental para o país.
Também negou ter tido qualquer participação na concessão do passaporte ao pastor Samuel Ferreira, da Assembleia de Deus, investigado na Lava-Jato, e voltou a repetir que o governo anterior deixou o Itamaraty na “penúria”. Disse ainda que o Brasil precisa encontrar uma forma de regularizar os pagamentos para organismos internacionais, como a ONU.
Na avaliação de Serra, a reação de alguns países, como a Bolívia, Venezuela e El Salvador, que apontaram que houve um golpe no Brasil, não afeta a imagem do país no exterior.
— Foi uma contestação aparelhada, vamos ser francos — afirmou o chanceler, que também acrescentou:
— Acho que foi uma coisa muito localizada e passageira. É tão óbvio que o que espalharam lá fora não tem pé nem cabeça que pouco a pouco isso vai sair (da pauta) — afirmou o ministro.
O titular da pasta de Relações Exteriores elogiou a manifestação de quarta-feira dos Estados Unidos na Organização dos Estados Americanos (OEA) de que não houve golpe no Brasil, mas disse que não fez nenhuma articulação para que o posicionamento ocorresse.
— Não pedimos que ninguém opinasse. A posição dos Estados Unidos a respeito do Brasil é correta.
Serra defendeu a nota emitida pelo Itamaraty para rebater a acusação de golpe e negou ele, ao comandar essa reação, também estaria partidarizando o órgão.
— Estão dizendo coisas falsas a respeito do Brasil, a gente tem obrigação de sublinhar isso — afirmou o novo ministro, que mais uma vez acusou os governos do PT de partidarizarem as relações exteriores brasileiras.
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