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Análise Diária de Conjuntura – 19/05/2018
Não é surpresa. Um golpe como este só poderá se consolidar se aprofundar a sua repressão. Mas será um fenômeno curioso, porque jamais se viu uma repressão mais disfarçada, porque a principal característica do golpe em curso é a sua obsessão em não ser caracterizado como golpe.[/s2If]
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Um golpe jurídico-midiático é um golpe jurídico-midiático, ou seja, precisa aparentar legalidade e estabelecer uma narrativa dominante.
Mas é uma repressão do mesmo jeito, quiçá ainda mais cruel, porque as pessoas não tem direito nenhum a protestar.
Um golpe jurídico-midiático não pode ter presos políticos, de forma que as suas vítimas tem de ser caracterizadas como criminosos comuns.
Vide o caso de Dirceu. Preso, represo, condenado, recondenado. Desta última feita, a 23 anos de prisão, por Sergio Moro. Tudo num processo sem provas, claro. Afinal, não disse a ministra Rosa Weber que o condenaria mesmo sem provas porque a literatura assim o permitia.
Pois a mesma Weber hoje aceita o pedido de um deputado golpista para notificar a presidenta, para que ela explique porque chama o golpe de golpe…
O TCU, por sua vez, involucrado no golpe desde o início, já que o processo de impeachment é baseado no show midiático proporcionado por uma votação no plenário da instituição no ano passado, volta ao ataque, tentando criminalizar cada mínimo ato administrativo da presidenta.
Na lógica do golpe, qualquer ato que vise fazer bem ao povo, e, consequentemente, que use dinheiro público em prol do povo, é um crime.
Já os desmandos do novo governo, os cortes abruptos de programas sociais, as extinções de ministérios e de departamentos que administravam programas, as exonerações inconstitucionais, as demissões políticas até de garçons, tudo isso é normal, legal, quase incentivado pelos órgãos repressivos e festejado pela imprensa.
A noite de São Bartolomeu, a onda de repressão já prevista por vários analistas, desde que se viu até que ponto o golpe se tornara ousado, já começou.
A república do Paraná está processando um blogueiro importante aqui do Rio (não é o Cafezinho nem o Tijolaço) apenas por causa de reportagens verídicas.
Em São Paulo, uma publicação de esquerda está sendo perseguida pela política igualmente por causa de uma reportagem.
A bem da verdade, esses ataques vem recrudescendo há alguns anos, e em especial desde 2015, mas havia ainda um pouco de moderação justamente por causa da presença do governo.
Há estudos mostrando um forte crescimento de ataques fascistas nos dias seguintes às grandes manifestações coxinhas. O golpe foi justamente a coroação vitoriosa dessas marchas coxinhas.
O novo símbolo do governo é uma mistura da marca coxinha com o logotipo da Globo.
A ansiedade do novo governo é algo inacreditável. Afinal, trata-se de um governo interino. Dilma está apenas suspensa. Em tese, poderia voltar daqui a seis meses, porque o julgamento no Senado ainda vai acontecer.
A coluna de Janio de Freitas hoje na Folha, informando que a nova administração, ao invés de apresentar estratégias, volta-se inteiramente à revisão de atos do governo anterior, revela o espírito de caça às bruxas que preside o golpe.
As forças do golpe estão embriagadas pelo poder que lhes caiu nas mãos quase por gravidade, e voltam-se inteiramente à destruição. A blindagem absoluta que gozam na mídia doméstica os fazem perder qualquer pudor.
Os movimentos da Lava Jato, por sua vez, confirmam a instrumentalização desta pela Procuradoria Geral da República (PGR) para consumar o golpe.
Naturalmente, a presença de Gilmar Mendes, um dos chefes do golpe, à frente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na companhia de Fux e Toffoli, garante ainda mais balas no cartucho dos conspiradores.
Em verdade, a democracia brasileira está órfã. As raras autoridades na alta burocracia que não estão alinhadas ao golpe foram devidamente isoladas, chantageadas, intimidadas e estão em obsequioso silêncio.
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